Cidades

HISTÓRIA DE VIDA

A+ A-

Da favela aos casamentos, saxofonista preferiu a música
ao mundo do crime

Na infância, Joubert morou na segunda maior favela da América Latina, no RJ

MARESSA MENDONÇA

07/09/2015 - 15h00
Continue lendo...

As chaves que compõe o saxofone abriram as portas de outras possibilidades para o músico Joubert Júlio Santos da Silva, de 31 anos. Ele cresceu na segunda maior favela da América Latina, a do "Jacarezinho" no Rio de Janeiro, onde as vielas tinham tudo para direcionar a maioria dos garotos para o crime. Mas Joubert optou pelo caminho das partituras, chegou a Campo Grande e hoje toca corações com os sons que produz. 

"Já toquei na Câmara Municipal, em conferências de saúde, casamentos, festas de 15 anos". Mas nenhuma sensação superou a de tocar no próprio casamento, realizado em 2008. "Eu toquei na entrada da minha esposa Gisele. Foi surpresa", detalha Joubert, que também é agente comunitário de saúde. 

Para garantir a execução perfeita das músicas, ele ensaia ao menos uma hora por dia, mas às vezes os estudos musicais se estendem durante a tarde inteira, gerando até uma certa "reclamação" do filho de três anos que diz "toca não, pai". Os vizinhos e a esposa de Joubert habituaram-se com o som. "Um vizinho chegou a comprar um sax para eu dar aula para ele", diz.

E se ele aceitou com facilidade transmitir os conhecimentos para o garoto é porque teve muita dificuldade em aprender a tocar. Não por questão de aprendizagem, mas pelos obstáculos que teve de enfrentar. O primeiro deles, o valor do instrumento, à época, R$ 1600, usado. 

Para conseguir o dinheiro, ele trabalhou como office boy e auxiliar administrativo. "Entre me organizar para conseguir comprar até a compra foram dois anos e meio", lembra ele, que precisou até de um cheque emprestado do colega. Com o instrumento em mãos, a dificuldade foi encontrar alguém que o ensinasse. 

Ele começou em um projeto de uma igreja evangélica, mas teve que parar quando o maestro responsável saiu. Depois, foi convidado por um colega para assistir aulas em outra igreja. Sem dinheiro, ele vestia a camiseta do colégio para não pagar passagem de ônibus.

Depois de algum tempo, não pôde mais assistir porque era de outra denominação religiosa. Por fim, foi convidado por outro amigo para ter as lições em outro templo, mas quando chegou ao local, depois de ter pego três ônibus, foi informado que o professor não estava.

"Deu um desânimo". Ele foi embora e juntou os conhecimentos adquiridos na aula de teclado e piano com as dicas de colegas. "Para aprender instrumento de sopro foi mais sofrido, fui autodidata mesmo". 

Joubert veio para Campo Grande quando tinha 19 anos para fazer um concurso público. Ele acabou passando em outra prova, casou e nunca mais deixou a cidade. Ele é saxofonista há 15 anos. Antes de aprender o instrumento de sopro, teve aulas de piano e teclado.

Jubert superou os deboches da infância e hoje vive da música (Foto: Arquivo Pessoal)​

 

NA FAVELA

Outros momentos de sofrimento foram vivenciados um pouco antes, quando
Joubert tinha 12 anos e era motivo de deboche entre os amigos da favela do Jacarezinho por trabalhar muito e ganhar pouco.

"Trabalhava em um aviário e ganhava 120 reais em um mês. Com uma hora passando carga de droga, o garoto ganhava a mesma coisa. Mas eles tiveram o fim terrível. Ou foram mortos ou foram presos. Eram amigos chegados mesmo", lamenta. 

Ele explica que "a comunidade era comandada pelo Comando Vermelho e os 'guris' cresciam admirando eles". Segundo ele, "a cultura de lá é diferente da cultura daqui. O garoto cresce vendo a lei do lugar e vê o bandido como a polícia do lugar e quer entrar mesmo".

Para o saxofonista, "a música foi a principal causa de não ter me envolvido no caminho do tráfico". Desde pequeno, ele ia até a igreja para acompanhar os ensaios de bateria do pai. "Fui crescendo e me interessando pela música, hoje dou aulas de teclado e piano". Apesar de ser formado em administração, Joubert conta que a principal fonte de renda é a música. "O que mais gosto de fazer é tocar". 

"Vacina no braço"

Casos de Síndrome Aguda Respiratoria Grave aumentam em Campo Grande

Conforme o boletim da InfoGripe divulgado nesta quinta-feira (18) os casos de síndrome gripais aumentaram na Capital; a recomendação é que os grupos prioritários tomem vacina

18/04/2024 18h15

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Campo Grande está entre outras 19 Capitais que apresentaram aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (18), pela Fiocruz. 

 O relatório apontou que aumentou o número de pessoas internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de Influenza A (vírus da gripe) e o vírus respiratório (VSR).

"Na presente atualização observa-se que 19 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 15: Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Palmas (TO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e São Paulo (SP)", indica o relatório.

Divulgação InfoGripe

A Covid-19 segue em queda e em alguns Estados permanece em níveis baixos de incidência. Os dados apontam que a disseminação da Síndrome Respiratória Aguda Grave, de Influenza A e o vírus respiratório para as próximas semanas em 19 Estados e Mato Grosso do Sul pode apresentar aumento nas próximas semanas. 

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

Segundo o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, para impedir o crescimento dos casos o público alvo deve procurar a unidade de saúde mais próxima e tomar a vacina contra a influenza. 

“Para o vírus da gripe, a gente conta com vacina e campanha de vacinação em todo o país. Então quem é grupo de risco, deve buscar o posto de saúde para se vacinar. A vacina da gripe, tal qual a vacina da Covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode acabar desencadeando uma internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental. Em relação ao VSR, a rede privada tem uma vacina já disponível para idosos, que também é muito importante, já que embora o risco do VSR seja muito maior nas crianças pequenas, a gente também observa internações nos idosos”, explica Marcelo Gomes.

A recomendação do pesquisador para pessoas que apresentem sintomas gripais usem máscara de qualidade as recomendadas são: N95, KN95, PFF2; no caso de sair de casa para procurar atendimento médico em unidades de saúde. 

Veja outros Estados com tendência de aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave:

  •  Acre;
  • Alagoas;
  • Amazonas;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Distrito Federal;
  • Goiás;
  • Maranhão;
  • Minas Gerais;
  • Pará;
  • Paraíba;
  • Paraná;
  •  Pernambuco;
  • Rio Grande do Norte
  • Rio Grande do Sul;
  • Rio de Janeiro;
  • Santa Catarina;
  • Sergipe;
  • São Paulo;
  • Tocantins;

Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul a incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em decorrência da Covid-19 apresenta queda. 

No país

Somente em 2024, óbitos ligados a SRAG foram registrados  2.322 óbitos, sendo 1.411 (60,8%)
com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 728 (31,4%) negativos, e ao
menos 78 (3,4%) aguardam resultado.

Casos positivos

  • 12,3% Influenza A;
  •  0,1% Influenza B;
  •  3,1% vírus sincicialrespiratório (VSR);
  •  81,7% SARS-CoV-2 (COVID-19);

 

Assine o Correio do Estado

 

Prazos

Mais de 68 mil pessoas poderão concluir o processo de obtenção da CNH até 31 de dezembro em MS

Os processos para retirada da CNH, que foram prorrogados por mais 12 meses, foram interrompidos em 2019

18/04/2024 17h50

Foto: Rachid Waqued

Continue Lendo...


De acordo com a deliberação nº271/2023, todos os processos de habilitação ativos até dezembro de 2023 tiveram o prazo de conclusão ampliado para 31 de dezembro de 2024.

De acordo com o levantamento do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), mostra que 8,6 mil processos estão parados na etapa de agendamento teórico, enquanto  12,6 mil na etapa de agendamento do exame prático de duas rodas. 

Ainda de acordo com o departamento de trânsito, 14,3 mil veículos estão na fase de agendamento prático de quatro rodas.Os demais são alunos que se encontram na fase de exames de saúde e ainda não chegaram na etapa de aulas.

O aviso do Detran é para as pessoas que ainda tem interesse em dar andamento ao processo procurem os seus respectivos CFC (Centro de Formação de Condutores) e não deixem para fazer isso perto do prazo expirar.

Ainda segundo o órgão, uma notificação eletrônica será encaminhada para os cidadãos que se qualificarem para a prorrogação. O alerta será enviado ao e-mail cadastrado no sistema durante a inscrição. Não haverá necessidade de efetuar novos pagamentos ou emissões de novas guias.

 

Assine o Correio do Estado

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).