A novela sobre o funcionamento completo da Unidade do Trauma parece estar longe do fim. O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, afirmou hoje que ainda aguarda Planos Operativos da Santa Casa para definir o valor exato de repasse que deve ser feito para o pleno funcionamento da unidade.
Na manhã de hoje, Mandetta participou da entrega de um tomógrafo computadorizado no hospital e garantiu que o Ministério irá oferecer recursos para a unidade de traumatologia, no entanto, afirmou que o valor depende da necessidade comprovada.
“Nós vamos colocá-lo em funcionamento, mas precisamos equilibrar o que é assistência e o que é recuperação financeira do hospital. Não se pode confundir as duas questões. Por isso solicitamos esses planos operativos com tudo o que o hospital precisa para estar em funcionamento”, explicou.
A Santa Casa pleiteia aumento de repasses há anos e, em 2017, a contratualização do hospital com a prefeitura ficou emperrada por não haver acordo sobre o reajuste, que chegaria a R$ 3,5 milhões.
No ano passado, a promessa era de que o Ministério da Saúde repassasse R$ 6,2 milhões para que os atendimentos na Unidade do Trauma começassem. Além disso, Estado e gestão municipal transfeririam R$ 3,8 milhões (R$ 1,9 milhão cada um) para completar os R$ 10 milhões que seriam necessários para a manutenção da unidade.
“Esse número surgiu e a primeira pergunta que eu fiz é ‘porque R$ 6 [milhões]?’ Então esse número tem que surgir a partir de um plano operativo”, reforçou o ministro.
Conforme o ministro, os planos operativos estão sendo elaborados por técnicos das secretarias municipal e estadual de saúde, juntamente com a direção da Santa Casa. “São dois planos, um para o novo [unidade do Trauma] e um para o anterior [setor do Trauma da Santa Casa], que não havia sido sequer cogitado. Foi dada essa designação para o secretário municipal da Capital, porque ele é o gestor ele é quem assina o contrato com a Santa Casa, ele é quem traduz essa demanda. O gestor estadual, porque ele sabe quantos municípios ele vai mandar para cá, e o hospital tem que propor o que é que ele vai fazer, qual é a disponibilidade”, explicou o ministro.
DEMORA
Inaugurada em maio do ano passado, a unidade do Trauma só começou a funcionar no mês de setembro de 2018 e hoje opera com menos de 50% da capacidade. Dos 126 leitos disponíveis, 51 estão ocupados, conforme a direção, sendo 10 com pacientes da Unidade Coronariana (UCO), voltada para tratamento de doenças cardiovasculares, que estão internados Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do setor. O hospital conta ainda com cinco salas de cirurgias e duas de pequenos procedimentos, que estão ociosas.
A conclusão da obra se arrastou por 23 anos - desde a década de 1990. O local inicialmente seria uma nova maternidade, projeto que foi modificado. A obra parou pela última vez em 2013 e posteriorente foi retomada em janeiro de 2016. Na nova etapa o valor licitado foi de R$ 8.701.224,58 e a Poligonal Engenharia apresentou proposta de R$ 8.440.167.45, desconto de R$ 261.057,13, aproximadamente 3% do valor inicial.
Ao todo foram R$ 32 milhões em investimentos, sendo R$ 20 milhões referente a estrutura que ficou parada desde os anos 90 e R$ 12 milhões referente aos últimos repasses do Ministério da Saúde.