Projeto piloto implantado em 60 escolas públicas de Campo Grande, 31 delas estaduais, será fundamental para determinar, em maio do próximo ano, se o prometido projeto de videomonitoramento das redes estadual e municipal poderá ser finalizado até 2019 na Capital.
Essa é a expectativa de Valson Campos dos Anjos, coordenador do programa ‘Escola Segura, Família Forte’, lançado oficialmente em outubro pelo Governo do Estado e que tem em seu planejamento a adoção definitiva das câmeras de segurança nas escolas.
Segundo Anjos, diretor de escola pública por 25 anos, não é possível por enquanto fazer projeções sobre o custo estimado. Sabe-se apenas que o trabalho será árduo. “É uma coisa que definimos a longo prazo. Por isso definimos fazer o levantamento e integração das câmeras já existentes no segundo semestre (de 2018), para só no ano seguinte ampliar a rede existente”, disse.
É a sequência de ferramenta que foi promessa de campanha do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e que foi anunciada oficialmente em julho de 2016 pelo então secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa.
Na ocasião, o mandatário da Pasta dizia que iniciaria as tratativas para a implantação de uma ‘polícia escolar.’ Mas foi no ano seguinte que as coisas começaram a sair do papel. O projeto, já com a coordenação de Anjos, foi inscrito em programa do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF, sigvla em espanhol) e um dos dois selecionados do Brasil ao lado de programa do Piauí, que trata sobre investimentos escolares. “Fomos os únicos aprovados a propos algo com segurança”, disse Anjos.
Por enquanto não há investimentos, apenas consultoria. Dois especialistas da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), ambos de São Paulo, iniciaram uma avaliação completa das condições atuais, estudando ocorrências, estrutura física das escolas e Polícia Militar e chegando ao número finais de escolhidas.
AVANÇOS
A consultoria do CAF foi determinante para o andamento do projeto, avalia Anjos. O banco avaliou a criação da Ronda Escolar pela PM, o método como atua, em um perímetro de 200 metros das escolas escolhidas, e sua comunicação com pais e direção das escolas pelos grupos de mensagem pelo celular criados. Relatórios são produzidos constantemente. A nota atual de Campo Grande, em 8,9, é boa o suficiente para quehaja investimentos financeiros no ano que vem.
É nesse ponto que entrarão as câmeras. Por enquanto, Anjos diz que não tem como definir quantas das 95 escolas da rede estadual na cidade possuem o equipamento. Mas antecipa que ele é essencial na atual condição das instituições. “É fundamental para a segurança, flagrar tráfico de drogas, atos de vandalismo, crimes no entorno”, apontou.
A opinião é a mesma de direção e alunos da Escola Estadual Maria Constância Barros Machado, no bairro Amambai (região central). Há cerca de dois anos o local foi contemplado com uma emenda parlamentar que garantiu a instalação de 32 câmeras. o monitoramento é feito na sala da direção e secretaria. E os resultados são apontados como positivos. No momento em que o Correio do Estado conversava com funcionários, a mãe de um aluno de 12 anos era chamada pela direção após ele ser flagrado pelas imagens matando aula.
Sem verba, a instalação das câmeras nas escolas ainda depende de emenda parlamentar, estadual ou federal. E é por isso que Anjos pretende mudar a estrutura e tornar seu programa uma referência, sem conotação política. “Estamos avaliando como levar esse projeto para a Assembleia (Legislativa) e assim torná-lo lei, livrando-o de riscos por conta das eleições do ano que vem”, disse.
O PROJETO
Uma das principais propostas do ‘Escola Segura, Família Forte’, depois de terminado o censo sobre as condições atuais das câmeras, no ano que vem, será o de implantar o mais rápido possível o videomonitoramento.
Para isso, Valson Anjos projeta intensificar o diálogo com a prefeitura, que possui estágio mais avançado não só de monitoramento internos das unidades de sua rede, como também o controle de imagens pela Guarda Civil Municipal.
Segundo ele, esse é um dos pontos a serem definidos em 2018: o local que abrigará o monitoramento. Conversas preliminares indicam que como a GCM já possui local adequado, poderia sediar o controle, em trabalho conjunto não só com órgãos municipais, mas também com Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e PM.
Outra possibilidade é que seja construída estrutura adequada no prédio da Sejusp, facilitando também o acesso de educadores, professores e pais.
As escolas estaduais de Mato Grosso do Sul passarão a contar com câmeras e sistema de videomonitoramento ligado diretamente à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Projeto da Secretaria de Estado de Educação (SED) deve começar pela Escola Estadual Célia Maria Naglis, no bairro Moreninhas III, que recebeu reforma do governo do Estado na semana que passou.
O objetivo é dar mais segurança e impedir atos de vandalismo, bem como evitar a entrada de pessoas alheias à comunidade escolar.
Segundo o secretário de justiça, José Carlos Barbosa, garantir mais segurança a alunos, professores, funcionários e pais é a meta do projeto, que apesar de estar em fase inicial, promete ser modelo em Mato Grosso do Sul.
“As tratativas apenas começaram e nesta semana que começa vamos reforçar as conversas. A ideia é ter uma Polícia Escolar, ou algo do tipo”, sinalizou.