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Para o SUS, Campo Grande tem 1,5 milhão de habitantes

Já para o IBGE, Capital tem 895 mil pessoas; entenda o motivo da diferença

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Campo Grande tem 1,5 milhão de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) cadastrados, mas a população oficial é de 895,9 mil pessoas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São mais de 604 mil pessoas que têm formalmente o chamado cartão SUS (a identidade do cidadão no sistema é feito mediante comprovação de moradia na cidade) para serem atendidas na rede da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), mas que não vivem na Capital, de acordo com a pasta.

Além de não haver meios para coibir o problema, os pacientes originalmente da cidade acabam enfrentando ainda mais demora, fila e espera para terem atendimento. “Nós temos um orçamento para 895 mil habitantes. Existe aqui uma demanda oculta, informal, que está se utilizando da nossa rede”, disse o titular da Sesau, José Mauro de Castro Filho.
O recurso tem como objetivo criar uma base nacional de dados em que fique registrado o histórico de todos os atendimentos prestados ao paciente. Além de servir também para embasar os recursos destinados pela União para a área da saúde da cidade.

O secretário afirma que parte da demanda vem do interior de Mato Grosso do Sul. Porém, ainda pode haver outras situações, como duplicidade de registros e até pacientes de outros estados e países. “Como se sabe que o paciente é de fora? Quando ele tem alta do hospital, ele pede ambulância da cidade dele”, explica Filho.

Mas o orçamento não se expande conforme o aumento dos cadastros no SUS. A Capital tem R$ 1,082 bilhão do orçamento para aplicar em saúde durante todo o ano de 2019. Já o Estado vai investir R$ 1,137 bilhão na área. Mesmo aplicando quase o mesmo que o governo, o município ainda precisa receber pacientes de média e alta complexidade. 

COMPROMISSO

Para a coordenadora do Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande (CMS), Maria Auxiliadora Fortunato, não é possível deixar de atender esses pacientes “extras”. “Nenhuma pessoa pode ficar sem atendimento. Isso afeta bastante e acaba causando essa situação ruim”.

Em alguns casos, segundo a conselheira, pacientes do interior se registram com endereço de parentes da Capital para ter o atendimento que precisam e que não encontram nos seus municípios de origem – em média, alta e também baixa complexidade. “Os atendimentos são para casos de alta e média complexidade, mas está vindo uma demanda de baixa complexidade”, apontou.

Com tantos pacientes para atender, o município cogitou enviar pessoas em tratamento contra o câncer para o interior. “Estudou-se levar pacientes de oncologia de Campo Grande para Dourados, porque havia muita gente na fila”, explicou.
Em agosto deste ano, o Correio do Estado noticiou a situação, após a Santa Casa da Capital encerrar o convênio que tinha com a clínica Radius, empresa terceirizada que fazia o atendimento de radioterapia, e somente o Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) suprir a demanda. Segundo dados da Sesau na época, em 18 dias, houve um crescimento de 33,5% na fila de espera. 

Mas até agora nenhum paciente foi para Dourados, cidade no sul do Estado, porque não foi resolvida a questão da estadia dos doentes e acompanhantes no interior. A prefeitura não oferece nenhuma hospedagem ou subsídio, além do transporte. 
Em junho deste ano, durante a 9ª Conferência Estadual de Saúde, o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, apresentou os planos para a regionalização da área.

Entre as medidas para levar o atendimento mais próximo dos pacientes está investimento em construção, reformas e ampliações de hospitais, entrega de veículos e equipamentos, custeio de serviços, insumos e aparelhos, além de capacitar os servidores da saúde.

Porém, Maria Auxiliadora acredita que o processo de descentralização ainda não surtiu efeito. “Algo está errado, porque estão vindo muitos pacientes. É preciso rever tudo isso, e o município precisa conversar com o Estado”.

O projeto do Hospital Municipal de Campo Grande, segundo a coordenadora do CMS, pode melhorar a situação. “Pode ser que ajude, mas, se o Estado não descentralizar, não vai fazer diferença. É possível equilibrar, desde que o paciente também exija ser atendido perto de casa”, finalizou.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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