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Ex-presidente de associação, Cris Stefanny nega envolvimento em roubo de farmácia

Ela disse que dava carona para suspeito, mas não sabia do roubo

RODOLFO CÉSAR

29/05/2017 - 15h47
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A ex-coordenadora municipal de Políticas LGBT de Campo Grande, Cristiane Stefanny Venceslau, 37 anos, conhecida como Cris Stefanny, divulgou hoje, por meio de nota, que não teve participação alguma em roubo ocorrido a uma farmácia na Avenida Júlio de Castilhos, na noite de sábado. Ela chegou a ser detida suspeita de ajudar na fuga de André Luiz Rocha Estevam, 22 anos, que foi pego em flagrante.

Depois de levada à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, prestou esclarecimentos e foi liberada. 

Segundo ela, o que aconteceu foi apenas uma carona que ela dava ao suspeito e que havia parado no local porque Estevam tinha dito que iria pegar dinheiro com um amigo.

"Sempre segui aos mandamentos cristãos de que devo fazer o bem sem olhar a quem, e não julgar para não ser julgada", afirmou. "A irmã do mesmo (André Luiz) me solicitou uma carona e no meio do trajeto ele me solicitou que eu parasse em uma determinada rua porque o mesmo iria buscar um dinheiro com um amigo. E em nenhum momento passou pela minha cabeça que fosse ocorrer o que ocorreu", completou.

Cris Stefanny, que é presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), também afirmou que havia feito trabalho social no sábado (27) até por volta das 19h20. Depois foi para casa e estava dormindo, quando foi acordada pela irmã do suspeito. Ela pediu ajuda para que cobertores e roupas masculinas que seriam doados para a família dela fossem entregues. Os objetos a serem doados teriam sido obtidos pela própria Cris Steffany.

"Meu único e exclusivo intuito foi de apenas ajudar quem me pediu ajuda. (...) Após todos os esclarecimentos prestados, fui liberada e fiquei como testemunha dos fatos porque o delegado (Enilton Pires Zalla) entendeu que eu não tinha qualquer envolvimento com o crime", justificou-se.

Ela mencionou que a divulgação do nome dela no caso apenas contribui para "reforçar a ideia distorcida de que todas as travestis e transexuais são 'marginais'", opinou.

O CASO

A ex-presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Cris Stefanny, foi presa na noite de sábado (27) suspeita de envolvimento ao roubo de uma farmácia.

Ela conduzia o próprio carro, um Fiat Línea, quando foi flagrada por equipe da Força Tática da Polícia Militar (PM) ajudando na fuga de André Luiz Rocha Estevam, 22 anos, que roubou R$ 86 do estabelecimento, localizado na Avenida Júlio de Castilhos.

Ela aguardava dentro do carro, estacionado a algumas quadras da farmácia, quando foi abordada pela equipe da PM após “atitude suspeita” de Estevam, de acordo com informações do boletim de ocorrência, registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro.

Os policiais desconfiaram dele após ser visto saindo correndo da farmácia e o acompanharam até ele entrar no veículo de Cris. 

Abordada pela PM, ela informou fazer trabalho social com a família do autor, que pediu para o esperar no local até que fosse pegar “um dinheiro com um amigo” e no retorno dele foram abordados pela equipe policial.

Funcionárias da farmácia reconheceram Estevam, por meio de fotos, como autor daquele roubo e em outro dos quatro ocorridos apenas no mês de maio no local. Ele próprio confirmou ter praticado outro crime anterior, “mas não se recorda a data precisa”.

As funcionárias disseram também que Cris esteve na farmácia no sábado (27), por volta das 18h, onde comprou cosméticos. O roubo aconteceu às 21h30, quando o local estava próximo de ser fechado.

Em nota, a presidente da Antra afirmou que esteve trabalhando em uma eleição de centro comunitário entre 17h e 19h20 do sábado.

*Editada às 16h21 para correção de informação.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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