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Tapa-buracos

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Justiça bloqueia R$ 12 milhões
de ex-prefeito e envolvidos em fraudes

Decisão é do juiz Marcel Henry Batista de Arruda

MARESSA MENDONÇA E NATALIA YAHN

23/03/2018 - 13h32
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A Justiça estadual determinou o bloqueio de bens no limite de até R$ 12 milhões do ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, dos ex-secretários de Infraestrutura João Antônio de Marco e Semy Alvez Ferraz, de quatro empresários e outros ex-servidores.

Esta decisão é decorrente de uma ação que investigou fraudes na contratação e execução dos serviços de tapa-buracos, envolvendo as empresas Santa Cruz Construções Ltda e Terraplanagem e a Usina de Asfalto Santa Edwiges Ltda.

Conforme a decisão, assinada pelo juiz Marcel Henry Batista de Arruda, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, “é imperiosa a decretação da indisponibilidade dos bens dos requeridos”, com base nas práticas dos atos de improbidade administrativa que eles cometeram. O objetivo é evitar o desvio destes  bens ou que eles acabem se dissolvendo impossibilitando o ressarcimento do dano causado aos cofres públicos.

Por telefone, o ex-prefeito Nelson Trad Filho ressaltou que esta decisão se trata de uma medida cautelar, ou seja, uma atitude tomada pela Justiça como forma de precaução antes de uma sentença.

Ele disse ainda que estas ações são consequência de critérios técnicos equivocados que induzem a Justiça ao erro.  “Na hora que vier o mérito vamos nos manifestar e solicitar uma perícia técnica para comprovar o equívoco do Ministério Público e, com isto, reverter esta decisão”. 

A decisão atinge também João Parron Maria, que à época atuava como diretor de manutenção de vias; Sylvio Darilson Cesco, que era chefe da Divisão de Manutenção de Vias Pavimentadas; o ex-diretor geral da Central de Compras , Bertholdo Figueiró Filho; os integrantes das comissões das licitações Múcio José Ramos Teixeira; Ivane Vanzella e Moisés Henrique Moura dos Santos, os sócios e empresários da  Santa Cruz Construções José Ricardo de Carvalho e Ermelindo Ramalho de Carvalho; além dos sócios da Usina de Asfalto Santa Edwiges, Cláudio Caleman e Eduardo Chicol Gonçalves.

Na denúncia do Ministério Público, o órgão sustentou que o grupo fazia restrições nos editais como forma de direcionar a licitação do serviço de tapa-buraco para as empresas citadas. Após a contratação, eles também emitiam atestados de visitas técnicas que nunca foram realizadas.

Outro ponto, confirmado pelo Tribunal de Contas da União, foi a falta de apresentação de um projeto básico ou planilha com preços unitários que deveriam ter sido anexadas no edital e ficaram disponíveis apenas para os interessados.

O valor do bloqueio se refere ao valor do dano causado pelos réus, considerando apenas o superfaturamento de  pouco mais de R$ 1,1 milhão mais uma “multa” por dano moral equivalente a dez vezes o valor do dano causado, ou, R$ 11,2 milhões.

Este é um entre mais de uma dezena de processos que tramitam na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Capital, desde fevereiro de 2016, por causa de supostos desvios de recursos públicos e fraudes em licitação da Operação Tapa-Buraco de Campo Grande. Todos eles foram ajuizados por uma Força-Tarefa do Ministério Público Estadual.

(*) Matéria atualizada às 14h para acréscimo de informações. 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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