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Com mais prazo, obra do Aquário fica longe do fim

Tentativa de retomada, com investimento de R$ 40 milhões, foi adiada

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A construção do Aquário do Pantanal parecia, finalmente, estar próxima do fim com a abertura de licitações para a conclusão da obra. Entretanto, uma das três disputas que ainda está aberta acabou por ser considerada “fracassada” e deverá ser lançada novamente.

Já a primeira a ter resultado teve o prazo de execução prorrogado por 30 dias a pedido da empreiteira – que inicialmente teria um mês para fazer o serviço, mas agora terá dois meses.

A licitação vencida pela empresa Gomes e Azevedo, por R$ 386.450,46 para a substituição de dez vidros da cobertura de alguns setores do prédio, teve seu prazo de execução prorrogado. Quando o contrato foi assinado entre as partes, a empreiteira teria 30 dias para terminar a obra.

Porém, por conta das festas de fim de ano e, de acordo com a Agesul, a suspensão de prazos pelos fornecedores, a empresa pediu prorrogação por não conseguir cumprir o cronograma inicial, previsto para terminar no início deste mês.
A Agência de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) informou que a licitação para o revestimento de alumínio composto dos forros internos (do auditório e da biblioteca) e das monocapas foi considerada “fracassada”. Isso porque as duas empresas habilitadas para participar do certame foram inabilitadas pela Comissão de Licitação por “ausência de cumprimento de exigências previstas no edital”.

Foi aberto prazo para que ambas se readequassem. Porém, as duas empresas não cumpriram com o estabelecido quanto à entrega da documentação. Sendo assim, em razão do insucesso processo de licitação, nova licitação será aberta, afirmou a assessoria da Agência.

A previsão do governo do Estado é de gastar até R$ 4.434.413,03 com esta licitação. Ao todo, a retomada das obras no Aquário custará cerca de R$ 40 milhões.

A segunda licitação finalizada, que se refere à conclusão da cobertura metálica com telha calandrada e zipada do trecho 4 do Aquário, foi vencida pela empresa Montagna Estruturas Metálicas, ao custo de R$ 1.819.641,33.

Conforme o governo, a empresa assinou o contrato no dia 26 de novembro e a ordem de início do serviço deve sair nos próximos dias. “A partir daí, a empresa tem cinco dias para dar início à execução da obra”, afirma a Agesul.

Com o lançamento dessas três frentes, a retomada das obras parecia mais perto, porém, o canteiro de obras, que chegou a ter movimento de funcionários e maquinário na primeira quinzena de novembro, atualmente voltou a ficar vazio e parado.

OUTRAS LICITAÇÕES

Para a total conclusão do empreendimento, outras duas licitações devem ser lançadas pela Agesul: a primeira, que tem previsão para ter o edital publicado ainda este mês, trata da cenografia e da impermeabilização dos tanques onde ficarão os peixes do Aquário.

A última etapa da construção será a climatização do ambiente. Ainda segundo a Agência, essa disputa deverá acontecer em janeiro de 2020. A previsão final para a conclusão do Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, conhecido como Aquário do Pantanal, é no fim do ano que vem.

A obra está parada desde 2014 e sofre o desgaste em decorrência do tempo e do abandono. Orçada inicialmente em R$ 84.749.754,23, a construção inacabada já consumiu mais de R$ 240 milhões do cofre do governo do Estado.

Instalado em uma área de quase 22 mil m², no Parque das Nações Indígenas, o centro de pesquisa contará com 32 tanques (24 internos e oito externos) de peixes e répteis, mais de 5,4 milhões de litros de água e um sistema de suporte à vida com condições reais do habitat.

O objetivo é fazer do espaço um centro de referência em pesquisas. Para isso, o empreendimento também terá museu interativo, biblioteca, auditório com capacidade para 250 pessoas, sala de exposição e laboratórios de pesquisa.

A primeira ordem de serviço do Aquário do Pantanal foi dada no dia 14 de abril de 2011. A empresa Egelte Construções foi quem ganhou a licitação para construir a estrutura. A empresa espanhola Fluidra Indústria e Comércio Ltda. também fazia parte da obra, prevendo a execução dos serviços técnicos especializados em filtragem, automação e iluminação e construção cenográfica dos tanques onde os peixes devem ficar, e a Clima Teck Climatização era responsável pelo serviço de fornecimento e instalação de sistema de geração de energia.

Em 2014, a Egelte foi substituída pela empresa Proteco Construções Ltda., por meio de contrato de subempreitada com a aprovação da Agesul. Em 2015, porém, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Agesul a imediata rescisão do acordo com a Proteco. Em virtude disso, a agência estadual notificou a Egelte para retomar imediatamente a obra. A empresa, por sua vez, entrou com ação cautelar com o objetivo de produzir prova antecipada e de suspender todo ato de execução do contrato administrativo, seguida de ação ordinária visando suspender o contrato, o que só aconteceu em novembro do ano passado.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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