Cidades

GERAÇÃO DE EMPREGOS

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Prefeito vai notificar empresas que não cumprem exigências do Prodes

Empresas abandonaram obras diante da crise

LUANA RODRIGUES E JONES MÁRIO

14/04/2019 - 13h38
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O prefeito Marcos Trad (PDS) afirmou que a prefeitura vai notificar empresas que não cumprem exigências contratuais do Programa de Incentivos para Desenvolvimento Econômico e Social (Prodes).

Em reportagem publicada neste fim de semana, o Correio do Estado mostrou que, em três anos, empresas que têm incentivos do programa geraram em torno de 1,5 mil empregos, número 52% menor do que o estimado durante o processo de aprovação dos benefícios fiscais para os empreendimentos.

Segundo Trad, o Prodes é um programa em que a prefeitura municipal apenas homologa as decisões do Conselho de Desenvolvimento, que é formado pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul (OAB/ MS), Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Mato Grosso do Sul (Crea), entre outros órgão não governamentais.

"Razão porque, tudo aquilo que foi efetivado no contrato deve ser cumprido, se não for cumprido, nós vamos atrás do cumprimento das cláusulas. Eu já pedi para notificar  todas as empresas para ver se de fato aquilo que nos foi prometido está sendo entregue”, explicou o prefeito.

PROJEÇÃO

A projeção inicial era de que os novos negócios do Prodes resultassem na abertura de 3.131 novos postos de trabalho na Capital sul-mato-grossense. No entanto, de acordo com números divulgados pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Herbert Campos Assunção, durante audiência pública na Câmara Municipal, sexta-feira, essa estimativa não se confirmou e o número ficou em torno de 1,5 mil empregos.

“Algumas empresas pediram a dilatação de prazo em razão do cumprimento de suas obrigações e, principalmente, pela crise econômica que nós vivemos nos últimos cinco anos, tudo isso fez com que a expectativa de empregos fosse um pouco menor do que se cogitava. Mas todas as empresas estão atuando no sentido de se cumprir os compromissos pactuados no projeto”, explicou.

Quanto ao processo para retomada de áreas não aproveitadas pelos empreendedores, o secretário limitou-se a dizer que “vai ser aperfeiçoado”. “Há muitas áreas disponíveis, principalmente no Polo Empresarial Oeste, e também há terrenos que foram doados e agora estão em processo de retomada”, comentou. O número de áreas disponíveis para novos empreendimentos e de terrenos sob reavaliação não foi divulgado.

REVISÃO

Dezenas de sugestões para alterar e atualizar a lei do Prodes foram apresentadas durante a audiência pública desta sexta, realizada pela comissão parlamentar de Indústria e Comércio da Casa de Leis. Além de vereadores e da equipe da Sedesc, também participaram do evento o Conselho Regional de Economia de Mato Grosso do Sul (Corecon-MS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), conselheiros do Codecon e representantes de empreendedores do Estado.

Na ocasião, o reitor da UEMS, Fábio Edir Costa, destacou a importância de Campo Grande se preparar para a implantação do Corredor Bioceânico. “Precisamos ir um pouco mais além do que está previsto em lei. Campo Grande, sem dúvida, será um grande polo de distribuição de produtos e serviços para esse corredor. Teremos novos caminhos e caminhos muito mais atrativos, tanto do ponto de vista de desenvolvimento como econômico. Além do Prodes, é fundamental prever essas ações não só para trazer novas empresas e investimentos, mas para preparar o município para dar condições de desenvolvimento sustentável nessas ações”, frisou.

O presidente do Corecon-MS, Thales Campos, sugeriu a inclusão de um representante do Legislativo municipal no Codecon, que o número de empregos gerados seja de acordo com o porte da empresa, que sejam estipulados prazos para trâmite dos processos (120 dias) e as informações sobre a atual situação de disponibilidade das áreas ainda existentes sejam de acesso público para os empreendedores.

Presidente da Comissão de Finanças e Planejamento, o vereador Eduardo Romero também apresentou lista de sugestões construídas pela comissão, entre elas, restringir que a área doada seja objeto de hipoteca e, em caso de doação de terreno, que seja ampliado o prazo de titularidade dele de cinco para 10 anos. “Esta é uma lei importante, mas precisa ser mais esclarecida e mais compreendida. Pelas regras de hoje, o município dá um patrimônio que é público e depois de cinco anos essa área se torna da iniciativa privada”, pontuou. Romero também mencionou o caso da Universo Íntimo, publicado na edição desta sexta do Correio do Estado. O terreno foi doado pela prefeitura à empresa como incentivo fiscal e agora será leiloado por conta de dívidas trabalhistas. “Um patrimônio de mais de R$ 5 milhões, de uma área que vai interessar pouca gente [por causa da atividade industrial que desenvolvia, especificamente no setor de vestuário], mas é um patrimônio público que deixou de servir à coletividade”, avalia.

MAIS CONTRIBUIÇÕES

Entre as sugestões estão alterar a doação de terreno para concessão de área por quanto tempo durar as atividades da empresa; incluir como critério de seleção a apresentação do requerente ao Poder Legislativo, apresentando as atividades da empresa e os motivos que justificam a concessão do benefício; incluir cláusula dispondo sobre a restrição ou não de conselheiros do Codecon como beneficiários, seja a pessoa física ou parte da diretoria da pessoa jurídica que compõe o conselho; inserir critérios claros para concessão dos incentivos, estipulação de prazo e condição para concessão de novo benefício a empresa já beneficiada, bem como no caso de empresas que nunca tiveram benefícios do Prodes, estas terão prioridade em detrimento de outras já beneficiadas; além da prestação de contas dos benefícios recebidos pela empresa por meio de relatório anual à Câmara Municipal.

A comissão propôs, ainda, que seja estipulado um limite anual de doação de área, bem como que seja apresentado um detalhamento das áreas existentes disponíveis para doação ou concessão; na concessão de benefício, um porcentual de reserva às MEIs (microempreendedor individual) e EPPs (empresas de pequeno porte); cláusulas dispondo sobre a perda do benefício em caso de reincidências punitivas (ambiental, fiscal); limitação de concessão a apenas uma pessoa (física ou jurídica); e adicionar utilização de sistemas energéticos alternativos renováveis como critério de pontuação para concessão de incentivos.

Conforme informações do titular da Sedesc, todas as sugestões de alteração à lei recebidas na sexta-feira, durante a audiência pública, serão compiladas e incluídas na proposta que está sob elaboração da PGM. “As sugestões estão sendo catalogadas e tudo o que foi sugerido aqui hoje [sexta] é de extrema importância”, comentou.

Entre os pontos da lei que devem passar por mudança, ele destacou a redução de prazos para análise dos projetos de instalação de empresas – “precisamos ser mais céleres e desburocratizar o processo quanto ao licenciamento ambiental e análise pela Planurb”, bem como a definição do número mínimo de empregos ser de acordo com o porte da empresa.

 

Reparos

Prefeitura irá notificar morador que modificou via para fugir dos buracos em bairro de Campo Grande

Secretaria Municipal, responsável por veículos que atolaram em rua "problemática" do Jardim Itatiaia, responsabiliza morador que fez a instalação de paralelepidepos por buraco onde mais de dez carros atolaram

17/04/2024 17h30

Para o morador Roberto Pinheiro que resgatou mais de dez veículos entre segunda e terça-feira a via com os parelelepípedos, na rua dos Estudantes era o único caminho transitável para que ele pudesse voltar para casa Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Após um morador cansado de esperar pelo asfalto instalar paralelepípedos para evitar buracos na rua dos Estudantes, no Jardim Itatiaia, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), informou que irá notificar o munícipe.

A informação foi dada durante atualização da Prefeitura, na noite de terça-feira (16) no balanço de ações emergenciais de pontos críticos que foram afetados pela chuva. 

A rua dos Estudantes tem cruzamento com a Rua Conde de São Joaquim, onde desde o início da semana, em decorrência da chuva acima da média, mais de dez veículos atolaram, incluindo o caminhão e o trator da Sisep que estiveram no local no início da tarde para jogar cascalho na via

 "Outra via que a Sisep atuou foi na Rua Conde de São Joaquim, no Bairro Tiradentes, próximo à Avenida Três Barras. No local foi executado reparo emergencial para o fechamento da vala aberta pela enxurrada. Foi constatado que o problema nessa via foi provocado também por uma obra irregular executada por morador do bairro, que sem autorização colocou paralepípedos em um trecho da rua. O morador será notificado para retirar o material e depois a Sisep realizará serviços para melhorar as condições das vias locais", informou a Prefeitura.
 

 

 

 

Outro trator foi enviado até o local para "resgatar" os veículos da Sisep e finalmente o buraco na rua Conde de São Joaquim recebeu o cascalho, conforme relatou o morador Roberto Pinheiro dos Santos, de 34 anos, que relatou ao Correio do Estado que o local passou por vistoria de um engenheiro da Águas Guariroba. 

"Veio o rapaz da Águas, Guariroba, que também é engenheiro, aí disse que o secretário da Prefeitura está culpando ele da rede de esgoto que foi passada aqui, que foi uma má compactação dele, que ocasionou a abrir essa vala na rua", disse Roberto.

Com relação aos paralelepípedos na rua dos Estudantes, Roberto apontou que era o único caminho viável para chegar até sua residência quando o buraco abriu próximo à Avenida Três Barras.

"Se não fosse aqueles paralelepípedos, era meio impossível eu entrar em casa. Ter acesso àquela rua de casa, porque ali segurou muito o barro e os buracos, né? Você viu o fluxo de água tamanho que era. Então acho que ia ser mais improvável eu chegar em casa do que se não tivesse o paralelepípedo. O cara fez um benefício e está levando culpa aí, né? Aí a prefeitura quer achar um culpado, né?"

 

 

 

 

A reportagem entrou em contato com a Águas Guariroba, que informou que realizou a ligação da rede de esgoto em 2023 e implementou a rede na parte mais alta da via, justamente para evitar os pontos de erosões que são formados em decorrência da chuva. Veja a nota na íntegra:

"Águas Guariroba informa que as obras para implantação da rede de esgoto na Rua Conde de São Joaquim foram realizadas em março de 2023, portanto, há mais de um ano. Na época, a rede foi implantada na parte mais alta da via, sentido Avenida Três Barras, lado oposto ao da erosão. Após a implantação da rede, o solo foi recomposto e compacto, conforme normas da ABNT e, até o momento, não apresentou problemas. A concessionária reforça que o ponto da via que está apresentando erosões é o oposto de onde a rede de esgoto foi instalada e pondera como possível causa para a erosão o percurso da água da chuva, já que a via não possui rede de drenagem".

A Sisep respondeu por meio de assessoria que o trabalho emergencial na via foi feito durante a tarde da terça-feira (16) e sem mencionar prazo ressaltou que a administração municipal tem previsão de pavimentar as ruas do Jardim Itatiaia. Veja a nota na íntegra:

"Assim que a chuva deu uma pequena trégua na tarde desta terça-feira (16) a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) fez o trabalho emergencial para o controle da valeta aberta pela enxurrada na Rua Conde de São Joaquim. A administração municipal tem previsão de pavimentar vias no Jardim Itatiaia e aquelas que não forem asfaltadas nesta fase receberam cascalhamento. Assim que começar o período de estiagem serão intensificados os trabalhos de manutenção das vias sem asfalto".

Chuva acima da média

Nos últimos quatro dias, Campo Grande registrou a quantidade de chuva esperada para todo o mês de abril, com 89,4 mm observados pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (CEMTEC). Desde o dia 1º, a estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já notificou 130,8 mm, número 46,3% superior à média histórica.

 

** Colaborou Alanis Netto

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Cidades

Imasul convoca proprietários de imóveis no Pantanal com processos em andamento para adequação à lei

Proprietários que não fizerem os ajustes terão processo de licenciamento extinto

17/04/2024 16h30

SOS Pantanal/Divulgação

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O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) reforça a convocação de todos os proprietários de imóveis localizados na Área de Uso Restrito do Pantanal (AUR-Pantanal) e que possuam processos de licenciamento ambiental em tramitação, para procederem aos ajustes determinados pela Lei do Pantanal nos referidos Cadastros Ambientais Rurais (CAR), no prazo de 180 dias.

Esse prazo está valendo desde a publicação do Edital de Convocação no Diário Oficial do Estado (página 83), que aconteceu no dia 9 de abril.

"Se o proprietário não fizer os ajustes necessários no CAR, o processo de licenciamento é automaticamente extinto", explicou o diretor presidente do Imasul, André Borges.

Os proprietários ou seus representantes devem acessar o sistema do Imasul e carregar as informações necessárias, exigidas pela Lei do Pantanal, para só então seus processos de licenciamento terem seguimento junto ao órgão ambiental.

Essa providência é necessária porque, conforme esclareceu Borges, a Lei do Pantanal (Lei 6.160 de 18 de dezembro de 2023) descreve uma série de novos pontos sensíveis na paisagem pantaneira como os capões, cordinheiras, landis; também as salinas, as veredas e os meandros abandonados (espécies de ilhas por onde passavam rios e que, com a mudança de curso, ficaram cercadas por água).

Todas essas formações geográficas passam a ser protegidas, inclusive em seu entorno, e precisam ser identificadas no Cadastro Ambiental Rural das propriedades.

Anexo ao Edital de Notificação foi publicada a lista de 158 processos de licenciamento ambiental em andamento no Imasul, que são afetados pela medida.

Além desses nomes, os  requerentes com propriedades no Pantanal que têm processo em tramitação e não constam na listagem, devem protocolar requerimento no Imasul solicitando a abertura do sistema para proceder aos ajustes necessários nos respectivos Cadastros Ambientais Rurais.

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