Cidades

Investigações Kauan

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Rastro de sangue que vai do quarto à garagem será confrontado com DNA

Amostras serão comparadas com material genético de familiares de Kauan

Renan Nucci

03/08/2017 - 13h00
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A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) aposta em exames de DNA para comprovar que o professor de 38 anos estuprou e depois matou o garoto Kauan Andrade Soares do Santos, 9 anos, conforme relatado em depoimento pelo adolescente de 14 anos que teria participado do crime.

Segundo o delegado Paulo Sérgio Lauretto, amostras do rastro de sangue colhidas na casa do autor, que vão do quarto até à garagem, serão confrontadas com material genético de pessoas do sexo masculino da família de Kauan.

A análise é feita no laboratório da Coordenadoria-Geral de Perícias, em caráter de eliminação de probabilidades, e o resultado deve ser divulgado nesta tarde, ou até amanhã. Ao todo, a polícia aguarda cinco laudos, dentre os quais três de DNA e dois do Instituto de Criminalística.

Hoje, o delegado falou com a imprensa e disse que, apesar de o corpo do garoto não ter sido encontrado, as provas científicas devem auxiliar no esclarecimento dos fatos e indiciamento do autor.

O principal suspeito é um professor de 38 anos, morador na Coophavila II, preso por abusar sexualmente da vítima e de outras oito crianças em troca de vantagens financeiras. Os alvos eram menores em situação de vulnerabilidade.

A polícia acredita que Kauan morreu asfixiado enquanto era violentado pelo professor. Como a vítima reagiu, o homem tapou a boca com pano para abafar os gritos.

O menor infrator teria prestado auxílio segurando o menino pelos braços. Em seguida, o corpo foi colocado em um saco e jogado no Rio Anhanduí, no Aero Rancho. A vítima é dada como desaparecida desde o dia 25 de julho, quando foi vista cuidando de carros na Coophavila II.

Laureto explica que, com base no relato do adolescente, a perícia encontrou na casa do autor vestígios de sangue que iam desde o quarto, onde os abusos aconteceram, até à garagem da residência.

“O corpo foi colocado no carro do autor e levado até o rio. A perícia encontrou nos carpetes do veículo vestígios de sangue. Estes materiais serão comparados com as amostras da família de Kauan, como forma de comprovar se tudo aconteceu como foi descrito pelo menor, já que o investigado nega autoria”.

Além disso, o delegado ressalva que, se no pior dos cenários os exames não trouxerem resultados conclusivos, a polícia tem outras possibilidades. “Esperamos os laudos, mas também trabalhamos com outras possibilidades que serão apresentadas adiante”, pontuou.

INVESTIGAÇÕES

O professor responde ao todo por três inquéritos. O primeiro deles remete ao estupro de vulnerável contra duas crianças menores de 14 anos e contra seis com idades entre 15 e 17 anos e, inclusive, já foi relatado.

O segundo inquérito é sobre armazenar imagens de crianças e adolescentes em caráter sexual (conduta de pedófilo), pois, durante perícia, a polícia encontrou provas na casa do investigado.

Por fim, o último inquérito versa sobre o desaparecimento de Kauan. Neste, especificamente, o professor responde por homicídio e ocultação de cadáver. Com exceção do caso envolvendo Kauan, se fosse condenado hoje, o professor poderia receber pena superior a 90 anos, considerando apenas os casos de estupro, exploração e pedofilia.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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