O vereador Mario Cesar (PMDB), presidente da Câmara Municipal, disse nesta terça-feira (11) desconhecer recomendação feita pelo Corregedor-Geral do Ministério Público Estadual (MPE) para abrir comissão processante contra ele. O pedido foi divulgado hoje pelo Correio do Estado.
Segundo Mario, via assessoria de imprensa, ele e a Câmara ainda não foram notificados. Caberá ao vice-presidente da Casa de Leis, Flávio César (PTdoB), posicionar-se quanto ao suposto pedido do qual declara: "Não fui notificado e aguardo para saber qual seu mérito”.
Otávio Trad (PTdoB) reiterou que também aguarda mais detalhes sobre o processo. "É uma recomendação e não sei o processo adotado a ser adotado pela procuradoria jurídica da Câmara. Vamos aguardar seu parecer".
RECOMENDAÇÃO
O Corregedor-Geral do Ministério Público Estadual, Mauri Valentim Riciotti recomendou à Câmara Municipal de Campo Grande abertura de comissão processante para investigar o presidente da Casa Segundo o procurador, elementos do inquérito da Operação Lama Asfáltica indicam quebra de decoro praticado pelo parlamentar.
A recomendação de Riciotti é direcionada ao Promotor de Justiça Paulo Henrique Camargo Iunes. É pedido que este encaminhe representação a uma das promotorias do Patrimônio Público recomendando que “após instauração de procedimento administrativo, encaminhe-se expediente à Câmara Municipal, na pessoa de seu vice-presidente (vereador Flávio César, do PTdoB), em face do impedimento do presidente, para que ele, no exercício da presidência da Mesa Diretora, instaure a necessária comissão processante”, diz o documento.
Riciotti verificou que às vésperas da cassação do então prefeito Alcides Bernal (PP), conversas de Mário César gravadas com autorização da Justiça demonstrariam “claramente o envolvimento do Presidente da Câmara com João Amorim, visando aprovação de comissão processante instalada para afastar o prefeito eleito. E mais, há farta evidência de pagamento de propina por parte do empreirteiro”, consta no texto da recomendação.
O empreiteiro João Amorim é investigado pela Polícia Federal por suposto superfaturamento e direcionamento de obras do Governo do Estado e Prefeitura. O trabalho da polícia resultou na descoberta de conversas dele com vereadores da Capital, incluindo Mário César, combinando “cafézinho” (que seria um código para propina) para cassar Bernal.
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