O comércio em Campo Grande foi autorizado a reabrir gradativamente em abril, quando o número de casos da Covid-19 em Mato Grosso do Sul estava em torno de 60. Agora em junho, com 784 registros da doença na Capital, de acordo com Boletim Epidemiológico desta terça-feira (16), a população circula em massa pelo centro da cidade, grande parte sem máscaras. Comerciantes aderiram às medidas de biossegurança, mas é possível ver irregularidades em várias lojas do Centro.
Álcool em gel na entrada dos estabelecimentos, marcações no chão para respeitar o distanciamento em filas e uso de máscaras pelos funcionários estão presentes na maioria das lojas. Mas em uma volta pelas ruas a reportagem do Correio do Estado flagrou lanchonetes sem distanciamento mínimo entre as mesas, funcionários retirando a máscara na hora de conversar com clientes e até faxineiras sem qualquer equipamento de biossegurança. Nenhum dos estabelecimentos aceitou conceder entrevista.
Experimentar objetos de uso pessoal ainda está proibido, o gerente de uma loja de acessórios Djalma Santos, disse que isso atrapalhou as vendas, porque muitos clientes não compram já que não podem experimentar. Mas ele admite que pretende continuar com os hábitos de higiene mesmo quando a pandemia passar, “não só por causa do coronavírus, mas de outras doenças também que são transmissíveis. Então disponibilizar álcool em gel e não permitir provar alguns produtos são novos hábitos que vão começar a entrar no nosso cotidiano”, relatou Djalma.
A gerente de uma farmácia, Renata Scaliante, disse que instalou faixar para manter consumidores afastados dos funcionários, e disponibilizou dispenser de álcool em gel que é acionado com o pé. Ela comentou também que as vendas de produtos não essenciais caiu drasticamente. Segundo Renata, remédios tem sido a principal procura dos consumidores. “Cosméticos e outros produtos caíram bastante”, explicou.
“Algumas pessoas entram sem máscaras aqui na loja. A gente tinha feito um cartaz para as pessoas não entrarem sem, mas teve uma cliente que chamou o Procon, porque por lei o uso não é obrigatório. Por causa disso a gente está autorizando, mas não queríamos”, contou uma gerente de uma loja de acessórios, que preferiu não se identificar.
A prefeitura de Campo Grande chegou a publicar um decreto, em abril, tornando o uso da máscara obrigatório em locais públicos, mas foi revogado antes de entrar em vigor.