O velório do ex-governador de Mato Grosso do Sul, Wilson Barbosa Martins, começou por volta das 15h no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande. Emocionado, a filha dele, Thais Martins agradeceu ao Estado em nome do pai. “Wilson se despede agradecendo a todo o Mato Grosso do Sul por sua grande contribuição. Em nome dele, eu agradeço”, disse.
O ex-governador morreu às 6h05 de hoje, aos 100 anos, na casa onde morava há mais de 50 anos, na rua 15 de Novembro, em Campo Grande.
Familiares, políticos e autoridades acompanhem o velório, no Parque dos Poderes.
Vice-governadora do Estado, Rose Modesto (PSDB) foi uma das primeiras a chegar, representando o governador Reinaldo Azambuja e destacou o legado que Wilson deixa para a política do Estado.
“Nosso querido ex-governador, doutor Wilson, como era chamado, representou o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, a construção de nosso Estado. A nossa alegria em um momento tão triste como esse é saber que por onde ele passou, ele deixou uma boa semente e hoje todos nós podemos colher esses frutos que através da vida foi semeado. Um homem integro, um homem honesto, que com certeza é um exemplo para todos nós da classe política”, disse Rose.
O produtor rural Ricardo Bacha, que trabalhou como secretário estadual nas duas gestões de Wilson, reafirmou a importância dele para o Estado e o caréter do ex-governador.
“O Estado tem alguns homens importantes e o Wilson foi um deles. É uma pessoa que entrou na polícia para fazer o bem comum”, declarou.
O velório é aberto para quem quiser se despedir de Wiolson Barbosa Martins. Conforme o cerimonial, ainda não está definido o horário de sepultamento.
BIOGRAFIA
Wilson Barbosa Martins nasceu no dia 21 de junho de 1917 na Fazenda São Pedro, região da Vacaria, que pertenceu a Campo Grande, e hoje faz parte do município de Rio Brilhante.
Formou-se em Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, e teve como colegas Ulysses Guimarães, José Fragelli, entre outras figuras ilustres.
Em 1946, exerceu o cargo de secretário-geral da Prefeitura de Campo Grande, na administração do prefeito Fernando Correa da Costa (que também foi governador de Mato Grosso).
Em 1958, foi eleito prefeito da cidade, substituindo Marcílio de Oliveira Lima. No período da sua administração, concurso promovido pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) e revista “O Cruzeiro”, elegeu Campo Grande como um dos cinco municípios de maior progresso no Brasil.
Filiado à UDN, foi eleito deputado federal pelo estado do Mato Grosso em 1963. Quando do advento do bipartidarismo no País, aderiu ao MDB, que ajudou a fundar. Reeleito em 1966, foi cassado pelo Ato Institucional número 5 em 7 de fevereiro de 1969, tendo seus direitos políticos suspensos por 10 anos.
Em 1982 retornou à cena política elegendo-se governador do Estado, o primeiro eleito pelo voto direto para governar Mato Grosso do Sul.