Mais uma reunião para tratar sobre o aumento do repasse da prefeitura para a Santa Casa termina sem definição. Apesar das ameaças do hospital em paralisar o atendimento, o prefeito Marcos Trad (PSD) garantiu que não existe essa possibilidade. “Única certeza que temos é que não vai fechar [o pronto-socorro] e não vai deixar de atender”, afirmou.
O maior hospital de Mato Grosso do Sul reivindica aumento de R$ 2,6 milhões mensais no repasse, que passaria dos atuais R$ 4,6 milhões para R$ 7 milhões, reajuste que para o município é injustificável.
Outra reunião está marcada para a próxima quinta-feira. Apesar de não falar em valores, a prefeitura espera encerrar a negociação para formalizar a contratualização com o hospital.
SÓ REGULADOS
No mês passado, o hospital anunciou que passaria a atender somente pacientes encaminhados por meio da central de regulação. A medida atende pedido da Secretaria de Saúde e evita que Município pague por pacientes do interior que vem espontaneamente a Capital e procuram atendimento direto na Santa Casa, por exemplo.
PACIENTES
O problema é sentido diretamente pelos pacientes. A dona de casa Teresina Aparecida Dantas, 53 anos, está desde maio do ano passado tentando fazer uma histerectomia (cirurgia para remover o útero ou parte dele). “Tenho um mioma, muita hemorragia. Já perdi até proposta de emprego por causa disso. Agendaram minha cirurgia na Santa Casa no dia 16 de fevereiro, mas desmarcaram um dia antes alegando que não tinha material”.
Casos como este são comuns, de acordo com o presidente da Associação dos Médicos da Santa Casa, Carlos Idelmar Barbosa. “A situação da instituição é delicada do ponto de vista financeiro. Precisam realizar o quanto antes a contratualização, e isso é fato. Os médicos autônomos e pessoa jurídica, que chegam a 250 profissionais, não receberam até agora, geralmente é pago entre o dia 10 e 15. Além disso, há falta de materiais e insumos sim”, reclama.