O dia seguinte a segunda maior cheia do Rio Aquidauana foi de limpeza e avaliação de prejuízos, nos bairros atingidos pela água. Pelo menos 50 famílias ficaram desabrigadas em cinco regiões de Aquidauana. O prefeito Odilon Ribeiro percorreu a região para ter uma dimensão melhor da situação. Segundo ele, até o momento, os prejuízos são incontáveis.
"Nosso foco inicial foi o de atender a população atingida", disse ele, lembrando que já foi decretada situação de emergência e aguarda a liberação de recursos. "Vamos esperar o rio baixar mais para termos a real noção. Sei que a malha viária foi comprometida, tanto nos bairros quanto em áreas rurais. A chuva deteriora o asfalto. Vamos pedir ajuda ao Governo do Estado para recapeamento e aguardar recursos federais", completou.
VÍTIMAS
O muro de frente da casa do gráfico Francisco Carlos, 55 anos, desabou após a enchente. Além da altura da água na Rua Manoel Aureliano da Costa, no Bairro Guanandy, as ondas formadas pela força do motor dos barcos que passavam pela via inundada contribuíram para derrubar a construção, segundo ele. "Agora a água já desceu, mas vou ter que subir outro muro. É uma perda, mas ainda bem que não aconteceu nada de mais grave".
Jânio Cruz, 59, vive na Rua Cândido Mariano, onde aluga um espaço para uma oficina de funilaria. Pela manhã, funcionários do estabelecimento tiravam o barro do local. "Foi parecida com a cheia de 2011, mas essa foi mais rápida. A água subia 10 centímetros a cada meia hora", diz, enquanto aponta para a marca deixada pela inundação na varanda de sua casa.
O garagista Edenilson Gomes dos Santos, 38, explica que precisou levar os oito carros à venda para a casa de um amigo, em parte mais alta de Aquidauana. "Só ficou aquela caminhonete, que está sem o motor. O resto tive que levar rápido", conta.
APOIO
Além da Defesa Civil e secretarias de assistência, também prestam apoio unidades da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e do 9º Batalhão de Engenharia e Combate Carlos Camisão, do Exército Brasileiro, que foi o responsável por montar a passadeira. "Desde o início operamos com quatro equipes. Duas delas para recolher vítimas, uma para remover entulhos e outra para montar a passadeira. São pelo menos 100 homens", disse Fábio Batista Bogoni, comandante do batalhão.
PASSAGEM
Com a baixa do rio, a passagem de veículos foi liberada nas duas pontes na divisa com Anastácio, mas com algumas restrições. Na ponte velha, que não está mais encoberta, passam apenas carros pequenos e motos. Na ponte nova, está liberado apenas o trânsito de caminhonetes e caminhões, pois ainda há água no local. A passadeira instalada pelo Exército permanece.
SOLIDARIEDADE
A cheia desabrigou pelo menos 153 pessoas em Aquidauana. As vítimas foram encaminhadas para três abrigos montados pela prefeitura. Muitas delas deixaram suas casas às pressas, apenas com a roupa do corpo, e precisam de doações de itens como: alimentos, roupas, colchões, água mineral, produtos de limpeza e de higiene pessoal.
Pontos de coleta dos donativos: Secretaria de Assistência Social de Aquidauana - Rua Honório Simões Pires nº 618, Bairro Cidade Nova; Salão Paroquial da Igreja Matriz de Aquidauana.