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Câmeras de segurança

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Teste pode ampliar videomonitoramento em escolas públicas de Campo Grande

Projeto piloto foi implantado em 60 instituições, sendo 31 estaduais

RAFAEL RIBEIRO

13/01/2018 - 17h08
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Projeto piloto implantado em 60 escolas públicas de Campo Grande, 31 delas estaduais, será fundamental para determinar, em maio do próximo ano, se o prometido projeto de videomonitoramento das redes  estadual e municipal poderá ser finalizado até 2019 na Capital.

Essa é a expectativa de Valson Campos dos Anjos, coordenador do programa ‘Escola Segura, Família Forte’, lançado oficialmente em outubro pelo Governo do Estado e que tem em seu planejamento a adoção definitiva das câmeras de segurança nas escolas.

Segundo Anjos, diretor de escola pública por 25 anos, não é possível por enquanto fazer projeções sobre o custo estimado. Sabe-se apenas que o trabalho será árduo. “É uma coisa que definimos a longo prazo. Por isso definimos fazer o levantamento e integração das câmeras já existentes no segundo semestre (de 2018), para só no ano seguinte ampliar a rede existente”, disse.

É a sequência de ferramenta que foi promessa de campanha do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e que foi anunciada oficialmente em julho de 2016 pelo então secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa.

Na ocasião, o mandatário da Pasta dizia que iniciaria as tratativas para a implantação de uma ‘polícia escolar.’ Mas foi no ano seguinte que as coisas começaram a sair do papel. O projeto, já com a coordenação de Anjos, foi inscrito em programa do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF, sigvla em espanhol) e  um dos dois selecionados do Brasil ao lado de programa do Piauí, que trata sobre investimentos escolares. “Fomos os únicos aprovados a propos algo com segurança”, disse Anjos.

Por enquanto não há investimentos, apenas consultoria. Dois especialistas da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), ambos de São Paulo, iniciaram uma avaliação completa das condições atuais, estudando ocorrências, estrutura física das escolas e Polícia Militar e chegando ao número finais de escolhidas.

AVANÇOS

A consultoria do CAF foi determinante para o andamento do projeto, avalia Anjos. O banco avaliou a criação da Ronda Escolar pela PM, o método como atua, em um perímetro de 200 metros das escolas escolhidas, e sua comunicação com pais e direção das escolas pelos grupos de mensagem pelo celular criados. Relatórios são produzidos constantemente. A nota atual de Campo Grande, em 8,9, é boa o suficiente para quehaja investimentos financeiros no ano que vem.

É nesse ponto que entrarão as câmeras. Por enquanto, Anjos diz que não tem como definir quantas das 95 escolas da rede estadual na cidade possuem o equipamento. Mas antecipa que ele é essencial na atual condição das instituições. “É fundamental para a segurança, flagrar tráfico de drogas, atos de vandalismo, crimes no entorno”, apontou.

A opinião é a mesma de direção e alunos da Escola Estadual Maria Constância Barros Machado, no bairro Amambai (região central). Há cerca de dois anos o local foi contemplado com uma emenda parlamentar que garantiu a instalação de 32 câmeras. o monitoramento é feito na sala da direção e secretaria. E os resultados são apontados como positivos. No momento em que o Correio do Estado conversava com funcionários, a mãe de um aluno de 12 anos era chamada pela direção após ele ser flagrado pelas imagens matando aula.

Sem verba, a instalação das câmeras nas escolas ainda depende de emenda parlamentar, estadual ou federal. E é por isso que Anjos pretende mudar a estrutura e tornar seu programa uma referência, sem conotação política. “Estamos avaliando como levar esse projeto para a Assembleia (Legislativa) e assim torná-lo lei, livrando-o de riscos por conta das eleições do ano que vem”, disse.

O PROJETO

Uma das principais propostas do ‘Escola Segura, Família Forte’, depois de terminado o censo sobre as condições atuais das câmeras, no ano que vem, será o de implantar o mais rápido possível o videomonitoramento.

Para isso, Valson Anjos projeta intensificar o diálogo com a prefeitura, que possui estágio mais avançado não só de monitoramento internos das unidades de sua rede, como também o controle de imagens pela Guarda Civil Municipal.

Segundo ele, esse é um dos pontos a serem definidos em 2018: o local que abrigará o monitoramento. Conversas preliminares indicam que como a GCM já possui local adequado, poderia sediar o controle, em trabalho conjunto não só com órgãos municipais, mas também com Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e PM.

Outra possibilidade é que seja construída estrutura adequada no prédio da Sejusp, facilitando também o acesso de educadores, professores e pais.

As escolas estaduais de Mato Grosso do Sul passarão a contar com câmeras e sistema de videomonitoramento ligado diretamente à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Projeto da Secretaria de Estado de Educação (SED) deve começar pela Escola Estadual Célia Maria Naglis, no bairro Moreninhas III, que recebeu reforma do governo do Estado na semana que passou.

O objetivo é dar mais segurança e impedir atos de vandalismo, bem como evitar a entrada de pessoas alheias à comunidade escolar. 

Segundo o secretário de justiça, José Carlos Barbosa, garantir mais segurança a alunos, professores, funcionários e pais é a meta do projeto, que apesar de estar em fase inicial, promete ser modelo em Mato Grosso do Sul.

“As tratativas apenas começaram e nesta semana que começa vamos reforçar as conversas. A ideia é ter uma Polícia Escolar, ou algo do tipo”, sinalizou. 
 

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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