O resultado da pesquisa da percepção pública sobre a Ciência e Tecnologia no Brasil realizada em 2019 reflete números positivos para a comunidade acadêmica de todas regiões do território nacional. Na opinião de 90% dos entrevistados, o governo federal deveria destinar mais recursos para pesquisa científica.
A informação é parte de uma compilação apresentada nesta segunda-feira (22) durante a 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Campo Grande, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Outro destaque apontado pelo coordenador do SBPC/UFRJ, Ildeu de Castro Moreira, foi de que 73% da população é favorável a realização de eventos científicos e quase 80% acredita que médicos e cientistas são fontes confiáveis de informação.
"Algumas pessoas podem até não saber detalhadamente o que faz um pesquisador, mas consideram o trabalho importante. Outra resposta positiva foi de que a ciência contribui para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Para nós cientistas, isso é um respaldo muito grande", pontua o docente.
Para o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Márcio de Miranda Santos, os aspectos técnicos e conceituais revelados na pesquisa, demonstram a necessidade de manter vivo e atualizado este tipo de levantamento.
"De forma geral, a grande mensagem da pesquisa em 2019 foi que a população tem percepção da importância da ciência e tecnologia na vida de todos, além, de compreenderem que faltam mais investimentos por parte do poder público", acrescenta.
MAIS DIVULGAÇÃO
O secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCITC), Marcelo Marcos Morales, destacou que o ministro, Marcos Pontes, tem utilizado sua imagem como astronauta para divulgar a ciência brasileira e o resultado foi observado nas respostas da pesquisa.
"O nome mais citado pelos entrevistados, quando questionados sobre qual cientista conheciam foi do Marcos Pontes. Além dele, outros nomes citados foram Osvaldo Cruz, Carlos Chagas e Santos Dumont, personagens importantes para o desenvolvimento de nosso país", argumenta.
Na avaliação do reitor da UFMS, Marcelo Augusto Turine, as informações comprovam que a população acredita na atuação científica e é fundamental investir na divulgação de resultados e iniciativas importantes, como o museu de Arqueologia da universidade federal.
"O acervo do nosso museu é riquíssimo, principalmente sobre o histórico de populações que viveram no Pantanal. Nosso desafio é popularizar eventos e atrair a participação e visitação da comunidade", pontua.
SERVIÇO
A 71ª Reunião Anual da SBPC começou oficialmente no domingo (21) e prossegue até 27 de julho, nas dependências da UFMS. Detalhes da programação podem ser conferidos no site da instituição.
São esperadas cerca de 20 mil pessoas, visto que o evento é aberto ao público, além de ser realizado pela primeira vez no Estado, em 70 anos de existência.