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Escolas podem não sobreviver à pandemia

Pelo menos dez instituições da Capital correm o risco de fechar; muitas já perderam alunos e demitiram

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Algumas instituições de ensino particulares de Campo Grande podem nem voltar a abrir as portas mesmo após o período mais crítico da pandemia. Isso porque algumas perderam tantos alunos que já não conseguem se manter, a avaliação da Associação de Instituições de Ensino Particulares de Campo Grande (AIEPCG) - associação que representa as escolas que não integram as grandes redes - é que cerca de 10 escolas podem fechar. Em outras, a saída para não fechar foi demitir os funcionários e trabalhar apenas com o mínimo possível.

No caso do Centro de Ensino Paradigma, localizado no bairro Jockey Clube, a proprietária, Márcia Bispo de Souza, precisou demitir seus colaboradores e selecionar as contas que pagaria para evitar a falência. “Antes da pandemia nós tínhamos 130 alunos e durante esses meses nós perdemos cerca de 20, fora os outros que estão inadimplentes. Quando começou essa situação nós vimos que não teríamos condições de arcar com as despesas e fomos fazendo demissões”.

A escola ficou com apenas duas funcionárias, além da proprietária e sua filha, que também trabalha no local. “Eu paguei agora as rescisões e as outras ficaram para julho e a partir de agosto não tenho mais essas dívidas. Outra medida foi selecionar as contas que pagaríamos. Não estou pagando luz, água e a parcela do carro, um benefício é que o prédio é próprio”, explicou Márcia.

“Esse foi o jeito que eu encontrei para manter a escola aberta e de ter certeza que as funcionárias não ficariam na mão, porque vão receber seguro-desemprego. Mas espero que em setembro já consigamos normalizar a situação”, completou a proprietária.  

A escola chegou a oferecer desconto de 50% para a educação infantil e 15% para os alunos do 1º ano do ensino fundamental. Essa turma, inclusive, é a que está segurando o funcionamento da escola. “São 21 alunos que a gente avalia que não vão nos deixar por ser uma turma de ensino obrigatório”.

O relato de Márcia, porém, apesar de preocupante, integra um cenário menos desesperador do que para cerca de outras 10 instituições da educação infantil que não devem voltar a reabrir. Segundo o presidente da Associação, esse dado ainda não foi fechado, mas é uma estimativa feita pela entidade por conta da crise causada pelo novo coronavírus.

“Na última pesquisa que fizemos tínhamos 140 escolas de educação infantil em Campo Grande, mas agora não sabemos quantas delas devem voltar a funcionar quando houver essa reabertura. Principalmente essas pequenas de bairro não tiveram fôlego para pagar aluguel, folha de pagamento”, avalia o presidente da Associação, Lúcio Rodrigues Neto.

Retorno das aulas

As entidades que representam o setor discutem com Prefeitura de Campo Grande e Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) um possível retorno das atividades da educação infantil, de aluno entre 6 meses e 7 anos, para junho deste ano. Ainda não há um calendário instituído, entretanto, uma reunião para acertar os detalhes deve acontecer ainda esta semana.

“Nós já entregamos as alterações no plano de biossegurança que nos foi pedido e aguardamos para saber se ele será aprovado. Nele está estabelecido que cada sala deverá funcionar com 30% da capacidade e depois vai aumentando. Também não vamos voltar todas as turmas da educação infantil de uma vez só, será uma coisa escalonada, cada semana uma turma”, contou Rodrigues.

O plano entregue pela Associação segue modelos que foram implantados em outras cidades, como Sinop, no Mato Grosso. “Lá eles já voltaram às aulas tem  três semanas e não houve nenhum surto”, completou o presidente.

Para o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), esse retorno precisa de aval também do MPMS. “Esse cronograma da volta deverá ser entregue ao Ministério Público para eles fazerem a leitura se é possível”.  

Perguntado sobre um possível aumento dos casos, o prefeito lembrou que Campo Grande tem baixa incidência de casos e que já houve outras flexibilizações antes. “Aqui temos um número controlado de casos, disseram que poderia ter um aumento grande com a reabertura de shoppings, academias, mas isso não aconteceu, então temos que avaliar”.

Apenas 120 escolas particulares de Campo Grande assinaram acordo proposto por Ministério Público, Defensoria Pública e Superintendência Estadual de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS), das 296 particulares da Capital. A medida prevê descontos em mensalidades de 25% para alunos de 0 a 3 anos, e 10% para estudantes acima dos 3 anos.

ALIMENTOS-DISPERDÍCIO

Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, diz ONU

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global"

27/03/2024 21h00

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos Crédito: Freepik

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A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados pode ser muito maior, apontam os responsáveis pelo Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem com a fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época).

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global", diz o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. E esse não é apenas um fracasso moral, mas também ambiental, destaca ela.

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos Wrap, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, diz Clementine O'Connor, também do Pnuma.

"Para mim, é simplesmente assustador", reforça Richard Swannell, do Wrap. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano."

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista, como açougues e mercearias, descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso ocorre porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, diz Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas supõem, incorretamente, que eles estragaram.
O relatório explica também que muitos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos países ricos e pode ser observado em todo o mundo.

Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxação do lixo é zero ou muito baixa", diz O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, conclui o relatório.

A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, e o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China", ressalta Swannell.

NO BRASIL 

O Índice de Desperdício de Alimentos calcula que, no Brasil, a taxa, na etapa de consumo familiar, esteja em 94 kg per capita ao ano.

Essa estimativa leva em conta somente o consumo doméstico de alimentos no país, com base em um estudo piloto realizado em 2023 em cinco regiões da cidade do Rio de Janeiro, com diferentes perfis socioeconômicos.

"Embora seja um estudo restrito ao Rio de Janeiro, os dados mostram que o desperdício ocorre mesmo em bairros de classe média baixa. Os fatores que levam ao desperdício precisam ser explorados em pesquisas qualitativas. É importante destacar que o montante de 94 kg por pessoa ao ano leva em conta tanto sobras de refeições, tais como arroz e feijão, quanto cascas de frutas e ossos", diz Gustavo Porpino, analista da Embrapa Alimentos e Territórios, que atuou como revisor do índice, em comunicado.

"A metodologia do Pnuma não categoriza o desperdício em evitável e inevitável, porque considera relevante reduzir o descarte de resíduos orgânicos como um todo", explica.

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PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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