A chuva que atingiu Campo Grande durante a tarde de ontem (12) e a madrugada de hoje (13), além de prejuízos para a população nos bairros da Capital, também causou alguns estragos nos serviços já executados nas obras do Reviva, no centro.
Conforme relatório divulgado pela Prefeitura, trabalhos na parte subterrânea da construção precisarão ser refeitos e, por este motivo, a interdição da 14 de Julho, entre as ruas Antônio Maria Coelho e Maracaju, prevista para começar nesta quarta-feira, foi adiada para amanhã (14).
Entre os serviços de reparação a serem feitos consta a reinstalação de caixas pré-moldadas e tubos da rede de drenagem, limpeza na tubulação que encheu com o barro, troca e acréscimo de material utilizado na execução da base das calçadas que estavam prontas para receber o concreto e o realinhamento dos eletrodutos.
O fechamento do cruzamento será necessário para a execução de obras de drenagem na esquina das ruas 14 de Julho e Maracaju. Por conta disso, a Maracaju, entre as ruas 13 de Maio e 14 de Julho, estará com apenas meia pista liberada. Após a finalização do trabalho na esquina, as equipes fecham o corpo todo da quadra para a realização da infraestrutura pesada, que prevê drenagem e elétrica, entre outras intervenções.
Assim como em toda a Rua 14 de Julho, independentemente das obras do Reviva Campo Grande, o acesso às lojas está garantido. Para isso, foram instalados passadiços em frente aos comércios. Nos trechos onde as quadras estão interditadas, foram colocados tapumes para possibilitar o trânsito de pedestres.
Somente em dois dias, ontem e hoje, a chuva chegou a 73,2 milímetros na Capital. Até às 6h da manhã de hoje, o acumulado dos 13 primeiros dias de fevereiro estava em 98 milímetros, enquanto o esperado para o mês inteiro é de 171,4 milímetros.
MORADORES ILHADOS
No Bairro Chácara dos Poderes, morador gravou a situação da rua não asfaltada que se transformou em um rio e carros ficaram atolados. “Sempre quando chove a rua fica assim, estava indo trabalhar e levar meus filhos na escola, estamos presos na estrada, faz 10 anos que essa rua não tem manutenção, deviam passar cascalhos três vezes ao ano”, disse.
Ainda no bairro, outro morador registrou a outra extremidade do bairro. “Olha esse rio na porta da minha casa, eu não posso sair para ir trabalhar hoje por causa disso, mas eu tenho carro e não barco”, registrou.
Luciano é morador do Jardim Aero Rancho e disse que a Rua da Divisão, que divide o bairro com o Jardim Parati se tornou uma lagoa e os carros estão tendo dificuldade para passar na rua que é constantemente movimentada. “Queremos que o prefeito e o secretário de obras olhe para o bairro e principalmente para a Rua da Divisão, o bueiro é entupido e não tem como a água escoar, isso já faz 15 anos, precisamos de uma solução”, contou.
Em outra parte da cidade, na Avenida Rádio Maia, na Vila Popular, a água invadiu casas e estragou móveis e pertences dos moradores. Foi o caso da diarista, Rosana da Silva, de 42 anos, que mora há um ano na Avenida e disse nunca ter passado por isso. Pega de surpresa pela água, ela acordou às 4h30 e a enxurrada já havia tomado toda a casa. Ela perdeu tudo, desde colchão a comida que estava no armário.
DEFESA CIVIL
Para evitar tragédias, a Defesa Civil tem um sistema de alerta para celulares cadastrados. Até janeiro, mais de 42 mil aparelhos já estavam cadastrados. Quem quiser aderir ao sistema e receber um aviso por SMS quando houver risco de desastre basta enviar uma mensagem de texto para o número 40199 com o CEP de interesse.
O mesmo usuário poderá cadastrar mais de um CEP para receber os alertas. Também poderá deixar de receber o serviço quando desejar. A partir do cadastramento, o telefone e o respectivo endereço são automaticamente incluídos na lista de envio dos alertas sempre que houver risco de desastres naturais na região indicada.