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Dourados deveria estar com restrições mais severas

Programa indica que o município e sua macrorregião estão sob alto risco

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Considerada o epicentro do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul, a cidade de Dourados, a 229 quilômetros de Campo Grande, e toda a sua macrorregião, composta de 33 municípios, já deveriam estar com restrições severas em virtude do avanço da Covid-19.

A indicação é do programa Prosseguir, lançado nesta terça-feira (30) pelo governo do Estado.  

Conforme a plataforma, que cruza dados da saúde com a atividade econômica, apenas os serviços considerados essenciais e os de baixo risco deveriam estar em atividade na cidade.

Entretanto, até a tarde de ontem, a única atividade que Dourados restringiu foi a de templos religiosos.  

O comércio, sem exceção, está aberto, com horário reduzido. O município decretou a obrigatoriedade do uso de máscaras e medidas de biossegurança.

A cidade, que tem quase um quarto do total de habitantes da Capital, contabiliza mais casos confirmados e mais do que o dobro de mortes.  

Até ontem, eram 2.536 casos confirmados e 23 mortes, enquanto Campo Grande tinha 2.168 casos e 9 óbitos.

De acordo com o governo, a classificação do risco das atividades segue a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae), do governo federal. Nela, são levados em consideração fatores como o contato entre as pessoas, a possibilidade de aglomeração e a rede de relacionamento entre as atividades.

Em relação aos indicadores de saúde, que são obtidos de acordo com a nota de 10 perguntas relacionadas ao avanço do novo coronavírus, Dourados tem apenas 4,86 de pontuação, que o coloca em alto risco referente à pandemia.  

Além da cidade, toda a sua macrorregião também tem essa classificação, já que ela é a base para o sistema de saúde dos demais municípios de seu entorno.

“A restrição deve ser aplicada pelos municípios para proteger aquilo que é nosso principal foco, que é a preservação de vida das pessoas. Isso deve ser seguido se a gente não quiser chegar a uma situação dramática, de fechamento geral”, declarou o secretário estadual de Governo, Eduardo Riedel, durante apresentação da plataforma.

Conforme a secretária de Saúde de Dourados, Berenice Machado, o comitê municipal de enfrentamento da doença estava reunido para avaliar os dados do Prosseguir. “A prefeita vai tomar as decisões baseada na orientação do comitê dos técnicos de Dourados. Os de fora não têm conhecimento sobre o que acontece aqui”, declarou.

OUTROS

Além de Dourados, outros municípios de Mato Grosso do Sul fazem parte do grupo de alto risco estabelecido pela plataforma. O pior índice de Mato Grosso do Sul, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) analisados até sábado (27), é de Sidrolândia, com pontuação de 2,96. Depois, vêm Itaquiraí, com 3,06, e Coronel Sapucaia, com 3,16.

A melhor pontuação no Estado foi de Água Clara, que conseguiu 6,84.  

Novo Horizonte do Sul e Tacuru estão com a mesma classificação, a segunda maior, 6,66. As três cidades estão na classificação moderada, que permite a abertura de estabelecimentos com risco médio.

Esta também é a situação de Campo Grande, que apresenta 5,16 de pontuação, mas que está muito próximo do grupo de alto risco.  

Segundo o prefeito Marcos Trad (PSD), todos os dados apresentados pelo Prosseguir serão analisados criteriosamente.

“Quaisquer informações novas serão bem-vindas, ninguém é dono da verdade, principalmente sobre o momento em que vivemos, com um vírus desconhecido, e estamos aprendendo em todos os sentidos. Esses dados vêm para nos auxiliar”, declarou o prefeito. Perguntado se decretaria lockdown caso fosse o indicativo da plataforma, Trad disse que “pode errar pelo excesso, e não por omissão”.  

“Vamos decidir com equilíbrio entre vidas e empregos, dando destaque e preferência à vida”. Porém, o prefeito disse que, por enquanto, as atividades flexibilizadas seriam restritas novamente. “Estão funcionando há muito tempo e não é fator de contribuição para aumento. É um conjunto, desdo o clima até o crescimento do interior”.

O Estado tem, hoje, 7.965 casos do novo coronavírus e 82 pessoas morreram em função da doença.  

Para o secretário de Governo, os indicadores ajudarão cada município a tomar suas medidas conforme a necessidade. “Mato Grosso do Sul tem nove municípios que não registraram nenhum caso de Covid-19 e tem município extremamente grave em relação à doença, e isso deve ser tratado desta maneira, caso a caso, dia a dia, com medidas extremamente enérgicas”.

MORTES ESTÃO AUMENTANDO

Foram confirmadas oito mortes em decorrência da doença em Mato Grosso do Sul apenas nesta terça-feira (30). Foram dois óbitos em Itaquiraí e um em Campo Grande, Dourados, Fátima do Sul, Amambai, Corumbá e Ponta Porã. Com isso, o Estado chega à sua 83ª vítima do novo coronavírus.

Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

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A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

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