Os trabalhadores dos Correios de Mato Grosso do Sul decidiram, em assembleia realizada ontem (13), aceitar a proposta do ministro Mauricio Godinho Delgado, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que propôs a suspensão da greve na audiência de conciliação entre as partes realizada na quinta-feira (12), em Brasília. O ministro propôs a manutenção dos termos do último Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e do plano de saúde para os pais dos empregados até 2 de outubro, quando o TST deverá julgar o dissídio.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Telégrafos e Similares de Mato Grosso do Sul (SINTECT-MS), a greve foi uma resposta à intransigência da empresa que recusava qualquer negociação. A greve nacional levou o TST a convocar a audiência de conciliação e propor a manutenção integral do acordo até o julgamento definitivo do dissídio.
Os trabalhadores dos Correios retornam as suas atividades normalmente na segunda-feira (16). Segundo a presidente do sindicato, os trabalhadores vão aguardar os desdobramentos no TST, porém mantiveram o 'estado de greve'. “Os trabalhadores retornam de cabeça erguida. O sindicato parabeniza cada trabalhador que fez parte desta luta contra retirada de direitos e arrocho salarial, mostrando que tem gente na categoria disposta a lutar, mostrando que temos forças para enfrentar os planos de desmonte dos Correios e dos direitos trabalhistas”, disse.
O processo estará na pauta de julgamento da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do TST do dia 2 de outubro, às 14h30. No julgamento, o TST definirá as relações coletivas de trabalho até a data-base de 2020 e resolverá eventuais questões sobre a greve. O ministro destacou que a sessão foi marcada para o início de outubro a fim de que sejam cumpridos os prazos previstos em lei para a realização de atos processuais necessários.
A greve que teve início na quarta-feira (11) e adesão de funcionários de oito municípios no Estado, aumentando para 34 o número de cidades com paralisação de servidores. Por conta da greve nacional, os Correios tinham suspendido temporariamente as postagens de serviços com hora marcada, como Sedex 10 e Sedex hoje.
Motivação
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial, com reposição da inflação no período, e permanência de 45 cláusulas que a empresa estaria querendo retirar, constantes no último acordo coletivo. A empresa oferece reajuste de 0,80%.
A categoria também é contra a privatização da estatal, que foi incluída no programa de privatizações do governo federal no mês passado.