Familiares de Flavio Mauri de Souza, de 36 anos, acusado de ter estuprado a estudante de 25 anos, no dia 4 de abril, no campus da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), pedem justiça. Ontem (05), a polícia informou que a "vítima", na verdade, inventou o crime e apontou o ex-namorado como suspeito para encobrir relacionamento com um homem casado.
Conforme os parentes, Flavio vinha sofrendo ameaças de morte por parte de universitários que fizeram protesto após a suspeita do crime e também por detentos da Penitenciária Estadual de Dourados (PED).
O irmão e a esposa dele, ambos de 35 anos, que preferiram não ter a identidade revelada, contam que desde que o homem vem sendo ameaçado de morte desde o dia do suposto crime. Segundo a esposa, o marido foi preso em flagrante e ficou recluso por dois dias, sendo liberado por falta de provas, de acordo com o Dourados News.
Flavio era detento do regime Semiaberto, não voltou pra dormir na unidade penal e passou a ser considerado foragido da Justiça. Na quarta-feira passada (28), foi preso novamente. O irmão do acusado alega que outros detentos encaminhados disseram que estavam esperando por ele para matá-lo na penitenciária.
A família, então, procurou um defensor público que conseguiu a permanência do rapaz no 1º DP por questões de segurança. Familiares garantem ainda que todos os envolvidos serão processados. Segundo a esposa, a retaliação começou depois que o nome do marido "vazou" e foi divulgado por veículos de comunicação do Estado como suspeito do crime.
Segundo a delegada da Mulher, Paula Ribeiro dos Santos Oruê, o caso seguia em segredo de Justiça e, por isso, o nome não poderia ter sido divulgado. Ela ainda garante que a identidade do acusado não foi revelada oficialmente pela delegacia por esse motivo.
A esposa relata que a família teve que apagar todas as contas das redes sociais. Casada há um ano, ela afirmou que o marido estava prestes a ganhar o direito a liberdade condicional.
INVESTIGAÇÃO
Depois de denúncia do caso e da suposta vítima apontar o ex-namorado como autor do crime, o homem, de 36 anos, foi preso. Em depoimento, ele disse que estava trabalhando no horário que a menina afirmou ter ocorrido o caso. Porém, alguns colegas de trabalho afirmaram não ter visto o suspeito em alguns horários.
"Ficamos com essa dúvida porque a palavra da suposta vítima era forte", disse a delegada. Além disso, o rapaz é interno do semiaberto. Ele foi solto posteriormente por falta de provas.
A polícia começou a suspeitar da versão da estudante quando equipes da perícia não encontraram vestígios de sangue que comprovasse a violência no local do crime. Versões de testemunhas também foram fundamental para esclarecer os fatos.
"Pela narrativa [de uma testemunha] pudemos perceber que não se tratava de uma vitima com crime tão grave como estupro", disse à imprensa a delegada.
Dias depois, os pais da menina procuraram a delegacia e informaram que ela confessou que a história foi inventada. Mesmo com a declaração dos pais, a jovem continuou mantendo a versão de estupro em novo depoimento à polícia, mas apontou o nome de outro homem como sendo o suspeito, porém, laudo da perícia não constatou violência sexual.
A polícia foi atrás do homem apontado pela estudante e ele confirmou que houve a relação sexual, mas que foi de forma consentida. Ele disse ainda que se arrependeu e que contou tudo para a esposa. Chamada para depor, a mulher deu a mesma versão.
A estudante foi novamente ouvida e confessou que houve consentimento. Por ter mentido, a mulher será indiciada por denunciação caluniosa. Com relação ao ex-namorado, haverá o desindiciamento, para que o nome dele não conste mais no inquérito.