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Fiscalização encontra remédios vencidos e estrutura precária em hospitais

Também foi constatada falta de profissionais de enfermagem

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Fiscalização da Força Nacional de Fiscalização do Sistema Cofen/Conselhor Regionais de Enfermagem constatou série de problemas em três hospitais de Campo Gande. Medicamentos vencidos, pacientes internados em cadeiras e sobrecarga ao profissional de enfermagem são algumas das situações consideradas graves.

Ação durou quatro dias e abordou 3,2 mil profissionais de enfermagem da Capital.Trabalhos, concluídos hoje, foram realizados na Santa Casa, Hospital Universitário e Hospital Regional.

Coordenadora da ação e integrante da Câmara técnica de fiscalização do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Luana Ribeiro afirma que em cada instituição, diferentes irregularidades foram encontradas, mas o déficit de profissionais chama a atenção.

“A sobrecarga de trabalho associada a alta demanda provoca um acumulo de atividades, que colocam em risco o exercício dos profissionais e a saúde dos pacientes. Aliado a tudo isso ainda foram verificadas questões relacionadas a estrutura, insumos e condições gerais do trabalho que agravam ainda mais a situação encontrada in loco nas unidades", disse.

Foram constatados problemas na estrutura física das unidades de saúde, como local inadequado, buraco no teto de sala de esterilização e reforma em setor de paciente. 

Instituições serão notificadas e terão prazos para sanar as irregularidades. Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MS) acompanhará a resolução dos problemas e, caso eles persistam, processos serão encaminhados para medidas judiciais e éticas cabíveis, que vão desde fechamento do setor até um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público Federal (MPF).

SANTA CASA

No maior hospital de Mato Grosso do Sul, situações críticas foram enconradas pelos fiscais. Entre as principais ocorrências, foi constatado um paciente entubado, utilizando ventilação mecânica, alocado em sala cirúrgica desde a noite anterior, aguardando leito para internação.

Também foi encontrado remédio de uso controlado vencido disponível para uso na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e medicação, também de uso controlado, à disposição sobre uma mesa na aça psiquiátrica, quando deveria estar em local fechado e de acesso restrito.

Quanto aos profissionais, auxiliar de enfermagem, que pode apenas exercer atividades simples, estava atuando com paciente grave, configurando exercício ilegal da profissional. Na psquitria, não há enfermeiro responsável pelo plantão noturno e, nas salas de emergência, UTI e área vermelha não foi verificado enfermeiro exclusivo em todo o período de funcionamento.

A presidência da Santa Casa solicitou uma reunião com integrantes da Força Nacional de Fiscalização e se prontificou a sanar as irregularidades.

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

No HU foram encontrados pacientes internados na recepção por falta de leito, alas em condições precárias, medicamentos com prazo de validade vencido em uso e falta de materiais, como um frasco de água destilada improvisado com uma agulha no respiro, por ausência de ampola.

Também foi constatada a carência do "saco hamper", usado para o correto acondicionamento das roupas sujas dispensadas nos hospitais, que pode evitar acidentes e potencial risco de dispersão de microrganismos, protegendo pacientes e os trabalhadores da área de saúde.

Fiscalização encontrou macas sendo usadas como cama, com colchões rasgados, sem condições de atendimento aos pacientes, além de uma paciente internada na recepção por falta de leito no hospital.

HOSPITAL REGIONAL

Fiscalização no Hospital Regional constatou corredores lotados de pacientes e quadro diminuto de profissionais da Enfermagem.

Além disso, foram encontrados diversos medicamentos vencidos, nos setores da clínica médica e oncologia e descarte inadequado de perfurocortantes, o que pode gerar o risco de acidentes.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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