Cerca de 300 pessoas participaram de um protesto na manhã de hoje (10), em frente do prédio da Prefeitura de Campo Grande. Elas são moradoras de uma invasão no canteiro de obras abandonado pela empreiteira Homex, próximo ao Jockey Clube da Capital, e que a Justiça já concedeu ordem de reintegração de posse. As famílias reinvindicam uma solução da prefeitura, como uma moradia popular dos programas sociais da Agência Municipal de Habitação (Emha).
"A gente não tem pra onde ir, esperamos que agora resolva", disse Regiane de Paula Soares, 25 anos, dona de casa que mora no local há um ano e meio. Ela tem dois filhos e disse que teme a reintegração, pois nunca se inscreveu em programas habitacionais.
Em nota, a Emha disse que nunca prometeu casas às famílias da invasão. “A Prefeitura buscou a possibilidade de desapropriação da área. O próprio prefeito compareceu à audiência solicitada pela empresa para buscar a desapropriação da área. Na ocasião, a massa falida da empresa Homex pediu um valor de R$ 33 milhões para desapropriar o local, recurso esse que, se disponível, seria possível construir cerca de 900 moradias e beneficiaria quase 3 mil cidadãos. Houve uma contraproposta de R$ 7 milhões feita pela prefeitura, que foi recusada pela empresa”, diz em nota.
A agência ressalta que não foi a prefeitura que ingressou com a ação de reintegração de posse, sendo a própria empresa Homex a autora do processo. A Emha afirmou ainda que deve cadastrar as 300 famílias do local e verificar a possibilidade de um futuro reassentamento. “Mas não é possível apresentar uma solução imediata para questão, já que é preciso acatar a decisão judicial”, completa a nota.
As lideranças dos moradores afirmam que 1,3 mil famílias moram na área, mas a Emha afirma que o cadastro será apenas para 300 famílias.
Em evento na manhã de hoje, o prefeito Marcos Trad (PSD) falou sobre a situação e a tentativa de regularizar algumas famílias. “Invasão é proibido. Essas pessoas invadiram de uma empresa que veio para cá para venda de apartamentos e quebrou. Cria-se assim uma massa falida que entrou com uma ação de reintegração de posse. O magistrado evidentemente autoriza. Lei de propriedade, não pode invadir o que tem dono. Se todas as vezes for dar casa para quem invade, vai ser uma onda de invasão. Não vou admitir pessoas sendo beneficiadas porque invadem. Tem pessoas na fila há 20 anos aguardando em ordem”, comentou.
*Colaborou Bruna Aquino