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Manoel de Barros

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Prefeito estuda instalar estátua do poeta em frente ao 'Bar do Zé'

Após decisão judicial, prefeito vai "amadurecer ideia" com a população

Izabela Jornada e Bárbara Cavalcanti

06/09/2017 - 09h51
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Prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, em resposta a determinação do Tribunal de Justiça (TJ), estuda instalar estátua do poeta Manoel de Barros em frente ao ‘Bar do Zé’, no calçadão da Rua Barão do Rio Branco.

“No Bar do Zé, não ofenderei a José e agradaria Mané”, brincou o prefeito se referindo ao trocadilho que deu início a sentença do juiz David de Oliveira Gomes Filho.

Na sentença, o magistrado começou com a frase: “E agora mané?” e em seguida deu prazo de 60 dias para o Executivo municipal  mudar de local a instalação da estátua em homenagem ao poeta.

Se a prefeitura não obedecer a determinação, a multa é de R$ 100 mil. “Vamos obedecer, aliás nós temos obedecido todas as recomendações e olha que não são poucas. Eles (MPE) pensam no melhor da nossa cidade”, declarou o chefe do Executivo Municipal.

O prefeito também adiantou que antes de decidir onde o monumento será instalado, ele vai fazer pesquisa com a população. “Vou fazer consulta rápida e vou pedir ajuda para os sites”, disse ele hoje, durante agenda pública.

Ele já antecipou que não tem prazo definido para instalação da estátua. “Vai demorar mais. O MP pode não gostar na frente do Bar do Zé, tem que ver se ali vai afetar a imagem do Zé. E agora Bar do Zé?”, brincou novamente. 

Na sentença, o juiz alega que a instalação da estátua do poeta em frente ao Exército, perto do monumento dos Pracinhas, afeta a homenagem aos militares. “Eles pediram um pouco mais a frente ou mais atrás, mas não no local”, explicou. 

A discussão começou porque a Prefeitura de Campo Grande escolheu o canteiro central da Avenida Afonso Pena para homenagear o poeta Manoel de Barros. A ideia inicial era inaugurar o monumento no mês de agosto para comemorar o anivesário da Capital , os 40 anos de emancipação do Estado de Mato Grosso do Sul, além do centenário do poeta.

Mas os planos foram frustrados a partir do momento em que o Instituto de História e Geografia do Estado deu parecer contrário à pretensão da prefeitura. 

A justificativa é de que naquele exato local, existe sítio arqueológico militar, representativo de parte importante da história brasileira e sul-mato-grossense.

DECISÃO

O Ministério Público Estadual entrou com a ação para impedir que a estátua fosse instalada naquele local, argumentou que “O mito ‘Manoel de Barros' não se harmonizaria com a história específica daquele local, mas não existiria oposição do Instituto a que se instalasse a estátua no mesmo canteiro, mais acima ou mais abaixo, fora daquele sítio”.

“Certamente as decisões jurídicas não costumam abrigar a poesia, mas, sem dúvida, neste caso, ela trouxe um pouco de leveza à aridez do processo e do Direito. É uma flor nascendo na fresta de uma pedra. Talvez seja o “Efeito Manoel de Barros” de fazer brotar beleza nos locais mais improváveis”, explica o magistrado.

Em sua decisão poética, o juiz David de Oliveira Gomes Filho ressaltou que “numa grotesca e amadora tentativa de homenagear a poesia, a sensatez das palavras se impõem”, para determinar, no prazo de 60 dias, em cumprimento da decisão prolatada, nos autos 0033503-82.2012.8.12.0001, e transitada em julgado, que “se recomponha a área preparada para receber a homenagem a Manoel de Barros ao estado anterior e autorizo que a homenagem seja prestada em outro local que não obtenha as restrições da Secretaria da Cultura de Campo Grande “e” do Instituto de História e Geografia de Mato Grosso do Sul”.

A pena para o descumprimento é de R$ 100 mil em favor do Fundo Municipal do Meio Ambiente, cuja utilização pelo respectivo conselho ficará condicionada às despesas de manutenção ou de recomposição do patrimônio tombado (Canteiro da Avenida Afonso Pena).

O Município poderá apresentar impugnação ao cumprimento de sentença em 30 dias.

 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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