O prefeito Marcos Trad (PSD) pediu cautela em relação a acusação de nepotismo contra administração municipal, especialmente por conta da divulgação dos nomes dos envolvidos. O Ministério Público do Estado (MPE-MS) publicou recomendação no diário oficial do órgão para que dois servidores, que são parentes do secretário municipal de Finanças e Planejamento (Sefin), Pedro Pedrossian Neto, e do secretário-adjunto de Gestão (Seges), Igor Barreto Peixoto, sejam exonerados.
“Temos que ter muito cuidado quando se fala em nomes de pessoas, a exposição delas para toda uma cidade. São dois casos totalmente diferentes. O secretário-adjunto da Gestão está como funcionário da prefeitura há 11 anos. Ele não é indicação minha, ele não entrou comigo. Ele foi continuando na gestão André, Nelsinho, Bernal, Olarte, Bernal e permaneceu na minha gestão. A esposa dele está há 8 anos. Ela entrou como estagiária na Procuradoria-Geral do Município. Os dois não se conheciam, começaram a namorar na prefeitura. Não casaram oficialmente, vivem juntos. E exercem funções totalmente diferentes. Então nós vamos expor isso ao Ministério Público porque eu acho que é um caso excepcionalíssimo. Eles não entraram por mim. Se conheceram, namoraram e tiveram filhos. Não casaram oficialmente, mas vivem juntos”.
O caso longamente defendido por Trad envolve a esposa/convivente de Peixoto, Aline Rufino Biazi, que ocupa o cargo de assessora executiva na Procuradoria-Geral do Município.
O outro parente de secretário municipal que ocupa cargo na prefeitura é Gerônimo Brandão Interlandi, assessor chefe na Superintendência de Comunicação. Ele é cunhado do Secretário Municipal de Finanças Pedro Pedrossian Neto. Neste caso o prefeito cogitou a exoneração. “É um fotógrafo da comunicação, se afrontar e infringir a lei nós vamos tirar. Mas eu acho que cada caso é um caso. Tem que ter muito cuidado com a exposição de nomes. Principalmente deste menino e desta menina que estão há 11 anos lá”, continuou defendendo Trad.
Mas a prefeitura parece estar assolada com casos de nepotismo. Na recomendação do MPE outros casos foram citados entre eles do ex-vereador Francisco Luis do Nascimento, que exerceu cargo de assessor-executivo na Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais e conseguiu emprego também para a esposa Mariana Lopes Soares do Nascimento, que é assessora governamental na Secretaria Municipal de Saúde, e para o pai dela, Milton José Soares, que foi gestor de processo na Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano. O ex-parlamentar e o sogro foram exonerados após notificação feita pelo MPE para a prefeitura.
Em outro caso, o nepotismo ocorreu com a nomeação de Juliana Macedo Moreira para o cargo de Assessora-Executiva, na Secretaria Municipal de Saúde. Ela é filha da secretária municipal de Gestão (Seges), Maria das Graças Macedo. O município também foi notificado e exonerou Juliana.