Cidades

CAMPO GRANDE

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Média de furtos em Campo Grande
chega a 48 por dia, indica Polícia Civil

Número pode ser maior, considerando que nem todos os casos são registrados

RAFAELLY GONÇALVES

18/07/2018 - 15h16
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De janeiro a julho deste ano foram registrados 9.340 boletins de ocorrências de furtos em Campo Grande, o que representa aproximadamente 48 furtos por dia. O número ultrapassa o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 8.779. Em relação a roubos houve redução. com 3.418 nos sete primeiros meses de 2018, contra 3.864 em 2018. Os dados são da secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública  de Mato Grosso do Sul (Sejusp).

O comerciante Orivaldo Pereira Leite Filho, de 36 anos, é um dos que entraram na estatística. No último dia 3 de julho, ele teve seu estabelecimento de roupas furtado pela quarta vez em nove meses. “Acho que vou fechar. Antes eu monitorava a loja pelo celular direto, nem dormia, mas não dá pra viver assim, estava refém da minha loja”, desabafou na ocasião.

Nesta ação, os bandidos foram tão audaciosos que arrombaram as grades da porta ignorando alarme e câmeras de segurança e levaram praticamente toda a mercadoria, causando um prejuízo de R$ 10 mil ao empresário.

À época, a comerciante, Eliana Alves Martins, 40 anos, que há oito meses é proprietária de um estabelecimento ao lado avisou a polícia sobre o caso. “Quando aconteceu com meu vizinho de loja fiquei revoltada! Estamos trabalhando e vem um e nos rouba”, declarou.

O mesmo sentimento de revolta é observado no policial aposentado Vicente Barbosa, de 74 anos. Ele mora no bairro desde 1968. Durante todo esse tempo, viu muitas pessoas serem assaltadas. “Não tem muito tempo roubaram quatro pessoas no mesmo dia. Acabou a justiça! É tudo a favor do ladrão. Direto eu ouço: ‘perdeu, perdeu’ e levam tudo! Está um perigo”, lamentou.

Para o delegado Reginaldo Salomão, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos (DERF), a “certeza” da impunidade por parte dos criminosos é determinante para que outros casos ocorram.

Ele citou um caso em que um homem foi flagrado em situação de roubo mais de dez vezes e responde o processo em liberdade, com a utilização de uma tornozeleira eletrônica.

AS OCORRÊNCIAS

De acordo com o delegado, quando se trata de furto, as ocorrências mais frequentes são em residências localizadas em bairros de classe média baixa. Nestes casos, são levados de botijões de gás a mantimentos.

Os roubos mais comuns ocorrem nas ruas e pontos de ônibus, entre às 5h30 e depois das 18h, quando as pessoas estão indo e voltando do trabalho ou da escola, respectivamente.

Em relação às vítimas, Salomão comenta que, a maioria são adolescentes ou mulheres. “São surpreendidas na saída das escolas ou no caminho para casa”, diz ele. “Deveria ter uma pena maior, pois vítimas do sexo feminino são a maioria”, completou o delegado afirmando se tratar de crime de gênero.

ORIENTAÇÕES

O delegado faz algumas orientações para, ao menos, dificultar a ação dos criminosos. “A gente recomenda que não atenda celular na rua, em ponto de ônibus, não mande mensagens até que esteja em lugar seguro, dentro do ônibus, mas, para adolescente é praticamente impossível. Eles deixam o aparelho muito em evidência. Isso facilita para os bandidos”, finalizou.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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