O estudante Jhonny Celestino Holsback Belluzo, 21 anos, irá a júri popular, acusado de agredir um jovem de 18 anos, em Campo Grande. Juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, Carlos Alberto Garcete de Oliveira, pronunciou Belluzo por homicídio doloso na forma tentada, qualificado por motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Quanto aos demais jovens que teriam participado das agressões - Alessandro Ronaldo Mosca Júnior, José Guilherme do Carmo Weiler e Eduardo de Paula Mendonça Filho -, juiz afirmou que não houve comprovação da participação deles no crime e, por este motivo, não irão a júri.
Crime aconteceu em setembro de 2016 e ganhou repercussão depois que um vídeo, que mostra a vítima sendo espancada, foi divulgado. Investigadores da Polícia Civil tiveram acesso ao vídeo no dia 20 de setembro por meio do WhatsApp e encontraram os agressores e a vítima.
De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Jhonny e a vítima estavam em uma festa, ambos com amigos. Em determinado momento, a vítima foi embora e urinou no carro pertencente a Jhonny.
Testemunhas que presenciaram o fato ligaram para Jhonny e avisaram sobre o ocorrido. Uma dessas pessoas chegou a dizer onde a vítima morava. O acusado e seus amigos dirigiram-se até a residência da vítima e aguardaram a chegada dele.
TENTOU FUGIR
Quando percebeu a aglomeração de pessoas, a vítima tentou fugir, mas foi perseguido e agredido com chutes, socos, tapas e um golpe conhecido como “mata-leão”, que a fez perder a consciência. Mesmo insconsciente, o acusado deu diversos chutes na cabeça do rapaz, só parando o espancamento após intervenção de outras pessoas. Durante as agressões, ele gritava: "você vai morrer".
Na análise dos autos, juiz considerou que há indícios suficientes da autoria do acusado na tentativa de homicídio. Além da vítima, que quando ouvida em juízo indicou como autor das agressões, os depoimentos dos próprios amigos trouxeram indícios que o apontaram como autor.
Quanto aos demais denunciados, Alessandro e José Guilherme, o crime foi desclassificado e um terceiro jovem que estava no grupo, identificado como Eduardo, foi impronunciado. Conforme o magistrado, em juízo não foram colhidos elementos suficientes que demonstram que os acusados participaram ativamente do crime.
"Apesar de, em alegações finais, o MPE haver alegado que o acusado participou do delito, a denúncia não descreve de que forma ele auxiliou o executor na prática do crime", disse o juiz na avaliação da participação de cada um dos denunciados.