Cidades

JOAQUIM MURTINHO

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Escola passará por adequação para ter certificado dos bombeiros

Instalações elétricas e sistema de prevenção vão custar R$ 290.188,52

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A Escola Estadual Joaquim Murtinho, em Campo Grande, passará por obras de adequação nas instalações elétricas e no sistema de prevenção de combate a incêndio, para que a instituição consiga o certificado do Corpo de Bombeiros.
A obra foi confirmada ontem, em meio a investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que apura se as escolas públicas da Capital, tanto municipais quanto estaduais, têm alvará da corporação. 

Reportagem publicada pelo Correio do Estado, na edição do dia 24 de outubro, mostrou, com dados levantados pela 46ª Promotoria de Justiça da Capital, que até agora a Secretaria de Estado de Educação (SED) e a Secretaria Municipal de Educação (Semed) não comprovaram a existência dos documentos.

De acordo com a ordem de serviço nº 0031/2019, publicada ontem no Diário Oficial (DOE), a empresa Renova Construções e Paisagismo Ltda. – ME terá 180 dias para realizar as obras de adaptação na escola Joaquim Murtinho, localizada na Avenida Afonso Pena, no Centro da Capital.

O contrato foi assinado no dia 1º de novembro deste ano e prevê repasse de R$ 290.188,52 à empresa.

O diretor da escola, Cláudio Morinigo Ribeiro, 43 anos, informou que será feita a troca da fiação elétrica para possibilitar a instalação de ar-condicionado e transformador, além da reativação do hidrante da escola e a adequação de acessibilidade para deficientes físicos.

“Nossa fiação é muito antiga, não suporta a instalação de ar-condicionado. Hoje, nenhuma sala de aula tem – só ventilador”. Ribeiro disse ainda que, apesar da obra, a escola não instalará os equipamentos de ar-condicionado porque é necessário nova averbação para a compra.

O repasse foi feito por meio de emenda parlamentar no ano passado e só agora as obras devem começar. O diretor informou que, com essas mudanças, a escola poderá solicitar vistoria do Corpo de Bombeiros para que a instituição consiga o certificado de prevenção contra incêndio e pânico.

“É raro uma escola ter esse alvará, só as que foram construídas do zero. Mas, quando terminarmos as obras, estaremos protegidos e resguardados com esse alvará dos bombeiros”, avalia.

Segundo a SED, desde o início da atual gestão já foram feitas intervenções em mais de 270 escolas com diversos tipos de obras, entre elas, a parte elétrica. “Em quatro anos realizamos intervenções de reforma, com melhorias nas instalações elétricas, sistema de prevenção de incêndio, acessibilidade – banheiros PCD, rampas de acesso –, manutenção em geral e outras melhorias nas unidades escolares de Campo Grande. Ao todo, o governo do Estado já investiu cerca de R$ 31 milhões nessas ações – na Capital – durante esse período”, disse a pasta, por meio da assessoria de imprensa.

A secretaria informou ainda que, entre as 90 unidades de ensino de Campo Grande (escolas, extensões, centros de formação e de educação profissional), algumas receberam mais de uma intervenção neste período.

INVESTIGAÇÃO

O MPMS apurou, em relação ao alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros, bem como certificado contra incêndio e pânico, que após resposta recebida da SED, “pode se verificar a inexistência da documentação solicitada, demonstrando, assim, que todas as escolas estaduais desta Capital estão funcionando de forma irregular e sem garantir a mínima segurança para os alunos”.

No inquérito, a secretaria informa, por meio da Diretoria-Geral de Infraestrutura, Administração e Apoio Escolar da SED, que “existem escolas com Projeto de Segurança Contra Incêndio, Pânico [PSCIP] e outros riscos em fase de elaboração, outros já executados ou em execução”.

Planilha encaminhada pela pasta aponta que 51 escolas estaduais de Campo Grande não têm projeto e não estão, ou estiveram, em obras de adequação. O documento aponta que 12 escolas da Capital passaram ou ainda devem passar por obras de adequação, e outras 26 possuem apenas o projeto contra incêndio e pânico.

Com base nos documentos, no dia 17 de outubro o promotor solicitou “a realização de vistoria in loco nos estabelecimentos de ensino da rede estadual”. 

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado (Fetems), Jaime Teixeira, a maior dificuldade que as escolas enfrentam para conseguir o alvará é justamente em relação às adequações, já que as mudanças seriam muitas e o valor da obra é maior do que as instituições dispõe no caixa da Associação de Pais e Mestres (APM).

Em contato com a secretaria, a SED afirma que não foi notificada pelo Ministério Público.

INVESTIGAÇÃO

A promotoria também pretende fazer vistoria em 10 escolas municipais da Capital para saber as reais condições das instituições em relação à segurança contra incêndio e pânico.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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