Cidades

BANHO DE SÃO JOÃO

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Jovem homenageia avós e fica em 1º lugar no concurso de andores

Arraial acontece no mês de junho, desde século XIX em Corumbá

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Uma das maiores representações da identidade cultural de Mato Grosso do Sul, é o arraial do Banho de São João, em Corumbá. Conforme relato de pesquisadores e historiadores regionais, o festejo foi trazido para cidade no século XIX por viajantes portugueses. 

Este ano, a programação começou no dia 20 e termina neste domingo (23), com a descida dos andores e o banho do Santo, nas águas do Rio Paraguai. 

A fim de prestigiar a dedicação dos festeiros que decoram a casa para receber os romeiros, é realizado também um Concurso de Andores, que nesta edição concedeu o primeiro lugar para a festeira, Kaesling Hellensberger Moraes. A pontuação recebida foi 146,8 pontos e garantiu o primeiro lugar com um prêmio de R$ 1.000 reais.

Durante entrevista concedida ao Diário Corumbaense, Kaesling revelou que foi a primeira vez que participou do concurso, a pedido de sua mãe que está doente. Por isso resolveu fazer uma homenagem aos avós. 

“Minha mãe é quem participa sempre, mas esse ano ela adoeceu e pediu para assumir o andor. Essa homenagem já era para ter sido feita no ano passado, mas não deu certo e, então, resolvemos fazer agora, com a ajuda de primos e tios, que me deram força e também apoio para participar”, relata.

HISTÓRIA DA FAMÍLIA

A família de Kaesling veio refugiada da 1ª Guerra Mundial para a Bolívia, e o avô que é austríaco conheceu sua avó, no trabalho de construção da linha férrea (Comissão Mista).

 “Eles se conheceram nesse período e meu avô ganhou do patrão dele a imagem de São João. Mas, após um tempo, ele faleceu ainda lá na Bolívia e minha avó veio para  Corumbá, junto com a imagem. Aqui, ela conheceu a tradição por meio de vizinhos, que ao verem a imagem, pediram para banhá-lo no tanque”, explica a neta.

 Kaesling, se referindo às imagens de uma boneca e de um boneco, no andor da família, junto com a a imagem original de São João,retratando o banho do santo no tanque, como era feito pela sua avó e vizinhos.

O andor da família Hellensberger participa do concurso desde 2013, tendo como responsável a mãe da ganhadora, conhecida como Nilza Hellensberg, que já conquistou em 2014. “A minha avó antes fazia a festa aqui em casa e descia apenas com a imagem e dava banho no São João no rio Paraguai. Foi a minha mãe que deu início na tradição com o andor e pretendo continuar daqui pra frente, pedindo cada vez mais saúde e bênçãos”, concluiu a herdeira festeira.

SOBRE A FESTA

Na apresentação do Arraial, o site do Ministério do Turismo descreve o Banho de São João, da seguinte forma: "As margens do Rio Paraguai, que separa Corumbá (MS) da Bolívia, são o cenário da maior festa junina do Mato Grosso do Sul e de um dos festejos sacro-profanos mais diferenciados do Brasil", pontua.

A festa remonta às origens de Corumbá e, pela sua singularidade, foi incorporada ao Patrimônio Imaterial de Mato Grosso do Sul. O evento torna-se ainda mais especial por estar inserido na capital do Pantanal, Corumbá, a maior região alagada do planeta, Patrimônio Natural da Humanidade reconhecido pela Unesco como reserva da biosfera.

PROGRAMAÇÃO 

23/06 domingo
Banho de São João
Descida dos Andores
Local: Ladeira Cunha e Cruz
Concentração do Andor da Prefeitura e Missa Solene em Louvor a São João
Local: Sede da Oficina de Dança - Rua Antônio João, nº 90, Centro
20h   
Atração: Marquinhos Sales
Elevação do Mastro de São João e Roda de Cururu e Siriri
Local: Orla do Porto Geral - Hora: 23h30
Arraial do Banho de São João
18h - Praça de Alimentação - Estande de Artesanatos - Altar de Todos os Santos
19h - Pau de Sebo
20h - Show Local – Os Garotos
22h - Show Local – Juninho e Luan
00h - Show Pirotécnico
00h10 - Show Regional – João Haroldo e Betinho

 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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