A escolha da nova presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul, atraiu centenas de advogados na manhã desta terça-feira (20). Ao todo, 15 mil profissionais estão aptos a votar. A votação começou por volta das 9h e termina às 17h. O nome do candidato que vai presidir a Ordem pelos próximos três anos, será divulgado até às 19h.
A advogada Telma Marcon, presidente da comissão eleitoral da OAB, comentou que “o processo está muito tranquilo. Candidatos estão se respeitando o presidente eleito terá a missão de administrar os anseios dos advogados e defender as prerrogativas da Casa”. Ela lembrou também sobre a necessidade de pensar em um plano de aposentadoria e auxílio funeral. Isto porque, segundo ela, uma parte da classe está envelhecendo.
A presidente da comissão disse também que, após um mandado de segurança com permissão para os inadimplentes votarem, 100 compareceram durante a manhã. Ao todo, são 4,6 mil profissionais com atrasos na anuidade.
Lourdes Alves comentou sobre a importância da votação à reportagem do Correio do Estado. “É essencial você poder avaliar os trabalhos, repensar, isso é democracia. Poder ouvir todas as propostas responder aquela que você acredita que vai representar a classe da melhor maneira”, disse.
Opinião semelhante foi dada pelo advogado Carmelino Resende. “Se existe espaço em que a sociedade brasileira precisa das instituições civis fortes a hora é agora. As instituições farão parte das reformas profundas já que a maioria dos partidos caíram em descrédito e a OAB certamente deverá desempenhar essas funções. Por isso é importante eleger um representante altura”, completou;
A advogada Karine Sasaki participa do processo eleitoral há oito anos “Esse processo fortalece. Temos que escolher bem quem luta pelos nossos interesses. Acredito que o número de candidatos foi suficiente. São boas opções”.
O advogado Jully Heyder, que concorre pela chapa 11, acredita ter feito uma boa campanha. “Estou com espírito leve e muita confiança.É a segunda vez que me candidato. Na última eleição eu fiquei em segundo lugar com mais de 1800 votos. Essa eleição é muito importante para a instituição, para a sociedade. Precisamos mudar o nosso estatuto que existe desde 1930. Em 54 teve uma reforma e 94 teve outra, mas ainda é preciso modernizar. Tem que ter o fim da reeleição e precisa de mais transparência na instituição”, declarou.
O advogado Renê Siufi comentou que “a frequência de votação está boa, mas a minha preocupação são com os inadimplentes e as abstenções que geralmente atingem 70%”, finalizou.
O advogado Mansour Karmouche, concorre a reeleição pela chapa 22 e declarou que “a ordem se estabilizou. Conseguimos ressurgir como ponta-de-lança não podemos ter retrocesso”.
A reportagem também tentou conversar com a candidata, Rachel Magrini, que disputa a presidência da Ordem pela chapa com número 33, mas ela não estava até o momento em que a equipe deixou o local.
A ELEIÇÃO
A votação será por cédula eleitoral. Na eleição passada, os advogados votaram pela urna eletrônica. Porém, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, (TRE/MS) só disponibiliza a urna, após 40 dias da última eleição. A votação do segundo turno onde foram escolhidos o presidente da República e governadores, foi no dia 28 de outubro, portanto, as urnas ainda estão em “quarentena”.
Em 2015, última eleição onde Karmouche foi escolhido com 2.168 votos, a escolha foi feita por urna eletrônica, no dia 20 de novembro.
A cédula eleitoral contém as chapas concorrentes na ordem em que foram registradas, com uma única quadrícula ao lado de cada denominação e agrupadas em colunas.
Caso o profissional não possa votar, é preciso fazer a justificativa em até 60 dias, se não, poderá ser multado.
O valor da multa é equivalente a 20% do valor da anuidade, salvo ausência justificada por escrito, a ser apreciada pela Diretoria do Conselho Seccional.
Dos quase 15 mil advogados aptos a votar, três são deficientes visuais e terão a cédula em braile, para poder escolher o presidente da OAB, segundo a assessoria da OAB-MS.