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Justiça determina indenização e multa milionária por falta de drenagem

Prefeitura não realizou obras em via que, desde outubro, alagou 5 vezes

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Decisão judicial determinou à Prefeitura de Campo Grande pagamento de R$ 70 mil aos 32 moradores da Rua Teófilo Otoni, no Bairro Serradinho, e multa de R$ 1 milhão por mês por falta de drenagem no local. Há pelo menos quatro anos, as casas localizadas ali ficam inundadas nos dias de chuva. Desde outubro até agora, foram pelo menos cinco alagamentos, e os moradores e comerciantes desenvolveram técnicas para impedir ou dificultar que a água entre nas casas e nos comércios.

O caso está na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande – cujo titular é o juiz David de Oliveira Gomes Filho –, depois de o Ministério Público Estadual ter entrado com ação civil para cobrar do município obras de drenagem no local. Primeira decisão, de janeiro, deu 180 dias para que o município realizasse os trabalhos. Não cumpridos, nova decisão, de novembro, determina pagamento de R$ 1 milhão por mês de descumprimento da medida, além da indenização.

Na primeira determinação, a prefeitura alegou que foram adotadas medidas para atenuar os problemas no bairro; mas, para que fosse solucionada de forma satisfatória a questão, seriam necessários estudos, elaboração de projetos e realização de processo licitatório – e tudo isso demandaria tempo. 

Em setembro deste ano, o município afirmou novamente que, para a solução do problema, “estudos deveriam ser feitos” e, recentemente, justificou que “se trata de um problema estrutural de drenagem na Rua Teófilo Otoni que, para ser resolvido, demanda investimentos para os quais o município não dispõe de recursos no momento”.

Mas, para o magistrado, “as medidas tomadas pelo município, como limpeza de bueiros e tubulações, não passam de  paliativas [...] que não justificam num caso extremamente emergencial como este. É a vida, a saúde e os lares de inúmeras pessoas que estão sendo prejudicados com a demora na solução do problema”.

BARREIRAS

A contenção improvisada pelos moradores é feita por comporta, barreira colocada junto aos portões. O obstáculo ajuda, mas não impede a entrada de água e lama nas casas. “Nós fizemos na empresa, depois de cansar de tanta água que invade o prédio. Aí na rua todo mundo começou a copiar”, explica o estoquista Flávio Rolon, 62 anos, que trabalha em empresa com sede no local há dois anos. “Desde que a gente está neste prédio, foram vários alagamentos. Só neste ano, foram cinco desde o início das chuvas em outubro”.

“No fim de semana passado, entrou água de novo e muita lama. É um desespero só. Eu demorei dois dias para terminar de limpar”, explicou a diarista Maria da Conceição Silva, 53 anos.

A aposentada Neide Rozendo Gomes, 60 anos, é uma das moradoras mais antigas da região, onde vive desde a década de 1980. Ao todo, são aproximadamente 32 residências e empresas no local. “A área onde hoje tem empresas e casas era uma chácara. Mas, depois que foi tudo construído, em 2013, o problema começou”, disse.

“A situação é séria. A empresa em que trabalho está aqui há um ano e tivemos inúmeros prejuízos. Fizemos  as comportas, que não resolvem nada”, disse João Pedro Yahn, ao mostrar como coloca a barreira.

 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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