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CCR negocia redução de pedágio por nova licitação

Empresa faz série de pedidos, inclusive de mais prazo para executar obras

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A CCR MSVia aceitou a redução de 4,61% na tarifa de pedágio proposta pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mas a empresa fez uma tentativa de proposta pedindo que a redução seja aplicada no futuro e ainda que seja mantida a atual tarifa de pedágio cobrada dos usuários até o fim do processo de relicitação.

Em novembro, a autarquia reduziu em média 53,94% o pedágio, mas a medida foi derrubada por decisão judicial. A concessionária pediu ainda prazo de 12 meses para realizar duas obras de interconexão. Esses pleitos fazem parte da resposta da empresa apresentada à agência sobre o parecer que define os parâmetros da relicitação da concessão dos 847 quilômetros da BR-163.

Na quarta-feira (1°), com a resposta da MSVia, a Superintendência de Exploração de Infraestrutura Rodoviária encaminhou as considerações de qualificação para as gerências de Gestão Econômico-Financeira de Rodovias (Geref), de Fiscalização e Investimentos de Rodovias (Gefir), de Engenharia e Meio Ambiente de Rodovias (Geeng) com pedido para “que seja avaliado tecnicamente sobre a pertinência e viabilidade da proposta apresentada pela Concessionária MSVia”.

Pelo calendário divulgado na semana passada, os departamentos deverão apresentar suas posições até o dia 22 deste mês. Serão analisados ofícios, documentos e outras informações prestadas pela MSVia para consolidar os argumentos sobre o novo processo de concessão.

Entre eles este último ofício da concessionária, no qual afirma que “entende que as propostas da gerência são razoáveis e pertinentes ao momento de relicitação do empreendimento, aproveitando a presente para apresentar algumas considerações adicionais”, entre elas a mudanças nos parâmetros técnicos de manutenção e recuperação da pista.

A empresa afirma que “concorda com a utilização dos parâmetros de desempenho previstos para o 36º mês da concessão para as pistas antigas e novas e esclarece que os impactos decorrentes da redução das obrigações são objeto de cálculo no momento da indenização, sem efeitos na tarifa atualmente praticada”.

Também afirma concordar com as exigências da ANTT em relação aos critérios de atendimento de guinchos e ambulâncias e pede “que sejam mantidos como referência os parâmetros exigidos para o 36º mês da concessão”.

OBRAS

Outro ponto é o dos investimentos essenciais. A empresa afirma que “concorda com a proposta de implantação das interconexões nos km 496,9 e 670,9 da BR-163/MS, considerando o seu relevante impacto para o conforto e segurança dos usuários. No que se refere à execução dos referidos investimentos, a Concessionária propõe que o prazo de sua conclusão seja de 12 meses”, só que cobra que estes investimentos deverão ser considerados para fins do cálculo da indenização devida à concessionária. Também a concessionária se mostra favorável a nota técnica da Gefir que propõe que seja descontado na tarifa até o fim da concessão o porcentual total de 4,61618%, por causa “da alteração das condições dos serviços e investimentos a serem mantidos, com a redução dos custos relativos à recuperação, manutenção e conservação dos parâmetros de pavimento e sinalização”.

Só que “requer que a apuração do montante ocorra a partir da celebração do termo aditivo, mas que sua aplicação ocorra apenas ao fim de sua vigência, para o cálculo da indenização devida, conforme preconiza o art. 11 do Decreto de Relicitação, mantendo a tarifa atualmente praticada, a ser reajustada anualmente pela aplicação do IPCA”.

Outro pleito da MSVia é a “manutenção do valor da tarifa de pedágio média vigente ao usuário, atualmente em R$ 0,04762 por km, expressa em moeda de maio/2012, sendo ajustada anualmente pelo Índice de Reajuste de Tarifa (IRT)”.

A empresa afirma que a arrecadação com a tarifa de pedágio foi menor do que a projetada à época da assinatura do contrato e que houve alterações nas condições de financiamento, com a liberação de 30% do valor contratado. Além disso, que é desnecessária a duplicação de 100% dos 847 quilômetros concedidos em virtude do menor fluxo de veículos, e ainda pede ampliação do prazo de recuperação da pista já existente de 5 para 10 anos e a manutenção das tarifas de pedágio atuais.

A relicitação foi pedida pela MSVia no dia 20 de dezembro do ano passado, após dois anos de interrupção das obras de duplicação da BR-163 em Mato Grosso do Sul. A empresa ficou de investir R$ 5,7 bilhões na rodovia durante 30 anos de concessão. Chegou a investir cerca de R$ 1,9 bilhão, com duplicação de 150 quilômetros e benfeitorias, de um total de 806 quilômetros previstos na concessão. Pelo contrato, já teria de estar duplicada toda a extensão da BR-163 no Estado.

Por essas obras executadas, a MSVia pode receber indenização de R$ 1,9 bilhão se a União declarar a caducidade do contrato ou a empresa sair vitoriosa na ação judicial que pede, em último caso, a rescisão do acordo. Também pode ser beneficiada com decisão da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI).

Esse direito está no contrato assinado em 2014, nas cláusulas 31 a 34 do contrato, que trata da caducidade (tornar sem efeito o contrato quando a concessionária não cumpre as cláusulas), rescisão e anulação do acordo.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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