A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil de Campo Grande deve começar até esta sexta-feira (13) a ouvir testemunhas sobre a execução do estudante de direito Matheus Xavier, 20 anos, morto a tiros de fuzil na porta de sua casa na noite da terça-feira (9), no Jardim Bela Vista, região central da Capital.
O objetivo é confirmar ou não a principal linha de investigação do caso: Matheus foi assassinado por engano no lugar do pai, o capitão aposentado da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, acusado de falsidade ideológica, usucapião e enriquecimento ilícito na Justiça e preso em 2009 durante operação que investigava exploração de caça-níqueis.
Essa foi uma das hipóteses confirmadas pelo delegado da Delegacia de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras), Fabio Péró, revelada ainda na quarta (10).
Segundo a polícia, o jovem deixava a garagem da residência em uma caminhonete S10 quando dois homens lhe surpreenderam e já desceram do que pode ser um Volkswagen Up atirando. A vítima foi atingida ao menos sete vezes por um fuzil calibre ponto 762, de acordo com o apontado pela perícia. Os bandidos fugiram após os disparos e ninguém fora reconhecido até a publicação desta reportagem.
A versão plausível para a polícia é a de que Matheus retirava o carro para que o pai pudesse sair com seu Ford Ka, o mesmo com que socorreu a vítima à Santa Casa.
Já o Familiares e amigos serão ouvidos com um propósito claro: descartar que Matheus tivesse inimigos capazes de uma atuação de tal tamanho. O rapaz era atuante na universidade privada onde cursava direito.
Ainda de acordo com a polícia, uma outra equipe de investigação da Homicídios ficará responsável por procurar imagens de câmeras de segurança no bairro com o propósito de identificar provável veículo usado e a própria dupla acusada do crime.
Outra meta é traçar paralelos. Um deles é o veículo. Um Ônix foi encontrado queimado em uma estrada vicinal, próximo à rodovia MS-040, na Moreninhas (região sul), na tarde desta quarta. O carro é de Suzano (SP), tem queixa de roubo e está com a perícia.
A perícia também ficará com as investigações sobre a balística. A polícia não descarta que o fuzil usado para matar Matheus possa ser o mesmo de outros casos de repercussão da Capital. Os laudos não têm prazo para serem finalizados.