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Polícia defende que não houve preconceito
no caso da morte de Mayara Amaral

Delegado disse que o estupro ainda não está descartado

Izabela Jornada

31/07/2017 - 16h48
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Sobre o caso da musicista Mayara Amaral, 27 anos, que foi morta a marteladas em quarto de motel na Capital, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS) foi criticada em perfis das redes sociais e por alguns representantes que defendem os direitos das mulheres e lutam contra o crime de feminicídio.

A própria irmã de Mayara, Pauliane Amaral, foi a primeira a publicar postagem criticando o delegado Tiago Macedo, que registrou a ocorrência. Ela apontou que não houve questionamento da autoridade policial sobre a possibilidade de estupro.

Os suspeitos que assumiram o assassinato, Luis Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, e Ronaldo da Silva Olnedo, 30 anos, afirmaram, em depoimento, que a vítima teve relação sexual consentida com eles.

Para a irmã da vítima, só o fato de os homens terem um martelo, que foi usado para assassinar Mayara, já seria motivo para suspeitar da violência sexual e registrar o crime como feminicídio.

As críticas ganharam repercussão nacional e a Polícia Civil divulgou nota hoje para detalhar o procedimento de investigação utilizado.

Tiago Macedo disse à Folha de S.Paulo que o estupro ainda não está descartado e pode ser incluído no relatório final da polícia. Por enquanto, segundo ele, a investigação aponta para latrocínio. "Estão cogitando feminicídio. É plausível? É, mas, no momento, não. Vai depender da comprovação do laudo e do relatório final", disse o delegado. 

Em resposta às manifestações acerca do bárbaro crime que aconteceu no dia 24 de julho, a Polícia Civil sustenta, em nota, que "desde as primeiras diligências realizadas no intuito de encontrar o cadáver, todas as linhas de investigação foram consideradas pela autoridade policial, até mesmo o crime de feminicídio, considerado crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como o assassinato de mulheres".

Na ocasião da prisão dos principais suspeitos, que foram pegos em flagrante, o crime foi tipificado como latrocínio, roubo seguido de morte, cuja pena mínima é de 20 anos de reclusão e a pena máxima, 30 anos de reclusão.

Mayara Amaral foi brutalmente assassinada. Foto: Reprodução

PRECONCEITO

De acordo com a Polícia Civil, não houve "nenhum preconceito ou relutância da corporação em registrar o crime como feminicídio, atuando de forma imparcial e livre de preconceitos de gênero".

A nota da polícia continua justificando o porquê do enquadramento do crime, onde a fundamentação é resultado das apurações preliminares e que justificaram a prisão em flagrante. "O que ocorreu, no caso em apreciação, é que as provas colhidas nos primeiros momentos da investigação criminal indicaram que a morte foi motivada pelo roubo."

O latrocínio consta como crime hediondo e tem como proteção não só o patrimônio, mas a vida. A nota da corporação ainda defendeu que a confissão dos suspeitos, que disseram ter planejado o roubo, indicaram o caminho do indiciamento.

“A gravidade dos fatos, a barbárie cometida, conforme ressaltado pela autoridade policial que presidiu a prisão em flagrante, impõe tão severa tipificação penal (o crime de latrocínio é o mais grave da legislação penal em vigor)”, de acordo com trecho da nota. 

Depois da prisão durante plantão policial, as investigações passaram a ser conduzidas na Delegacia Especializada de Furtos e Roubos e Veículos (Defurv). O inquérito será concluído na sexta-feira (4) e remetido à Justiça Estadual.

Suspeitos de matarem Mayara e esconderem corpo. Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado

ENTENDA O CASO
 
Mayara Amaral, de 27 anos, que era formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em Música e concluiu mestrado na Universidade Federal de Goiás (UFG), foi morta a marteladas dentro de quarto de motel, em Campo Grande.

Os criminosos foram presos após polícia encontrar corpo da jovem, que foi parcialmente carbonizado, na região perto do Inferninho e identificar de quem se tratava depois que mãe de Mayara registrou boletim de ocorrência de desaparecimento e ameaça.

Luis Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, que conhecia Mayara, tentou, inclusive, incriminar um namorado dela. A polícia rastreou o celular da vítima e conseguiu identificá-lo. Depois, ainda foram presos Ronaldo da Silva Olnedo, 30 anos, e Anderson Pereira, de 31 anos. Pereira ajudou a ocultar o cadáver e participou da divisão dos pertences da vítima com os outros dois assassinos. 

De acordo com a Polícia Civil, Anderson e Olnedo têm várias passagens criminais. 

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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