O desfile das escolas de samba de Campo Grande atraiu centenas de pessoas até a Avenida Alfredo Scaff, na Praça do Papa, na terça-feira (9), quando cinco agremiações do grupo especial se apresentaram. A Polícia Militar estima que mais de 10 mil pessoas tenham comparecido ao evento, enquanto a Lienca (Liga das Escolas de Samba de Campo Grande) fala em 25 mil. Uma falha durante a explosão dos fogos de artifício fez com que seis pessoas precisassem de atendimento médico.
Por volta das 20h15min, a escola Deixa Falar deu início ao desfile. Com o enredo “o abre alas que eu quero passar”, os integrantes contaram a história da evolução do Carnaval usando predominantemente as cores verde, vermelho e branco. Um dos destaques da escola foi a rainha da bateria, a atual Miss Mundo de Mato Grosso do Sul, Paula Gomes.
Em seguida, a Igrejinha coloriu a avenida de vermelho, branco, prata e dourado homenageando o historiador e jornalista Edson Contar e mostrando a relação dele com o samba. O homenageado, que já foi presidente da agremiação, participou como integrante de uma das alas.
Os Catedráticos do Samba entraram na avenida com cores mais sóbrias para homenagear a Polícia Civil do Estado.
Seis pessoas tiveram ferimentos leves (Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado)
Fogos de artifícios atingiram foliões, mas não interromperam desfile
Um erro durante a explosão dos fogos de artifícios que anunciaram a chegada da escola Catedráticos do Samba fez com que seis pessoas ficassem feridas: três crianças, um adolescente e dois adultos. Eles foram socorridos por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que estava de prontidão. Segundo informações do Samu, as queimaduras foram leves, de 1º grau, e ninguém precisou ser levado para o hospital.
Outros três atendimentos foram feitos nas cabanas montadas pelo Samu durante o desfile de terça/quarta-feira, mas não foram detalhados.
A Unidos da Vila Carvalho homenageou o presidente da escola com o enredo “Meio século de samba- meu coração é verde e rosa. Dá ao zé o que é de Zé”, sempre fazendo menção à Estação Primeira de Mangueira. Depois do fim da apresentação da Vila Carvalho, muitos foliões deixaram a avenida.
Por volta de 1h15min de quarta-feira (10) teve início o desfile da última escola: Unidos da Vila Cruzeiro que nas cores vermelho, amarelo e branco e com o enredo “aos olhos da noite, entre mil e uma noites tudo acontece”, cantou as histórias que ocupam o imaginário das pessoas.
Chuva forte que caiu durante o desfile desta escola afastou os últimos foliões, mas não desanimou os integrantes da Unidos da Vila Carvalho.
Decisão será difícil para os jurados, afirma presidente da Lienca
O presidente da Lienca, Eduardo Souza Neto, resumiu o desfile como equiparado e pontuou que os jurados terão dificuldade em escolher a melhor escola. “As escolas estavam muito niveladas, então acredito que a diferença de pontuação entre uma e outra vai ser muito pequena”.
Sobre a quantidade de público, superior a dos anos anteriores, ele acredita ter relação com a suspensão da festa de Carnaval na Avenida Fernando Corrêa da Costa. “Mas também tem o momento econômico que estamos vivendo. Como as pessoas estão sem dinheiro, elas não viajaram. Ficaram aqui”.
Outras opiniões sobre o desfile
Acompanhada de amigos, Sandra Vieira, de 32 anos, foi ao desfile pela primeira vez. Isto porque não morava em Campo Grande. Ela não demonstrou preferência por nenhuma agremiação, mas disse valorizar a bateria. “Quando passa, chega a dar uma emoção”, declarou, adiantando que vai comparecer ao desfile do carnaval de 2017.
Essa também é a primeira vez que Nancy Medina, 49, foi até a Praça do Papa para assistir ao desfile. Ela, que está afastada do trabalho há cinco anos em decorrência de um tratamento de câncer, conta ter se surpreendido com a qualidade do desfile. “Tinha medo de vir porque achava que teria briga, mas é bem tranquilo. Pulei, gritei, fiz tudo o que tinha direito”, brincou.
A única reclamação de Nancy foi a dificuldade em encontrar lixeiras.
Ocorrências policiais foram reduzidas
Segundo informações divulgadas pela Polícia Militar, 250 homens, entre PMs, guardas municipais e seguranças particulares trabalharam no evento, que não registrou confusão.
Depois do fim do evento, boletim de ocorrência de moto furtada na Praça do Papa foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro.
