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Com 12 mil na fila, pacientes morrem a espera de consulta

Mesmo com grande procura, prefeitura autorizou médicos a fazerem 50% da carga horária exigida

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O atendimento de médicos especialistas na rede pública de saúde pública de Campo Grande é marcado pela longa espera por consulta, que as vezes pode demorar até anos. De acordo com a prefeitura, aproximadamente 12 mil pessoas aguardam na fila por consultas, exames e cirurgias em diversas especialidades.

O reflexo da longa fila é a demora para que o paciente - muitas vezes idosos e enfretando dores  - tenha o primeiro contato com o médico. Esse foi o caso do tio de Loudeslon Ortiz Prado, 26 anos.

Segundo o rapaz, o tio, Doto Pires, procurou consulta no Centro de Especialidades Médicas (CEM) por não estar bem. Depois de esperar muito tempo, ele decidiu procurar atendimento particular e descobriu que estava com câncer. Ortiz conta que o tio fez todo o tratamento na rede particular, entretanto faleceu há mais de três anos, em decorrência da doença. 

O fato inusitado, porém, aconteceu há algumas semanas, quando a esposa do falecido recebeu uma ligação informando que a consulta com o especialista havia sido agendada e que ele poderia ir até o CEM para receber atendimento.
“Quando você é atendido já está em fase terminal”, reclamou a mãe do rapaz e irmã de Doto, Lourdes Ortiz, 44 anos. Ela e o filho, que mora em Jardim – a 238 km de Campo Grande – estiveram na quinta-feira (3) no CEM para acompanhar Júlio Ortiz, 76 anos, para uma consulta no cardiologista.

Conforme Loudeslon, o avô tinha recomendação do médico para fazer um exame de ecocardiograma com urgência no local, mas só foi realizado um mês depois do encaminhamento.

Situação semelhante viveu a dona de casa Juliana Aparecida Gibin. Em 2016 ela foi atropelada ao buscar o filho na escola. Como o caso a princípio era de urgência, ela foi atendida na Santa Casa. Porém, após receber os cuidados necessários foi encaminhada para consulta com ortopedista no CEM, mas foi informada de que teria contato com o médico em quatro meses.

“Eu precisava de um laudo que comprovasse que eu não tinha condições de trabalhar, porque tenho escoliose e com o acidente ele piorou ainda mais. Eu era cuidadora de idosos, mas não aguentava mais de dor e tive que sair do serviço. Precisava então entregar esses laudos no INSS”, contou.

Como Juliana estava com muita dor, mas não tinha condições de pagar médico particular, decidiu voltar para sua cidade natal, Echaporã (SP), para buscar ajuda. “No dia seguinte que cheguei lá já fui atendida pelo médico. Fiz todo o meu tratamento lá e depois voltei. É uma cidade pequena, mas o atendimento é muito bom”.

OPINIÃO

Para os usuários, a decisão da prefeitura de liberar os médicos especialistas de cumprirem toda a carga horária pode piorar ainda mais a situação. Os pacientes temem também que a qualidade da consulta seja afetada, já que os profissionais terão um número determinado de pessoas para atender diariamente e, caso tenham atingido a quantidade, poderão ir embora se já tiverem cumprido 50% da carga horária.

“Vai piorar. Se já estava ruim antes, agora que vai ficar pior. Geralmente as consultas demoram 30 dias, quando são rápidas. Se está muito demorado, eu acabo pagando no particular”, afirmou a aposentada Lucy Montiel, 80 anos, que geralmente procura atendimento com ortopedistas e geriatras.

A opinião da aposentada é compartilhada com muitos dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Agora eles vão atender a gente em cinco minutos, passar dipirona e ibuprofeno e mandar embora”, brincou Lourdes.

CARGA HORÁRIA

A proposta, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), tem objetivo de aumentar o número de consultas ofertadas nas especialidades médicas disponibilizadas na rede própria do município, de acordo com a carga horária dos médicos, com a possibilidade de flexibilização no cumprimento de jornada de trabalho nas Redes de Atenção Especializada e Psicossocial.

Conforme projeto do Executivo, os profissionais não precisarão mais cumprir a carga horária de 20 horas semanais, prevista em contrato. A medida foi acordada na Justiça e quer, além de ajudar reduzir as filas, diminuir a diferença entre o que é pago aos profissionais pelo município e o que é estabelecido como piso nacional.

“Espero que com essa medida os médicos que serão contratados em novo concurso público não peçam para sair logo depois, porque é isso que acontece geralmente”,disse o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado (Sinmed-MS), Marcelo Santana Silveira. 

"Vacina no braço"

Casos de Síndrome Aguda Respiratoria Grave aumentam em Campo Grande

Conforme o boletim da InfoGripe divulgado nesta quinta-feira (18) os casos de síndrome gripais aumentaram na Capital; a recomendação é que os grupos prioritários tomem vacina

18/04/2024 18h15

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Campo Grande está entre outras 19 Capitais que apresentaram aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (18), pela Fiocruz. 

 O relatório apontou que aumentou o número de pessoas internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de Influenza A (vírus da gripe) e o vírus respiratório (VSR).

"Na presente atualização observa-se que 19 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 15: Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Palmas (TO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e São Paulo (SP)", indica o relatório.

Divulgação InfoGripe

A Covid-19 segue em queda e em alguns Estados permanece em níveis baixos de incidência. Os dados apontam que a disseminação da Síndrome Respiratória Aguda Grave, de Influenza A e o vírus respiratório para as próximas semanas em 19 Estados e Mato Grosso do Sul pode apresentar aumento nas próximas semanas. 

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

Segundo o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, para impedir o crescimento dos casos o público alvo deve procurar a unidade de saúde mais próxima e tomar a vacina contra a influenza. 

“Para o vírus da gripe, a gente conta com vacina e campanha de vacinação em todo o país. Então quem é grupo de risco, deve buscar o posto de saúde para se vacinar. A vacina da gripe, tal qual a vacina da Covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode acabar desencadeando uma internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental. Em relação ao VSR, a rede privada tem uma vacina já disponível para idosos, que também é muito importante, já que embora o risco do VSR seja muito maior nas crianças pequenas, a gente também observa internações nos idosos”, explica Marcelo Gomes.

A recomendação do pesquisador para pessoas que apresentem sintomas gripais usem máscara de qualidade as recomendadas são: N95, KN95, PFF2; no caso de sair de casa para procurar atendimento médico em unidades de saúde. 

Veja outros Estados com tendência de aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave:

  •  Acre;
  • Alagoas;
  • Amazonas;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Distrito Federal;
  • Goiás;
  • Maranhão;
  • Minas Gerais;
  • Pará;
  • Paraíba;
  • Paraná;
  •  Pernambuco;
  • Rio Grande do Norte
  • Rio Grande do Sul;
  • Rio de Janeiro;
  • Santa Catarina;
  • Sergipe;
  • São Paulo;
  • Tocantins;

Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul a incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em decorrência da Covid-19 apresenta queda. 

No país

Somente em 2024, óbitos ligados a SRAG foram registrados  2.322 óbitos, sendo 1.411 (60,8%)
com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 728 (31,4%) negativos, e ao
menos 78 (3,4%) aguardam resultado.

Casos positivos

  • 12,3% Influenza A;
  •  0,1% Influenza B;
  •  3,1% vírus sincicialrespiratório (VSR);
  •  81,7% SARS-CoV-2 (COVID-19);

 

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Prazos

Mais de 68 mil pessoas poderão concluir o processo de obtenção da CNH até 31 de dezembro em MS

Os processos para retirada da CNH, que foram prorrogados por mais 12 meses, foram interrompidos em 2019

18/04/2024 17h50

Foto: Rachid Waqued

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De acordo com a deliberação nº271/2023, todos os processos de habilitação ativos até dezembro de 2023 tiveram o prazo de conclusão ampliado para 31 de dezembro de 2024.

De acordo com o levantamento do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), mostra que 8,6 mil processos estão parados na etapa de agendamento teórico, enquanto  12,6 mil na etapa de agendamento do exame prático de duas rodas. 

Ainda de acordo com o departamento de trânsito, 14,3 mil veículos estão na fase de agendamento prático de quatro rodas.Os demais são alunos que se encontram na fase de exames de saúde e ainda não chegaram na etapa de aulas.

O aviso do Detran é para as pessoas que ainda tem interesse em dar andamento ao processo procurem os seus respectivos CFC (Centro de Formação de Condutores) e não deixem para fazer isso perto do prazo expirar.

Ainda segundo o órgão, uma notificação eletrônica será encaminhada para os cidadãos que se qualificarem para a prorrogação. O alerta será enviado ao e-mail cadastrado no sistema durante a inscrição. Não haverá necessidade de efetuar novos pagamentos ou emissões de novas guias.

 

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