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Dia seguinte a cheia do Rio Aquidauana
é de limpeza e avaliação dos prejuízos

Segundo prefeito, malha viária do município foi comprometida

RENAN NUCCI e JONES MÁRIO

22/02/2018 - 12h00
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O dia seguinte a segunda maior cheia do Rio Aquidauana foi de limpeza e avaliação de prejuízos, nos bairros atingidos pela água. Pelo menos 50 famílias ficaram desabrigadas em cinco regiões de Aquidauana. O prefeito Odilon Ribeiro percorreu a região para ter uma dimensão melhor da situação. Segundo ele, até o momento, os prejuízos são incontáveis.

"Nosso foco inicial foi o de atender a população atingida", disse ele, lembrando que já foi decretada situação de emergência e aguarda a liberação de recursos. "Vamos esperar o rio baixar mais para termos a real noção. Sei que a malha viária foi comprometida, tanto nos bairros quanto em áreas rurais. A chuva deteriora o asfalto. Vamos pedir ajuda ao Governo do Estado para recapeamento e aguardar recursos federais", completou.

VÍTIMAS

O muro de frente da casa do gráfico Francisco Carlos, 55 anos, desabou após a enchente. Além da altura da água na Rua Manoel Aureliano da Costa, no Bairro Guanandy, as ondas formadas pela força do motor dos barcos que passavam pela via inundada contribuíram para derrubar a construção, segundo ele. "Agora a água já desceu, mas vou ter que subir outro muro. É uma perda, mas ainda bem que não aconteceu nada de mais grave".

Jânio Cruz, 59, vive na Rua Cândido Mariano, onde aluga um espaço para uma oficina de funilaria. Pela manhã, funcionários do estabelecimento tiravam o barro do local. "Foi parecida com a cheia de 2011, mas essa foi mais rápida. A água subia 10 centímetros a cada meia hora", diz, enquanto aponta para a marca deixada pela inundação na varanda de sua casa.

O garagista Edenilson Gomes dos Santos, 38, explica que precisou levar os oito carros à venda para a casa de um amigo, em parte mais alta de Aquidauana. "Só ficou aquela caminhonete, que está sem o motor. O resto tive que levar rápido", conta.

APOIO

Além da Defesa Civil e secretarias de assistência, também prestam apoio unidades da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e do 9º Batalhão de Engenharia e Combate Carlos Camisão, do Exército Brasileiro, que foi o responsável por montar a passadeira. "Desde o início operamos com quatro equipes. Duas delas para recolher vítimas, uma para remover entulhos e outra para montar a passadeira. São pelo menos 100 homens", disse Fábio Batista Bogoni, comandante do batalhão.

PASSAGEM

Com a baixa do rio, a passagem de veículos foi liberada nas duas pontes na divisa com Anastácio, mas com algumas restrições. Na ponte velha, que não está mais encoberta, passam apenas carros pequenos e motos. Na ponte nova, está liberado apenas o trânsito de caminhonetes e caminhões, pois ainda há água no local. A passadeira instalada pelo Exército permanece.

SOLIDARIEDADE

A cheia desabrigou pelo menos 153 pessoas em Aquidauana. As vítimas foram encaminhadas para três abrigos montados pela prefeitura. Muitas delas deixaram suas casas às pressas, apenas com a roupa do corpo, e precisam de doações de itens como: alimentos, roupas, colchões, água mineral, produtos de limpeza e de higiene pessoal.

Pontos de coleta dos donativos: Secretaria de Assistência Social de Aquidauana - Rua Honório Simões Pires nº 618, Bairro Cidade Nova;  Salão Paroquial da Igreja Matriz de Aquidauana.

Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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