PROFISSIONAIS CEDIDOS PELO HOSPITAL REGIONAL
Com ônus para na origem (salário pago pelo Hospital Regional)
Agenar Barbosa Arantes - Nutricionista - Prefeitura de Campo Grande
Alexandre Moretti de Lima - Médico - Secretaria de Estado de Saúde (SSE)
Ariane Alexandrino Dembogurski - Médica - Prefeitura de Amambai
Ariane Ilse de Oliveira - Gestora de serviços hospitalares - SES
Aucelir Auxiliadora Morla -Auxiliar de serviços hospitalares - SES
Caroline Freire Gonçalves Pissurno - Nutricionista - SES
Clenir Souza Pinheiro Vargas - Assistente social - SES -
Cleomenes Jacob Gomes - Farmacêutico - Bioquímico - SES
Deisey Adonia Zanoni - Enfermeira - SES -
Edlene Alves de Alencar Pessoa - Enfermeira - SES
Edmar Gomes de Souza - Motorista - SES
Edna Evangelista Santos - Auxiliar de enfermagem - SES
Emerson Gaúna Arrais - Enfermeiro - SES
Erika Cristine Marrer Rosa - Enfermeira - SES
Fábio Luis Miotto - Farmacêutico - SES
Fábio Pizarro de Lima -Técnico de Programação - Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)
Idênio de Assis Graça - Agente de Serviços Hospitalares - SES
Ivan Sinigaglia Nunes Pereira - Médico - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)
Jeferson Baggio Cavalcante - Médico - Prefeitura de Amambai
João Barbosa da Silva - Agente de Serviços Hospitalares - SES
Jorge Guillermo La Torre Heredia - Médico - SES
Juliane Chaia Dionizio - Médica - Sejusp
Letícia Toledo Peixoto - Auxiliar de Serviços Hospitalares - SES
Ligia Fernandes Lima Nantes - Enfermeira - SES
Lilian Denadai Fonseca Ferrari - Farmacêutica - SAD
Lúcio Rogério Costa de Paula - Médico - SES
Marcelo de Souza Cury - Médico - UEMS
Maria Gloria de Arruda Campos - Auxiliar de Serviços Hospitalares - SES
Maria Lúcia Ferreira Igi - Médica Veterinária - SES
Marilia de Melo Cansação - Auxiliar de Serviços Hospitalares - SES
Marina Mercado Soares Gaúna - Auxiliar serviços hospitalares - SES
Mario Lino Aranda Junior - Engenheiro de Segurança no Trabalho - SES
Maristela Amaral de Matos Rios - Auxiliar de Recepção - SES
Natanael Dalete Barros - Técnico Contábil - SES
Nicola Rosa - Médico de Segurança do Trabalho - SES
Patrícia Helou dos Reis Ruiz - Médica - SES
Patrícia Leão Bastos - Técnico de Enfermagem - SES
Rosana de Fátima Moreira - -Auxiliar de Enfermagem - Prefeitura de Campo Grande
Salim Cheade - Médico - SES
Sandro Trindade Benites - Médico - SES
Sebastião de Souza - Auxiliar de enfermagem
Sonia Honorato de Oliveira Carneiro - Auxiliar hospitalar - SES
Vanessa Paniz Knippelberg - Farmacêutica - UEMS
Fonte: Fundação de Saúde de Mato Grosso do Sul (Funsau)
Referência para o tratamento de pacientes de Covid-19 em Mato Grosso do Sul, a doença causada pelo coronavírus, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul paga salários de médicos, enfermeiros e farmacêuticos, para as prefeituras de Amambai e de Campo Grande, para a Secretaria de Administração e Desburocratização, e até mesmo para a Secretaria de Justiça e Segurança Pública.
O Correio do Estado teve acesso à lista do setor de recursos humanos da Fundação Estadual de Saúde (Funsau) no fim do ano passado, que mostra 53 profissionais cedidos e indica que, deste total, 43 trabalham em outros setores da administração pública, mas têm os salários pelo hospital.
O Ministério Público Estadual pediu, há um mês e meio, que um número ainda maior de servidores cedidos (119) voltassem imediatamente ao trabalho. Ainda não houve decisão do juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. Eles representam uma despesa mensal de R$ 1,04 milhão por mês para a fundação. Neste ano, o hospital - que abriu processo seletivo para contratar 183 profissionais para enfrentar a pandemia de coronavírus por meio de seleção temporária - já gastou mais de R$ 4,1 milhões com servidores que prestam serviços a outros órgãos da administração pública.
Na lista obtida pelo Correio do Estado há, por exemplo, profissionais do Hospital Regional que trabalham na Secretaria de Justiça e Segurança Pública. É o caso do técnico de programação Fábio Pizarro de Lima, e também da médica Juliana Chaia Dionizio. Esta última é esposa do ex-deputado federal Elizeu Dionízio.
Em 19 de julho do ano passado, o governo do Estado cedeu, de uma só vez, dois médicos do Hospital Regional para a prefeitura de Amambai, cidade localizada no Cone-Sul do Estado, distante 300 quilômetros de Campo Grande. Trata-se de Ariane Alexandrino Dembogurski e Jeferson Baggio Cavalcante. Apesar da cessão à prefeitura da cidade do interior, reduto eleitoral do ex-secretário especial do governo, Dirceu Lanzarini (assassinado em fevereiro deste ano) os nomes dos dois profissionais ainda aparecem em clínicas que atuam em Campo Grande.
No ano passado, a diretora do Hospital Regional, Rosana Leite de Melo admitiu, em depoimento ao Ministério Público, que os profissionais cedidos faziam falta. Lembrou inclusive de setores como a farmácia, que por causa da escassez de profissionais para cumprir expediente no hospital, teve de fechar no período noturno. “Estamos sofrendo fiscalização (do Conselho Regional de Farmácia) por falta de farmacêuticos. Estamos tentando equacionar isso com a secretaria (de Saúde). Técnicos de enfermagem, mesma coisa”, afirmou em depoimento prestado no fim do ano passado.
FARMACÊUTICOS
Foi necessária a ação civil pública para que o retorno dos farmacêuticos ao Hospital Regional ocorresse. Ele ainda não foi formalizado, mas Rosana Leite de Melo já solicitou a volta deles à Procuradoria Geral do Estado.
Na defesa que faz do governo no processo, a Procuradoria afirmou que todos os profissionais cedidos atuavam em funções consideradas essenciais em outras instituições. Não relacionou, porém, os profissionais às suas funções.
Na lista de servidores a que o Correio do Estado teve acesso, há farmacêuticos cedidos à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e à Secretaria de Administração e Desburoracratização (SAD) e à própria Secretaria Estadual de Saúde (SES).
No ano passado, a diretora do Hospital Regional mandou ofícios para todos os profissionais cedidos, e na época do depoimento, somente um deles havia respondido à solicitação. “Apenas um (respondeu)... Negando, né? Que é uma funcionária que está no setor da (...) Administração... da SAD... E o motivo é que não pode retornar...”, explicou a diretora do hospital em depoimento.
Na semana passada, após o Correio do Estado denunciar o “empréstimo” de servidores a outros órgãos da administração pública, a Secretaria Estadual de Saúde justificou que uma lei estadual permite a movimentação de servidores da área e que isso não caracteriza cedência. A pasta informou que várias cedências foram revogadas.
De fato algumas cedências foram revogadas, quatro ao todo: dos médicos Lilian Bianca Miller Martelo, Virgilio Gonçalves de Souza Junior e Walter Peres da Silva Junior, todos cedidos à UEMS, e do auxiliar de serviços de saúde, Fausto Fraga Fernandes, que estava na Secretaria Estadual de Saúde.