Mato Grosso do Sul é conhecido por ser a rota do tráfico de drogas e armas devido à proximidade com a fronteira com Paraguai e Bolívia. O que é pouco divulgado, no entanto, é que o segundo maior tráfico é o de pessoas. A principal maneira de prevenção é a divulgação das informações sobre combate ao crime e é este o objetivo da Fundação Projeto Nova, que lançou a Campanha Coração Azul neste mês, em alusão ao Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, 30 de julho.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que pelo menos 3 mil pessoas foram vítimas de tráfico humano entre os anos de 2012 e 2014. “Mas estes dados são apenas os registrados, uma vez que muito não são descobertos. As próprias vítimas também denunciam muito pouco porque muitas sequer entendem que foram vítimas e sentem muito medo por causa das ameaças de morte dos traficantes”, explicou a coordenadora do projeto Viviane Vaz.
Conforme a coordenadora, a pobreza extrema, explorações sexuais dentro da família e a falta de informação são algumas das causas que levam, principalmente mulheres de baixa renda, a acreditar em aportunidades milagrosas. “Elas já vêm de situações muito precáreas e então acreditam fácil nas promessas de mudar de vida”, comentou.
A expressão “tráfico de pessoas” significa o recrutamento, o transporte, a transferência, alojamento ou acolhimento de pessoas feito através de ameaça, coação, rapto, fraude ou engano. Maioria são mulheres ou meninas adolescentes, levadas para outros países ou estados principalmente para serem exploradas sexualmente em casas de prostituição. Crianças também são alvos e são usadas para adoção ilegal internacional, no casos de bebês até 2 anos de idade, e remoção de órgãos no caso de crianças até 7 anos. A partir dessa idade, elas são geralmente usados na exploração sexual ou trabalho escravo.
Contra o crime, a principal ferramenta de combate é a divulgação das informações sobre como prevenir e como denunciar estes crimes. “Dicas úteis são por exemplo, sempre desconfiar de promessas milagrosas. Nada que oferecem é de graça. Além disso, uma das identificações destas pessoas é que eles sempre falam que não precisa de vistos, nem de nenhuma comprovação. Para as crianças, o cuidado é em nunca deixar os filhos sozinhos e explicar que não se pode falar com estranhos”, finalizou.