Excesso de carga pode ter provocado o acidente que deixou quatro pessoas mortas na BR-163 entre Mundo Novo e Eldorado no dia 11 de agosto. O motorista do caminhão, David Júnior Souza Cabral, 24 anos, foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor qualificado por omissão de socorro, quatro vezes.
O delegado responsável pelas investigações, Thiago Lucena, disse ao Portal Correio do Estado que uma análise preliminar constatou que o caminhão estaria carregado com 10 toneladas de carga acima do permitido. A polícia aguarda o laudo da perícia para confirmar a informação.
Ainda segundo o delegado, em depoimento o suspeito alegou que tentou frear o caminhão ao ver os outros veículos parados na pista, mas o freio não funcionou, causando o acidente. “Isso pode ter acontecido pelo excesso de peso, mas o que vai apontar a causa do acidente é o laudo pericial”, disse Lucena.
No dia do acidente, o motorista fugiu sem prestar socorro e foi encontrado por um policial rodoviário escondido dentro de um ônibus que aguardava no congestionamento que se formou na rodovia. À polícia, o suspeito informou que não prestou socorro e se escondeu por medo de represálias, porém, segundo o delegado, testemunhas disseram que não havia clima de hostilidade no local.
A Justiça arbitrou fiança de 10 salários mínimos e o suspeito foi solto depois de pagamento quatro dias após o acidente.
Mais de 10 testemunhas já foram ouvidas, entre elas policiais rodoviários federais que atenderam a ocorrência. A Polícia Civil tem o prazo de 30 dias para concluir o inquérito e aguarda os laudos para dar prosseguimento as investigações.
O ACIDENTE
Segundo testemunhas, por conta de obras na pista, a rodovia estava em Operação Pare e Siga da concessionário CCR MSVia. No entanto, um caminhão carregado com massa asfáltica perdeu o freio, não conseguiu parar e atingiu vários outros veículos que esperavam autorização para passar pelo trecho interditado.
Morreram no local do acidente as adolescentes Paola de Avila Telles e Gabriela Camargo da Silva, ambas de 15 anos, e os adultos Almir José Canavezi, de 47 anos e Milton Camargo da Silva, de 43 anos.