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Prefeitura espera arrecadar R$ 10 milhões com novo Refis

Com demandas de salários de fim de ano e 13º, a saída é criar estratégias para fazer caixa

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A Prefeitura de Campo Grande realizará mais um Programa de Pagamento Incentivado (PPI), conhecido como Refis, para que o contribuinte possa renegociar suas dívidas com o Fisco Municipal. O Refis Natalino será a segunda oportunidade em 2019 de renegociação e estima arrecadar R$ 10 milhões até o dia 5 de dezembro. De acordo com a prefeitura da Capital, o porcentual de contribuintes endividados chega a 47%, com um montante de R$ 3 bilhões em débitos.

O projeto de lei para criação do programa natalino, a sexta edição do Refis da prefeitura, foi aprovado nesta quinta-feira pela Câmara Municipal de Campo Grande. De acordo com o prefeito Marcos Trad (PSD), os vereadores aprovaram a nova edição da campanha por causa do número de inadimplentes. “Está batendo recorde de inadimplência dos impostos municipais, está chegando a quase 47%. A cada 50 pessoas, 25 estão devendo ou parcelando o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). E é isso que move a economia da nossa cidade, é isso que faz com que os salários não sejam parcelados, plantões sejam pagos em dia. E são pessoas que não estão deixando de pagar porque são picaretas, ou estão enrolando o município, não é isso. É porque o cidadão está com três contas: água, luz e IPTU; e só tem dinheiro para pagar duas, imagina qual que ele vai deixar para trás? É o IPTU. Porque para o município acionar o seu contribuinte demora até cinco anos e meio”, afirmou o prefeito.

O gestor municipal ainda informou que a dívida dos contribuintes com IPTU atualmente chega a R$ 3 bilhões. Dinheiro que faz falta na hora do pagamento dos servidores. “Se todo mundo estivesse em dia, a gente teria dinheiro garantido para pagar a folha de funcionários públicos durante três anos e meio. Mas como a gente não está tendo, porque as pessoas estão com dificuldades, o que a gente tem feito? Na medida do possível, manter o pagamento em dia até o quinto dia útil, e quando tem os plantões entregar o valor até o décimo dia útil. Mas isso pode? Não temos outra alternativa. No início da gestão, quando tínhamos, a gente pagava no primeiro dia útil. Eu nunca fiquei com dinheiro no banco. E digo mais, esses meses são os que menos entram valores nos cofres do município, porque o IPTU, via de regra, é parcelado em seis vezes. Então cai de fevereiro a julho. Chega agosto, setembro e outubro, não tem mais aqueles parcelados. Quando chega outubro, novembro e dezembro, então, é um Deus nos acuda”, contextualizou Marcos Trad.

SALÁRIOS

Como divulgado na edição de quarta-feira do Correio do Estado, o leilão do Pré-Sal não ocorreu como o governo federal previa e, dos R$ 106,6 bilhões esperados de arrecadação, conseguiu R$ 69,9 bilhões. Com isso, o repasse para estados e municípios também diminui, o que pode dificultar ainda mais a situação financeira das unidades da Federação. Caso o leilão fosse arrematado por R$ 106,6 bilhões, o repasse para estados e municípios ficaria em torno de R$ 23.767.541.337,54, porém, esse valor deve cair pela metade.  

A Prefeitura de Campo Grande contava com esses recursos para pagar o 13° salário dos servidores municipais. “Vai fazer falta, lógico. Eu ia usar para o 13º salário e vai vir dois terços do que viria. É mais um motivo para eu me preocupar. Estávamos fechando os números com os R$ 17 milhões, agora vêm uns R$ 8 milhões a menos e eu ainda estou juntando para pagar a folha deste mês. Hoje, a minha grande missão é arrumar o dinheiro até o dia 20 de dezembro e pagar o 13º salário. A folha de dezembro e janeiro eu pago, mas eu não recebo em dezembro dobrado. São R$ 8 milhões a menos na nossa contabilidade”, ressaltou em entrevista ao Correio do Estado.

REFIS

O programa possibilita que os contribuintes quitem seus débitos com até 90% de descontos. Conforme o projeto, a renegociação será realizada de 11 de novembro até o dia 5 de dezembro. O valor resultante da recuperação de dívidas por meio de programas como o Refis não tem destinação específica, devendo ser utilizado principalmente para despesas correntes, que são pessoal e custeio. “Nossa expectativa é de arrecadar R$ 10 milhões com o novo programa. Esse dinheiro será usado para o pagamento da folha de pessoal”, explicou o secretário de Planejamento e Finanças do município, Pedro Pedrossian Neto.

 O programa abrange todos os tributos cobrados pelo município – Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre a Transmissão de Bens Móveis (ITBI), taxas públicas e, principalmente, o IPTU. 

Os débitos podem ser quitados à vista, com desconto de 90% da atualização monetária, dos juros de mora incidentes sobre o valor do crédito tributário e multa, quando houver. No caso de parcelamento ou reparcelamento em até seis vezes, a remissão será de 75%. Para quem pagar em 12 parcelas, o desconto cai para 30%. “A maior parte dos contribuintes, cerca de 98%, usa o programa para renegociar dívidas de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mas os descontos são válidos para todos os tributos”, informou Pedrossian Neto.

MATO GROSSO DO SUL

PF encontra material pornográfico infantil em casa de Corumbá

Mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta sexta-feira (23) pois morador armazenava vídeos e imagens sexuais envolvendo crianças e adolescentes

23/04/2024 12h37

Foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes" Reprodução/PFMS

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Através da Polícia Federal, agentes foram a campo em Corumbá, na manhã desta terça-feira (23), em operação de combate ao abuso sexual infantil, batizada de "Nicolau I". 

Além de inspirar o mito do Papai Noel, São Nicolau ficou mundialmente conhecido por sua partilha de bens, com sua herança doada voluntariamente aos pobres, mas também por ser considerado o protetor dos jovens e crianças. 

Segundo a Polícia Federal, as ações na Cidade Branca aconteceram para o cumprimento de um mandado de busca domiciliar. 

Ainda, a PF informa que o mandado expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Corumbá visava a apreensão de diversas mídias digitais que, agora, serão encaminhadas para a perícia da Polícia Federal.

Com o morador residente na conhecida "Cidade Branca", foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes", expõe a PF em nota. 

As investigações apontaram para o armazenamento e, diante da prática criminosa descrita no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

Como esclarece o ECA, é considerado crime: adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes. 

Coibindo o crime

Só por parte da Polícia Federal, até o momento, em 2024, outras duas operações, para além da "Nicolau I" buscaram combater o crime de abuso sexual infantil. 

As fases "V e VII" da Operação Rede Limpa agiram tanto em Campo Grande quanto em Costa Rica, nos dias 15 de janeiro e 17 de abril, respectivamente, com os mesmos objetivos de cumprimento de busca e apreensão. 

Em Costa Rica, o casal em questão, além de armazenar os conteúdos criminosos, foram presos pela suspeita de divulgarem as imagens e vídeos dos abusos pela internet.

Conforme o texto da lei, o ECA estipula que incorrendo no crime, as penas máximas previstas podem chegar até quatro anos de reclusão.

Importante apontar para o trabalho policial de combate ao abuso sexual infantil, justamente pelo fato de que essas operações, ainda que em sequência de investigações, podem resultar em prisões, mesmo com mandados de apenas busca e apreensões. 

Vale citar, por exemplo, o caso registrado no início de novembro do ano passado, quando em cumprimento de mandado inicial de busca e apreensão, o suspeito - que na ocasião vivia em Campo Grande - foi preso durante a terceira fase da Operação Cyber Argos da PF. 
**(Colaboraram João Gabriel Vilalba e Glaucea Vaccari)

 

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POR DIREITOS

Professores da UFMS entram na greve geral da categoria a partir de 1º de maio

Maio marca o início da paralisação das atividades no polo campo-grandense da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em busca da recomposição salarial ao nível da inflação

23/04/2024 11h30

Além de Campo Grande, essa Assembleia Geral foi realizada em Três Lagoas, Corumbá, Aquidauana, Paranaíba, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Nova Andradina e Naviraí, por meio de voto on-line e presencial Marcelo Victor/ Correio do Estado

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Durante Assembleia Geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ADUFMS), na manhã desta terça-feira (23), os docentes de Campo Grande votaram "sim" pela adesão - a partir de 1º de maio - à greve nacional que reivindica a recomposição salarial ao nível da inflação.

Além de Campo Grande, essa Assembleia Geral foi realizada em Três Lagoas, Corumbá, Aquidauana, Paranaíba, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Nova Andradina e Naviraí, por meio de voto on-line e presencial

Com opções de voto para deflagração da greve sendo "sim" ou "não", 150 foram favoráveis pela adesão, enquanto cinquenta e dois se mostraram contrários à proposta, com apenas duas abstenções registradas. 

Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, professora presidente da ADUFMS, esclareceu que os pedidos se baseiam pelo reajuste salarial de 22% dividido em três parcelas (2024, 2025 e 2026). 

"A partir de 1º de maio suspensas todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas por docentes. Nós temos os serviços essenciais, vamos fazer uma discussão do comando de greve no dia 29 e tirar um cronograma de como os serviços essenciais vão estar funcionando conforme a legislação", comentou. 

Ainda em 03 de abril houve paralisação e seis dias depois foi decidida pela manutenção do chamado "estado de greve", o que indicava que uma pausa definitiva poderia acontecer a qualquer momento. 

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) iniciou a paralisação no dia 15 de abril,  52 universidades, 79 institutos federais (IF's) aderiram ao movimento em todo país.

"A greve vai continuar até que o governo apresente uma proposta razoável, que contemple também os aposentados e aposentadas. Atualmente a nossa reivindicação é por um reajuste salarial de 21,71% em 2024, 2025 e 2026", complementa Mariuza. 

Além disso, são reivindicadas a equiparação dos benefícios ao legislativo e ao executivo, a reestruturação das carreiras e também a recomposição do orçamento das universidades, que hoje equivale a um orçamento de 2016, segundo a presidente sindical. 

É previsto legalmente que essa correção aconteça anualmente, apesar de não ocorrer desde 2017, conforme a categoria, representando uma perda salarial de cerca de 40%, sendo que foi feito um reajuste emergencial de 9% em 2023.

Essencial

Mariuza faz questão de ressaltar que o Hospital e Restaurante universitários (HU e RU), são serviços essenciais, portanto, não devem paralisar suas respectivas atividades.

Ainda hoje (23) a ADUFMS comunicará à reitoria da universidade, a deflagração da greve e solicitará a suspensão do calendário acadêmico por tempo indeterminado.  

Sem uma duração estipulada, os docentes votaram apenas para quando a greve se inicia, de fato, em Mato Grosso do Sul, com 1º de maio vencendo por 65 votos as opções de 29 de abril (46 votos) e 10 de maio (40). 

Sobre a possibilidade de não adesão por parte de alguns professores, visto o número de posições contrárias além das abstenções, a presidente do sindicato argumenta que haverá uma mobilização já que o ADUFMS conta que haverá 100% de paralisação.

"Nós estaremos daqui até o dia primeiro, visitando as unidades, conversando com professores, para que todos os colegas possam se sensibilizar e entender que só a luta é que vai nos levar a conquistar uma recomposição salarial, que resgate a nossa dignidade, que hoje nós estamos passando por dificuldades e muitos professores têm reclamado de que os salários não estão dando conta. Dos boletos ao final do mês", conclui. 

Demais pontos

Na sexta-feira (19) o Ministério da Gestão e da Inovação esteve reunido com lideranças sindicais, propondo reajuste de 9% para os servidores técnicos-administrativos.  

Além dos técnicos administrativos e professores da UFMS que representam (60%) favoráveis a adesão da greve, os profissionais do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e os servidores técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram à greve ainda em 03 de abril. 

Paralisados pela greve dos professores e servidores técnicos estão os seguintes campi do IFMS

  • Campo Grande
  • Corumbá
  • Coxim
  • Dourados
  • Jardim
  • Naviraí
  • Nova Andradina
  • Ponta Porã

**(Colaborou Laura Brasil)

 

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