A Polícia Civil voltou a ouvir o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon ontem (14), para cumprir determinação da Justiça. Ele defendeu que ficou abalado no dia que matou o empresário Adriano Correia do Nascimento e feriu outras duas pessoas, em 31 de dezembro, em Campo Grande.
Por conta do estado emocional, o PRF mencionou que não se lembrava de alguns detalhes relacionados à sua condução do local do crime até a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro.
A nova oitiva foi realizada na 1ª Delegacia de Polícia Civil, no Centro, para tentar obter detalhes sobre a vestimenta que policial usava no dia do assassinato.
O Ministério Público Estadual solicitou esse depoimento, que foi acatado pela Justiça Estadual, porque procura mais indícios se Moon tentou mudar a cena do crime.
O PRF compareceu na delegacia acompanhado de dois advogados e respondeu a todas as perguntas que foram feitas.
Sobre o uniforme que vestia na hora da abordagem da caminhonete onde estava Nascimento e mais duas pessoas, ele afirmou que usava toda a roupa, apenas estava com uma camiseta azul por cima.
Moon justificou que se trajava assim porque estava no deslocamento para o trabalho e por motivo de segurança, enquanto não assumisse seu posto. Ele estava lotado na Delegacia da PRF em Corumbá e viajaria de ônibus. O policial disse que estava com calça tática bege, camiseta azul da PRF, meia preta e coturno.
À delegada Daniela Kades, Moon sustentou que foi levado para o Batalhão da Polícia Militar acompanhando de outros policiais rodoviários federais depois do homicídio. Ele garantiu que não se lembra de quanto tempo ficou nesse local e apenas foi informado, um período depois, que precisava ser levado para o plantão da Polícia Civil.
Conforme depoimento, foi só quando teve a informação que iria para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro que ele tirou a camiseta polo que vestia e ficou apenas de uniforme, além de vestir o colete e colocar o cinturão e o boné. O deslocamento foi feito em viatura da PRF, acompanhado de outro carro da PM.
"Devido ao estado emocional de abalo em que se encontrava, o interrogando não sabe esclarecer quantas viaturas o trouxeram até o plantão policial, nem quanto policiais o acompanhavam, já que estava fazendo as coisas de forma 'meio automática'", descreve o relato.