Em meio à reclamações sobre a alimentação, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, também estaria com problemas com medicações que estariam atrasando cirurgias cardíacas.
Conforme apurado pelo Correio do Estado, uma idosa espera cerca de quatro meses por uma cirurgia para colocar o marcapasso no coração, porém, não é possível realizar o procedimento porque o hospital está com falta de potássio. O mineral é necessário para manter os índices do paciente alto, durante a cirurgia.
Segundo uma corretora de imóveis, de 57 anos, que acompanha o marido há 15 dias na unidade, o companheiro, que precisa fazer uma ponte safena, não conseguia marcar uma data por conta da falta de um medicamento. Quando conseguiu marcar, para hoje (5), foi informada, nos últimos dias, por funcionários, que o procedimento teria que ser adiado.
O motivo seria porque um profissional estaria participando de um congresso fora da cidade e não estaria presente para operar o equipamento usado na cirurgia. O procedimento ainda não tem uma nova data.
O casal veio de Maracaju quando o marido, de 59 anos, sofreu um infarto. Eles chegaram na Capital sem uma vaga garantida, porque o homem está com veias entupidas em 75%, 80% e 90%.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde (SES), as cirurgias no hospital estão acontecendo normalmente. Sobre o profissional que estaria em congresso, a reportagem não teve um retorno até esta publicação.
PROBLEMA RECORRENTE
A unidade é uma das principais do Estado e foi alvo da Operação Reagente, deflagrada no dia 30 de novembro do ano passado, com o cumprimento de três mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão em Campo Grande, Ribeirão Preto (SP) e São Paulo. Os problemas com a falta de produtos já estavam em investigação há, pelo menos, quatro meses, no Conselho Estadual de Saúde (CES).
De acordo com o presidente do CES, Florêncio Escobar, a falta de medicamento é pauta recorrente das reuniões do colegiado. “A gente estava justamente na reunião do conselho, quando soubemos da operação. Na verdade, o problema é muito mais grave do que a gente imaginava. Agora, vamos discutir a melhor forma de acompanhar isso”.