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HABITAÇÃO

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Inadimplência coloca em risco programas de habitação em MS

Nem poder público, nem os mutuários estão honrando compromissos de pagamentos

NATALIA YAHN E LUANA RODRIGUES

15/04/2019 - 10h00
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Se por um lado, obras do Minha Casa Minha Vida (MCMV) estão travadas devido ao atraso nos repasses do Governo Federal para o programa, por outro, a Agência Municipal de Habitação (Emha) tem nove mil mutuários inadimplentes, que juntos devem R$ 43 milhões ao poder público. Ambos os problemas prejudicam o desenvolvimento de programas sociais de habitação, o que só aumenta a fila de famílias e espera da casa própria na Capital - que já ultrapassa 42 mil.

Há três meses sem receber regularmente, construtoras ameaçam paralisar a construção de aproximadamente 1,5 mil unidades habitacionais em Mato Grosso do Sul. No País, são quase R$ 1 bilhão de recursos ainda não repassados para execução do programa. Cerca de R$ 30 milhões de contrapartida depositados pelo Governo do Estado para execução das obras estão parados. O valor exato devido sobre imóveis construídos em Campo Grande não foi divulgado. 

O presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Amarildo Miranda Melo, afirmou que o entreve não é por falta de recursos, mas devido a questões burocráticas ainda pendentes. Melo lembra que o atraso fere cláusulas contratuais e que as empresas podem ser penalizadas por isso. “Se a empresa privada não cumpre contrato, ela é penalizada. Esperamos que o poder público arque com multas e juros”, disse.  

Em nota, o Ministério da Integração afirmou que liberou R$ 732 milhões para o programa MCMV e reconheceu que realizou repasses menores nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, conforme estabelecido por portaria do Ministério da Economia. 

IRREGULARES

Na outra ponta da questão, a prefeitura também enfrenta dificuldades para construir novas moradias. Com R$ 43 milhões a receber de mutuários, o município tem intensificando ações de regularização fundiária.

Desde o fim do ano passado, a Emha estreitou a procura por inadimplentes, com foco principalmente nos imóveis desabitados. Atualmente 400 ações de reintegração estão em andamento e outras 30 já foram concluídas, porém, apenas seis imóveis foram entregues para uma das famílias que aguardavam o benefício. 

Na prática, a retomada do imóvel é burocrática e lenta, por isso, em quase 28 meses de ações, foram recuperadas apenas meia dúzia de casas. “A gente sempre dá uma chance da pessoa se regularizar. Caso tenha uma família morando e o proprietário não for encontrado, o morador pode quitar as parcelas em atraso. Se tiver uma placa de vende-se ou o imóvel estiver alugado, a gente pede para retirar o aviso e que o proprietário desfaça o aluguel. A reintegração é só em último caso mesmo”, disse o diretor de administração e finanças da Emha, Cláudio Marques Costa, 

A ação já refletiu diretamente na arrecadação mensal da Emha. Enquanto entre 2013 e 2016 a pasta recebia em média R$ 426 mil por mês relativo ao pagamento das parcelas, atualmente o valor chega a R$ 900 mil, mas ainda há muito a ser feito.

RETOMADAS

A busca por inadimplentes também resulta na retomada de imóveis em situação irregular, que são destinados a uma família que realmente precisa. “Uma das casas que retomamos foi entregue para uma jovem que cuidava sozinha de seis irmãos, após a mãe ter sido assassinada. Já outra foi para um casal homoafetivo que adotou um filho cadeirante. Quando essas casas ficam disponíveis a gente busca resolver essas demandas”.

A equipe do Correio do Estado acompanhou uma vistoria no Jardim Campo Alto, a casa na Rua Arlindo Ferreira Barbosa tem muro alto e portão que impede ver o que se passa do lado de dentro.

Mas pelas frestas os profissionais conseguiram confirmar o que já sabiam desde dezembro do ano passado.
“A casa está abandonada. O mato está alto. É a segunda visita que fazemos e não achamos ninguém. Agora vamos ingressar com ação para vir com chaveiro abrir e se ninguém aparecer, pedimos a reintegração”, explicou Costa.

Há apenas uma quadra de distância dali na Rua Aluízio Gomes da Silva Filho, outro imóvel está abandonado. A casa tem apenas grades e por isso é possível constatar a situação sem esforço. Mato e vegetação alta na porta principal, além da falta de acesso para entrada pelo portão por conta da calçada sem manutenção mostram que a residência com vidro quebrado não tem moradores. 

“Tentamos renogociar dívidas em diversas ocasiões, tem gente que não paga as parcelas que hoje são de R$ 98 reais há cinco anos ou mais”, afirmou o diretor.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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