Defesa de José Gomes Rodrigues, de 57 anos, que furtou o corpo de Rosilei Potronielli, de 37 anos, do cemitério municipal de Dois Irmãos do Buriti, na terça-feira (12), diz que o autor é esquizofrênico e ouvia a voz da vítima antes de cometer o crime.
Conforme o advogado José Roberto da Rosa, o suspeito e seu primo, Edson Maciel Gomes, de 50 anos, consumiram bebidas alcoólicas e Rodrigues ainda tomou comprimidos usados no tratamento da esquizofrenia. “Ele dizia [para Edson] que a moça estava dizendo para ele que não queria ficar onde ela estava, porque eles tinham feito um pacto entre os dois, de que ela não iria ficar no local enterrada da forma que ela estava”, disse.
Além disso, Rodrigues também teria explicado porque despiu o corpo e deu uma nova vestimento para ela. “Ele disse que ela teria dito para ele que não gostaria de usar aquela roupa porque aquela roupa não era usual”, contou o advogado.
A estratégia da defesa se baseia na inimputabilidade do suspeito, já que ele não teria condições de raciocinar durante o ato, porque estaria em surto por conta da notícia da morte de Rosilei.
De acordo com a delegada que investiga o caso, Nelly Gomes dos Santos Macedo, de Delegacia de Polícia Civil de Dois Irmãos do Buriti, o laudo médico não é suficiente para alegar inimputabilidade. “A defesa se quiser terá que pedir para o suspeito passar por um exame pericial”, esclareceu ao Correio do Estado.
O advogado entrou em contato com a delegada para realizar o procedimento de entrega voluntária ontem (15), mas por conta de problemas de saúde da oficial e conflito na agenda do defensor, Rodrigues irá se entregar na terça-feira (19) na Delegacia de Dois Irmãos e deve prestar depoimento.
O CASO
Rosilei foi esfaqueada no sábado (9), em um bar, no município de Terenos. O autor das facadas, trabalhador rural Adailton Couto, de 38 anos, se apresentou à polícia na quarta-feira (13). No dia seguinte ao sepultamento, o coveiro se deparou com o túmulo aberto e revirado.
Na noite de quinta-feira (14), a polícia encontrou o corpo e identificou os autores da subtração. Gomes, que é Tenente Polícia Militar reformado, por conta da esquizofrenia, foi quem arquitetou o plano. O suspeito contou com a ajuda de Maciel, responsável por fazer as revelações à polícia depois de detido.
Segundo o advogado de defesa, o autor disse que tinha um relacionamento instável com Rosilei e que eles teriam brigado. Rodrigues também contou que havia avisado a vítima sobre Adailton, que seria um homem violento e perigoso. Porém, em depoimento, o suspeito do assassinato disse que não conhecia a mulher e que teria agido em legítima defesa, após a briga no bar. A polícia irá investigar as versões dadas pelos suspeitos.