Cidades

CAMPO GRANDE

A+ A-

Imasul retira e monitora peixes que habitavam lago do Parque das Nações Indígenas

São pelo menos 10 mil animais que habitavam as águas

RAFAEL RIBEIRO (com assessoria)

26/06/2019 - 11h07
Continue lendo...

Técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) trabalham desde a quinta-feira (20) na retirada e monitoramento dos peixes que habitavam o lago principal do Parque das Nações Indígenas. As obras para desassorear o lago obrigaram que os peixes fossem retirados com o uso de redes e peneiras e depositados no lago menor, pouco abaixo do lago principal.

“São milhares, diria que pelo menos 10 mil peixes, claro que a grande maioria de pequeno porte. Estão sendo monitorados para que não falte oxigênio nem alimento”, afirmou o gerente de Recursos Pesqueiros do Imasul, Vander Fabrício de Jesus. O Imasul é o órgão ambiental do Governo do Estado, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

Os técnicos identificaram 13 espécies de peixes, sendo algumas consideradas invasoras, como tilápia, carpa e pacu. “Essa é uma região de nascente, não é normal ocorrer espécies como o pacu, que embora seja nativo de nossa bacia, é um peixe de rio. Com certeza esses exemplares foram soltos aqui no lago”, disse Vander. Também foram retirados cágados, réptil da mesma família das tartarugas e que são comuns em lagos.

Todos os animais aquáticos retirados do lago maior aguardam, no lago menor, o fim das obras de desassoreamento para serem devolvidos ao antigo habitat. “Estamos monitorando diariamente, são cinco servidores do Imasul, além dos funcionários administrativos do Parque, envolvidos nessa tarefa. Já estamos prontos para entrar com oxigenação da água se for preciso, ou mesmo alimentar os peixes temporariamente com ração. Além disso, temos um caminhão pipa pronto para ser acionado e jogar água se o nível do lago começar a baixar muito”.

Lixo

 Vander observou que a população tem sido exigente com relação ao tratamento que precisa ser dado aos animais do Parque como um todo, incluindo os peixes, o que considera extremamente positivo porque poderia revelar o nível de consciência ambiental do campo-grandense. Uma verdade lamentável que a lama do lago encobria, no entanto, pode derrubar essa afirmativa.

“Há uma enorme quantidade de lixo no lago, desde pneus, muito plástico, garrafas. Encontramos até um aparelho celular. Acredito que seja o momento ideal para o campo-grandense refazer sua relação com a natureza e passar a ter uma postura de mais respeito com o nosso parque”, sugeriu.

Obras

O desassoreamento dos lagos faz parte das seis ações realizadas pelo Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Campo Grande, para a revitalização do Parque das Nações indígenas, frequentado diariamente por cerca de duas mil pessoas. As obras de desassoreamento tiveram início em 11 de junho pelo lago menor; a previsão é de retirar 140 mil metros cúbicos de sedimentos dos dois lagos, para tanto estão sendo utilizadas escavadeiras e o transporte é feito por uma frota de caminhões basculantes.

O Governo do Estado repassou R$ 1,5 milhão à Prefeitura para custear esse serviço, recursos do Imasul oriundos de compensação ambiental. Os serviços têm previsão de até 120 dias para serem concluídos. Finda a limpeza, será implantada uma comporta de regulação do nível do lago. Além dessa obra, será construído um piscinão no Córrego Reveillon, na esquina das avenidas Mato Grosso com Hiroshima para controle da vazão das águas da chuva. Outra intervenção importante acontecerá dentro do Parque Estadual do Prosa com a recomposição vegetal das margens do Córrego Joaquim Português.

PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Continue Lendo...

O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

   Assine o Correio do Estado

Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

Continue Lendo...

A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).