Cidades

CRISE DE ABASTECIMENTO

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Greve dos caminhoneiros faz preços de vegetais triplicarem na Capital

Estoques de batata, cebola e tomate também estão baixos

RAFAEL RIBEIRO

24/05/2018 - 18h25
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Muito além das bombas de gasolina nos postos, os campo-grandenses começam a sentir os efeitos do quarto dia de greve dos caminhoneiros no País nas gôndolas dos supermercados, com reflexos, claro, nos bolsos.

O Portal Correio do Estado percorreu estabelecimentos do tipo na tarde desta quinta-feira (24) e encontrou preços já muito acima do usual na seção de hortifruti, principal produtos com saída constante e que tem origem em outros estados, como cebola, tomate e batata.

No caso da batata, se o produto era encontrado em promoções até a R$ 1,30 o quilo no início deste mês, o valor quase triplicou. Na região norte da Capital, o valor beirava até R$ 6 na mesma quantidade em alguns supermercados.

"Estamos há dois dias sem receber novos carregamentos. O abastecimento vem (do interior) de São Paulo e não está sendo feito. O que sobrou foi isso. O valor está alto, mas é só o que temos. Na hora que acabar, acabou", desabafou um funcionário de um supermercado no bairro Nova Lima.

No bairro vizinho da Mata do Jacinto, apesar do preço mais baixo, a situação era mais caótica nos estoques de um estabelecimento. Apenas 15 quilos de cebola à disposição dos clientes. "Até buscamos soluções, no Ceasa, nos atacadistas e conseguimos alguma reposição. Mas isso influencia o preço. Não compran do diretamente com o fornecedor, fica mais caro e é isso que temos", explicou o gerente, que pediu para não ser identificado, pedindo desculpas pelo preço de quase R$ 5 pelo quilo do produto.

Longe dali, no Piratininga, na região sul, a situação é semelhante: preços inflados e declarações de estoques curtos. Mas não apenas dos vegetais. Em um supermercado, o gerente, também pedindo anonimato, diz que até frango e congelados estão no limite.

"Estamos avaliando como ponderar essa situação, se compramos de outros estabelecimentos, mas isso influenciaria os preços", explicou. Segundo, a decisão é por esperar até o fim do final de semana, avaliar o que de fato tem saída e o quanto podemos cobrar sem onerar nossos clientes."

COMPREENSÃO

Parte mais interessada - e afetada - de todo o processo, os clientes seguem a linha tênue entre a compreensão pelas reivindicações dos caminhoneiros e arevolta pela subida dos preços.

É o caso da dona de casa Adélia de Jesus, 55 anos, moradora do Vida Nova, região norte, que encarou o preço alto pelo gosto por tomates, mas elogiou a posição dos caminhoneiros. "A gente tem que apoiar eles, alguém tem de fazer alguma coisa para tornar esse País melhor. Faz parte pagar mais caro. Tudo para melhorar nossa condição de vida", disse, exbindo os preciosos vegetais.

Nem por isso, contudo, ela mantém os cardápios habituais. Diz ter só quatro batatas em casa, se assutou com o preço e disse que ele estará fora da dieta até que os preços abaixem. "Vou substituir pela mandioca mesmo."

Substituições na panela também foi a solução encontrada pela dona da casa Cristina Mota, 34, moradora do Jardim Colombo, região norte. Sem alternativas, ela rodava supermercados da região junto da filha, de 12, de bicicleta. "Está difícil encontrar cebola a preço justo. O jeito é pagar caro mesmo", disse, acreditando que a situação irá se agravar.

FUTURO

Pela manhã , a Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados (Amas) projetou falta de mercadorias nos estabelecimentos a partir de sábado (26) caso a paralisação nacional dos caminhoneiros continue e os produtos não sejam entregues. Se isso ocorrer, supermercados vão começar a fechar as portas, avalia o presidente Edmilson Veratti.

Os primeiros produtos que começaram a faltar foram os hortifruti, em que 40% dos tipos já não estão mais disponíveis nas prateleiras. “Ninguém recebeu mercadoria essa semana. Depois do hortifruti, os próximos a faltar serão os produtos perecíveis. Provavelmente a partir de sábado já comecem a faltar”, afirmou o presidente da associação.

Ainda conforme o presidente da Amas, não há como racionar e limitar a compra dos produtos pelos clientes, assim como fazem os postos de combustíveis que vendem apenas 20 litros por motorista em algumas situações.

“Não há como limitar dessa forma. Causaria ainda mais tumulto e confusão. Vamos vender até que acabe e se acabar realmente, vamos fechar as portas”, completou.

Greve Geral

Assembleia Geral define se professores da UFMS irão aderir à greve

Com 60% de docentes favoráveis, nesta terça-feira (21) Assembleia Geral irá decidir por meio de votação acerca da paralisação

22/04/2024 17h15

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Assembleia Geral convocada pelo sindicado dos professores (ADUFMS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), definirá na manhã desta terça-feira (23), os caminhos com relação à greve dos profissionais da categoria.

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS. Cada uma delas terá sua assembleia, levando em consideração pontos específicos conforme a demanda de cada campi. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado no dia 9 de abril, ficou definido pela manutenção do Estado de Greve, isto é, a paralisação dos profissionais da educação pode ocorrer a qualquer momento.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que iniciou a paralisação no dia 15 de abril,  52 universidades, 79 institutos federais (IFs) aderiram ao movimento em todo país.

A presidente da ADUFMS,  a professora  Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, explicou que os educadores estão pleiteando pelo reajuste salarial de 22% dividido em três parcelas (2024, 2025 e 2026). 

São cerca de 1.500 docentes na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, fora os aposentados.

"Temos uma carreira que não tem um percentual específico entre uma e outra, mas quando se trata do início de carreira do docente, ou um piso na educação superior isto representaria em torno de R$4.900,00, para um doutor em dedicação exclusiva, ou seja, não pode trabalhar em outro lugar", explicou Mariuza Aparecida.

Servidores técnicos-administrativos

O Ministério da Gestão e da Inovação esteve reunido com lideranças sindicais, na sexta-feira (19), e propôs o reajuste de 9% para os servidores técnicos-administrativos. Em Mato Grosso do Sul são 1.700 integrantes da categoria que estão em greve desde o dia 14 de março. 

A proposta de reajuste indicada foi de 9% para 2025 e 3,5 para 2026, deixando o ano de 2024 fora da rodada de negociações.

Algumas das demandas relacionadas ao plano de reestruturação de carreira foram acolhidas pelos representantes da pasta.

Além disso, ofereceram aumento nos benefícios que incluem:

  • Auxílio Alimentação;
  • Auxílio-creche
  • Auxílio-saúde

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sista-MS), está pleiteando o reajuste de 10,5% referente a 2024, e o mesmo valor referente aos dois anos seguintes. 

IFMS 


Além dos técnicos administrativos e professores da UFMS que representam (60%) favoráveis a adesão da greve, os profissionais do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e os servidores técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram à greve. 

 

Os campi da IFMS paralisados pela greve dos professores e servidores técnicos são:

  • Campo Grande
  • Corumbá
  • Coxim
  • Dourados
  • Jardim
  • Naviraí
  • Nova Andradina
  • Ponta Porã
  • Três Lagoas

"Continuamos com os campus paralisados, ainda mais que o governo deu uma resposta insatisfatória na sexta. Na próxima quinta-feira nós vamos organizar a nossa assembleia. A expectativa, a grande expectativa, é que a contraproposta do governo seja rejeitada. Porque afinal de contas praticamente não atendeu em nada. Principalmente as reivindicações dos técnicos administrativos", explicou presidente do SINASEFE-MS e técnico administrativo Tiago Thomaz de Assis.

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Cidades

Prefeitura autoriza início da instalação de padrões de energia elétrica para comunidade Mandela

Moradoras do Mandela relembram transtornos causados pela falta de energia no local

22/04/2024 16h24

Divulgação: Prefeitura de Campo Grande

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A Prefeitura de Campo Grande autorizou o início da instalação dos primeiros padrões de energia elétrica para os moradores da comunidade Mandela, na área situada no Jardim Talismã. A ação, concretizada com o apoio da concessionária Energisa, proporciona acesso à eletricidade regular para os moradores e também os insere na Tarifa Social, medida que visa aliviar o ônus financeiro das famílias de baixa renda.

“Agora vou ter energia sem medo de queimar minhas coisas. Lá na comunidade os aparelhos queimavam direto devido à instabilidade. Já perdi a conta de quantas TVs dessas de tubo tive que jogar fora, e nem me animava de comprar uma nova com medo de perder também. Chuveiro quente e secador a gente não podia nem pensar em ter porque podia pegar fogo”, disse a auxiliar de serviços gerais, Marlene Salazar de Lima, de 50 anos, que não vê a hora de se mudar para o local.

“Moro sozinha, tenho problemas de saúde e quando preciso meu filho fica comigo. Ter essa casa vai me dar segurança de ter um lar para descansar, é a minha garantia. Antes daqui eu sempre morei de aluguel, sempre tentei conseguir uma casinha. Agora quero reconstruir tudo o que perdi no incêndio”, contou emocionada.

A camareira, Andréia Rolon Argilar, de 46 anos, compartilha uma experiência semelhante. Ela relatou os desafios enfrentados devido à falta de energia, uma ocorrência frequente na comunidade por conta do grande número de pessoas compartilhando da mesma conexão elétrica, o que diariamente resultava na queda de energia.

“Quando começou a me dar muito problema, eu me endividei para comprar fio e fiz uma ligação sozinha para o meu barraco. Às vezes a gente dormia sem luz e era bem ruim sem ventilador por conta dos pernilongos, mas agora com a luz regular em casa será ótimo. Prefiro pagar e ter meus direitos, quando faltar, ter para quem ligar e reclamar, é uma garantia, uma vitória para todo mundo”, disse Andréia.

Andamento das obras

Na área do Jardim Talismã, o processo de fundação já foi concluído, abrangendo escavações, posicionamento de armações de aço e nivelamento das estruturas residenciais.

Até o momento, dez unidades foram totalmente cobertas, enquanto outras 20 encontram-se em estágio avançado de alvenaria, com esquadrias e rebocos já finalizados; as restantes estão em fase de construção do baldrame e contrapiso. Além disso, as portas e janelas já instaladas estão sendo pintadas.

“Estamos muito satisfeitos em ver que as obras seguem a todo vapor, dentro do cronograma estabelecido. Nosso compromisso é garantir que as famílias sejam atendidas dignamente e que tenham a oportunidade de realizar o sonho de todo brasileiro: ter um CEP, uma casa para chamar de sua. Estamos trabalhando incansavelmente para que isso se torne realidade, assegurando que cada família tenha seus direitos reservados e desfrute de um lar seguro e confortável”, afirmou o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Claudio Marques.

Relembre

No dia 16 de novembro, um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem seus lares e itens básicos nas chamas.

Poucos dias após o ocorrido, a Prefeitura garantiu que as famílias seriam realocadas para outras áreas da Capital, são elas:

  • José Tavares - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi I - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi II - 30 lotes
  • Talismã - 32 lotes

Os moradores não poderiam reconstruir as moradias no mesmo local onde é a Comunidade do Mandela por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APP).

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