Cidades

ESTUDO

Cidades de fronteira em MS
batem "recorde" negativo

Fatores de segurança, saúde e educação foram avaliados pelo IDESF

LEANDRO ABREU

27/08/2018 - 15h31
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Mato Grosso do Sul teve as cidades de Bela Vista, Coronel Sapucaia, Corumbá, Mundo Novo, Paranhos, Ponta Porã e Porto Murtinho avaliadas pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) e apresentou números até quatro vezes maiores que a média nacional. A análise foi feita em cima dos quatro eixos de desenvolvimento: educação, saúde, economia e segurança pública.

O índice de homicídios de Paranhos, por exemplo, é de 109,7, quase quatro vezes a média nacional, que é de 27,85 mortes para cada cem mil habitantes. O número de mortes por armas de fogo no município é de 58,51, quase três vezes a incidência de 20,31 registrada no País. Em Porto Murtinho, a taxa de reprovação do ensino médio chega a 31%, mais do que o dobro do índice médio brasileiro de 11,90%.

O estudo mostra que os municípios sul-mato-grossenses apresentam os índices mais graves em vários indicadores. Os números de homicídios e mortes por armas de fogo são os mais altos dentro do universo pesquisado. Outro indicador preocupante é o número de suicídios, também o maior encontrado na região fronteiriça, chegando a 29,25 para cada cem mil habitantes em Paranhos e 20,64, em Bela Vista. A média nacional é de 5,13.

Também chama atenção o índice de internações hospitalares na fronteira de Mato Grosso do Sul, chegando a 99,2 a cada mil habitantes em Mundo Novo, quase o dobro da média brasileira de 51,3.

“Há uma correlação desses números, sendo que os dados de violência indicam que toda uma condição social que teria que vir antes - de educação, de saúde e de crescimento econômico - é falha, gerando esses indicadores preocupantes”, destacou Luciano Stremel Barros, presidente do IDESF.

O estudo mostrou que nos municípios do Estado pesquisados a administração municipal tem um grau de dependência acima de 70% de verbas federais e estaduais, o que indica baixos índices de arrecadação. Em Coronel Sapucaia, por exemplo, 90,27% dos recursos municipais são originados dessas transferências.

CIDADES GÊMEAS
Os dados preocupantes em relação aos municípios fronteiriços sul-mato-grossenses fazem parte de um levantamento inédito divulgado pelo IDESF, em Campo Grande. Realizado a partir de indicadores oficiais, o Diagnóstico do Desenvolvimento das Cidades Gêmeas do Brasil traz uma radiografia das áreas limítrofes com os países vizinhos.

O conceito de ‘cidades gêmeas’ são aos municípios situados na linha de fronteira, seca ou fluvial, integrados ou não por obras de infraestrutura, os quais apresentam grande potencial de integração econômica e cultural. No Brasil, elas são 32 e estão situados nas fronteiras de nove estados.

Segundo o presidente do IDESF, no conjunto os dados apontam que a falta de perspectiva econômica dessas regiões é fator que leva muitos jovens a ingressarem em atividades ilícitas. “O resultado vem em cadeia: evasão escolar, altos índices de violência, inclusive no trânsito, que reflete incidência de acidentes gerados em situações de contrabando”, avalia. É de Coronel Sapucaia, também, o maior índice de acidentes no trânsito, de 46,93, para uma média 16,93 entre as cidades gêmeas brasileiras.

Este é o segundo diagnóstico sobre o desenvolvimento das áreas fronteiriças realizados pelo IDESF. O levantamento de dados das fronteiras foi enviado pelo Instituto para todos os candidatos à presidência da República. “O objetivo é que o estudo seja utilizado como ferramenta para que governos e entidades civis proponham políticas públicas de desenvolvimento para essas regiões esquecidas”, afirmou Luciano Barros.

Cidades

Ladrão de carne é preso por posse ilegal de armas, violência doméstica e crime ambiental em MS

Homem ameaçava companheira com armas ilegais, mantinha aves em cativeiro e furtava animais de abate de vizinhos

17/12/2025 15h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso em flagrante na última terça-feira (16) por violência doméstica no município de Anaurilândia, localizado a 376 km de Campo Grande.

O suspeito era investigado pela prática de ameaças contra a companheira, que relatou  à Polícia Civil um comportamento agressivo do homem, especialmente quando sob efeito de bebida alcoólica. Em um episódio recente, ele efetuou disparos de arma de fogo, o que a obrigou a buscar abrigo na casa de vizinhos.

A mulher informou que o armamento estava no interior da residência do casal e autorizou o ingresso da equipe policial para busca. Foram apreendidas duas armas de fogo, além de munições, espoletas e outros armamentos, configurando situação de flagrante delito.

CRIME AMBIENTAL

Também no interior da casa, os policiais encontraram animais da fauna silvestre mantidos em cativeiro, entre eles um papagaio e outras aves.

A Polícia Militar Ambiental foi acionada para adoção das providências administrativas e legais cabíveis.

O homem recebeu voz de prisão em flagrante e foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Anaurilândia, onde foram adotadas as providências legais.

ABIGEATO

Após a prisão do suspeito, a Polícia Civil esclareceu um caso de abigeato ocorrido na zona rural do município. O crime, que consiste no furto de animais, havia sido denunciado às autoridades na segunda-feira (15), quando foi registrado o boletim de ocorrência.

Cidades

Penitenciária Federal de Campo Grande deve ganhar sistema antidrone de ponta

Com investimento superior a R$ 20 milhões, tecnologia testada no exterior amplia a segurança e o controle do espaço aéreo

17/12/2025 14h29

Polícia Penal Federal (PPF) realizou missão técnica em Israel com o objetivo de consolidar as tratativas finais para a implantação do sistema antidrone

Polícia Penal Federal (PPF) realizou missão técnica em Israel com o objetivo de consolidar as tratativas finais para a implantação do sistema antidrone Foto: Divulgação / Senappen

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Um sistema antidrone será implantado na Penitenciária Federal de Campo Grande e nas outras quatro unidades em Brasília, Catanduvas, Mossoró e Porto Velho. De 6 a 14 de dezembro, a Polícia Penal Federal (PPF) realizou uma missão técnica em Israel com o objetivo de consolidar as tratativas finais para a implantação do sistema.

Com investimento superior a R$ 20 milhões, a iniciativa integra o Projeto Ômega, e marca a adoção, no Brasil, de uma tecnologia de ponta considerada entre as mais avançadas atualmente disponíveis contra ameaças aéreas não tripuladas.

A visita institucional foi feita na Israel Prison Service (IPS), com agenda voltada à troca de experiências sobre procedimentos penitenciários, gestão de incidentes críticos, rotinas operacionais e avaliação de soluções tecnológicas aplicadas ao ambiente prisional.

Durante a visita técnica a Israel, foram realizadas atividades de verificação operacional e validação de desempenho do sistema antidrone, com demonstrações que evidenciaram capacidade de detecção simultânea de múltiplos dispositivos em poucos segundos, identificação de diferentes modelos de drones e rastreio georreferenciado, com registros a quilômetros de distância.

As avaliações envolveram diferentes equipamentos, configurações e cenários operacionais. Conforme a PPF, essas atividades "contribuíram para o planejamento da implantação em um ambiente compatível com a complexidade do contexto prisional e com os elevados requisitos de segurança da Polícia Penal Federal".

No contexto das unidades federais de segurança máxima, a implantação do sistema antidrone visa reforçar estrategicamente a segurança das unidades, ampliando o controle do espaço aéreo e elevando o patamar de prevenção e resposta a tentativas de sobrevoo ilícito.

"A adoção dessa tecnologia antecipa ameaças, preserva a integridade das unidades e reforça a disciplina e a segurança dos policiais penais, das pessoas privadas de liberdade e da sociedade, em consonância com o padrão de excelência operacional que caracteriza a Polícia Penal Federal", diz a PPF, em nota.

O sistema será implantado nas cinco penitenciárias federais, com previsão de disponibilização de uma unidade adicional para emprego operacional e apoio técnico pela Coordenação-Geral de Inteligência (CGIN). 

Não foi detalhado quando começará a instalação do novo sistema.

Projeto Ômega

O Projeto Ômega é uma iniciativa da Polícia Penal Federal voltada à modernização e padronização da segurança eletrônica e da inteligência nas unidades federais, por meio de uma Plataforma de Monitoramento e Inteligência integrada, com gestão centralizada.

Estruturado em cinco fases executadas de forma simultânea, o projeto visa à consolidação de uma rede integrada de segurança e inteligência, com capacidade de gestão local nas unidades e coordenação estratégica central em Brasília.

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