O estudante Jorge Carvalho Vicente Júnior, de 19 anos, foi um dos atrasados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, que teve o segundo dia de prova neste domingo (10). O rapaz disse que dormiu até tarde e que depois teve que esperar a irmã, de 17 anos, que também faria a prova, se arrumar para saírem juntos de casa, no bairro Itamaracá.
O rapaz faria a prova na Uniderp, mas chegou logo após os portões serem fechados. “Esperei minha irmã, mas ela me atrasou, aí tive que vir com o meu pai de moto, mas não chegou a tempo”, contou Jorge. Segundo ele, a irmã chegou a se arrumar, mas acabou desistindo de ir até o local de prova porque percebeu que não chegaria a tempo.
Jorge afirma também que prova realizada na semana passada ele e a irmã chegaram faltando um minuto para o fechamento dos portões, mas conseguiram fazer o exame. Agora o rapaz disse que tentará de novo no próximo ano, mas ainda não sabe o que pretende fazer. “Quero História, ou talvez Artes, ainda não sei”.
Diferente do rapaz, outros estudantes chegaram cedo para fazer o Enem, como o estudante Gustavo Ramalho, de 17 anos, que chegou ao local de prova meia hora antes do fechamento dos portões. “Eu moro perto, mas quis vir mais cedo. Pretendo fazer Economia na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) ou na Unigran, por meio do Pró-Uni”.
Ele afirma que no exame deste domingo teme a matemática. “É mais difícil, tem muito cálculo. Estudei na escola e em casa, com ajuda de alguns vídeos no YouTube”, contou.
O temor de Gustavo, porém, não é o mesmo das estudantes Linda Áurea Souza, de 15 anos, e Manuela Estrela, de 16, que estão fazendo a prova apenas como treineiras. “Estou confiante hoje, por ser exatas, me dou bem com a matemática”, contou Áurea, que pretende cursar veterinária no futuro.
COMÉRCIO
Com o intuito de angariar fundos para a festa de formatura, um grupo de estudantes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) esteve em frente de quatro locais de prova (Uniderp, UCDB, Unigran e Joaquim Murtinho) para vender água a brownie.
Segundo o acadêmico do primeiro ano de medicina, Gustavo Dias Bottari, 20 anos, apesar da turma só se forma em 2024, o grupo decidiu começar desde de cedo a arrecadação para a festa. A previsão era arrecadar no dois dias de prova R$ 500, contando todos os locais. “A água já acabou e só tem brownie”, contou.
O grupo, que no ano passado estava no lugar dos estudantes que faziam o Enem afirmou que o importante era manter a calma durante a prova e focar nas questões mais fáceis primeiro. “Tem que ter estratégia de prova, pensamento positivo e manter a calma”.
“É bom sair também para dar uma volta umas duas ou três vezes durante a prova, para lavar o rosto e se acalmar, porque chega uma hora que sua mente começa a não render mais”, orienta o acadêmico de medicina Vitor Vernini Padovani, de 24 anos.
Este ano 70.396 estudantes se inscreveram para fazer a prova em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Estudo de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mais de 17 mil se ausentaram no primeiro dia de avaliação, no domingo (3), porém, eles poderiam fazer a prova de hoje. O gabarito deve ser preenchido com caneta preta.
Na prova de hoje os estudantes terão cinco horas para responder a 45 questões de matemática e 45 de ciências da natureza. Após duas horas de prova, o candidato já estará liberado para sair da sala.