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CORUMBÁ

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Saltenha e pôr do sol são uma das marcas da cidade que completa 240 anos

Saltenha e pôr do sol são uma das marcas da cidade que completa 240 anos

MARESSA MENDONÇA

21/09/2018 - 09h06
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Se os imóveis históricos dão indícios da idade de Corumbá, os relatos dos moradores situam sobre um período marcante nesses 240 anos. A saltenha, a pesca, o pôr do sol, o Rio Paraguai e até o calor são as lembranças daqueles que não moram mais na “Capital do Pantanal”, cujo aniversário de fundação é comemorado nesta sexta-feira (21).

“Sinto falta do clima, da calma, das feirinhas, das aves fazendo barulho por onde passavam”, declara a dentista Alana Sant’anna que hoje mora no Rio de Janeiro. Quem também cita o calor da cidade quando o assunto é saudade é a professora Wiviane Silva Dos Reis Dias.  

E não é de se admirar que o clima seja citado como uma das principais característica da cidade. A média da temperatura máxima é de 30ºC, mas entre os meses de outubro e dezembro podem chegar a 40ºC.  O sol em Corumbá chega vigoroso, forte, quase castigando, mas se põe de maneira suave, sutil. É por isso que o pôr do sol é outra lembrança de quem não vive mais na “Cidade Branca”.

A SALTENHA

Tem também um pastel assado recheado de frango desfiado que é sempre lembrado pelos corumbaenses. Marianne Almeida, que hoje mora em Campo Grande, é uma das que fala com nostalgia sobre esse salgado. “ Sinto falta da legítima saltenha, do x-salada, e do trânsito calmo e fácil de estacionar”, brinca.

A saltenha é uma das heranças que os bolivianos deixaram para os moradores da cidade que faz fronteira com a Bolívia. O salgado combina perfeitamente com um refrigerante de chimarrão que, até pouco tempo, era considerado exclusividade da região. Pintado à urucum, sorvete de bocaiúva, arroz boliviano, sopa paraguaia também fazem parte dos pratos favoritos do corumbaense.

O SOTAQUE

Outra característica marcante em Corumbá é a fala dos corumbaenses em que o "s" ao final das palavras assemelha-se ao som do "x". Esse sotaque é resultado de uma herança dos portugueses, que deixaram características durante o movimento de expansão de terras, aliado ao contato constante com os cariocas que moram na cidade por conta da Marinha.

E muitos destes cariocas acabam “adotando” a cidade como do coração. É o caso das professoras, Nãnashara Boehm Barbosa que afirma ter saudade “dos amigos, da paisagem e da distância curta entre o Centro e os bairros” e Fatima Vargas de Mendonça que sente falta “do Rio Paraguai, das aves, do Pantanal, de contemplar os jacarés, das comidas e do pôr do sol”.

CORUMBÁ

Corumbá fica a 470 km de distância da capital Campo Grande. Conhecida como a "Capital do Pantanal",a cidade tem 60% do território ocupado por essa planície alagada e foi se desenvolvendo com a pecuária, o minério e o turismo.

A cidade é considerada um dos melhores destino para apreciação da vida selvagem do mundo. Além das belezas naturais, conta com um conjunto arquitetônico e paisagístico peculiar e que, foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1993.

A história de Corumbá é repleta de curiosidades, conforme informado pela Prefeitura do município. "A Cidade Branca tem as terras mais baixas do Centro-Oeste, o Pantanal, com pouco mais de 100 metros acima do nível do mar, além das terras mais altas do Centro-Oeste, a Serra do Urucum, onde as altitudes superam os 2 mil metros. Tudo isso em uma distância de poucos quilômetros".

Corumbá já serviu de refúgio para Ernesto Che Guevara e de prisão para o ex-presidente Jânio Quadros, no ano de 1968. "É o maior município estadual, ocupando quase 20% de todo território de Mato Grosso do Sul e também o embrião do Mercosul, pois foi a primeira cidade da região a manter relações comerciais com países vizinhos, em especial Paraguai e Argentina". ​

A cidade conta com festas tradicionais.O carnaval, por exemplo, é considerado o maior do Estado. Tem também o Festival América do Sul, um evento que reúne artistas e músicos da cidade, bem como do Paraguai, da Argentina, do Uruguai e da Bolívia, e Festa de São João, quando os andores do santo são levados pela Ladeira da Cunha e Cruz rumo ao Porto Geral, onde a imagem do santo é banhada nas águas do rio Paraguai.

COMEMORAÇÃO

E o aniversário deste ano será comemorado com desfile que terá início às 16 horas desta sexta-feira (21) na avenida General Rondon.

 

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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