Cidades

MÃO DE OBRA

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Empresas economizam 50% em encargos na contratação de presos

Agência penitenciária aponta os benefícios em orientações para futuros conveniados

THIAGO GOMES

18/03/2019 - 11h00
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Empresas podem economizar  perto de 50% em encargos na contratação de mão de obra carcerária. É apostando nessa vantagem que a Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen) fomenta o trabalho de presos em Mato Grosso do Sul, dando orientações a futuros conveniados do programa.
Pela Lei de Execução Penal (LEP), pessoas em cumprimento de pena, do regime fechado ao aberto, têm oportunidade de trabalho, como forma de reabilitação para reinserção social.

Além disso, três dias trabalhados permitem a redução de um dia de pena. Atualmente no Estado, em torno de 5,8 mil presos estão inseridos no mercado de trabalho em diversas áreas, com remuneração ou não, isso em meio a uma média de 18 mil detentos. São 187 empresas públicas e privadas  parceiras do projeto de ressocialização. Em Campo Grande, 79 empreendimentos aderiram ao programa.

De acordo com a Agepen, que na última semana realizou na Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG)  o lançamento da cartilha “Mão de Obra Carcerária”, com explicações e orientações a futuros conveniados, empresários estão descobrindo as vantagens da utilização de mão de obra carcerária. Conforme a agência, a empresa pode economizar nas despesas com encargos sociais e trabalhistas nessas contratações. Uma das vantagens está no baixo custo, uma vez que  não existe vínculo empregatício entre a empresa e os detentos, assim também não haverá incidência de encargos sociais. 

A LEP prevê que o trabalho do preso será remunerado mediante uma tabela prévia, só não podendo ser inferior a 3/4 do salário mínimo.

Na prática, nesse tipo de contratação não incidem encargos como FGTS, aviso prévio indenizado ou não, indenização adicional (artigo 9º da Lei 7.238/84), férias mais 1/3 (Constituição Federal), 13º salário, licença paternidade/maternidade e contribuição previdenciária (o empregador poderá recolher como contribuinte facultativo).

Segundo a Agepen, ainda existem preconceito e desinformação sobre o uso de mão de obra prisional, entretanto, a experiência tem demonstrado que o seu emprego é algo a ser potencialmente explorado, principalmente, se consideradas as vantagens econômicas e sociais geradas.

Ainda conforme a agência, antes de ser enviado para o trabalho o detento passa por avaliação. No caso, a triagem para encaminhamento de custodiados para o serviço é feita por uma equipe composta por psicólogos, assistentes sociais e chefes de segurança, tendo como bases instrumentais entrevistas e testes psicológicos, bem como o histórico disciplinar do detento.

APROVAÇÃO

Entre as empresas que utilizam mão de obra carcerária, há depoimentos de aprovação à iniciativa. “Temos uma linha de produção dentro do presídio, onde conseguimos confeccionar 12 mil peças por mês, que são utilizadas na montagem de freezers e refrigeradores. Mas a essência de levar uma linha de produção para dentro do presídio é o foco na responsabilidade social. Entendemos que todas as empresas, de alguma forma, também podem contribuir. Só temos colhido bons frutos aqui, pois essa parceria tem sido muito bem conduzida pela Agepen”.  As palavras são de C.A.V., gerente de recursos humanos de uma empresa que tem parceria desde 2012.

Um outro contratante, D.H., que trabalha na direção comercial de empresa do ramo de alimentação,  cita que “estamos em parceria com a Agepen há mais de dois anos e tem sido uma boa experiência. Muitos chegam a nós com a necessidade de um novo começo e poder dar esse pontapé é algo positivo. Fora isso, como empresário, vejo que esses colaboradores são mais receptivos às necessidades da empresa. Além de diminuir custos, com essa parceria existe maior facilidade de trocar colaboradores se comparado à CLT. Hoje temos mais de 10 internos conveniados e com a possibilidade de esse número crescer”.

Empresas públicas também podem aderir, por meio dos conselhos da comunidade. Hoje, a Agepen tem parcerias com prefeituras de Anastácio, Aquidauana, Cassilândia, Corumbá, Jateí, Ladário, Paranaíba, São Gabriel e Três Lagoas.
 

REFORMA 

Outro braço da destinação de trabalho a presos é o projeto Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade, idealizado pelo juiz da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto. Em dezembro de 2018, o projeto deu início à décima reforma de escola na Capital. Grupo de 25 presos do regime semiaberto (Gameleira) teve a missão de repaginar, por completo, os mais de 3 mil m² da Escola Estadual Teotônio Vilela, no Conjunto Universitário II (Cohab). As obras foram concluídas na sexta-feira (15).

Em cinco anos, o projeto soma reconhecimento e economia aos cofres públicos que já ultrapassa R$ 7 milhões, beneficiando 8.834 alunos. A Teotônio Vilela atende 1,7 mil alunos do Ensino Fundamental, Médio e Médio integrado ao curso técnico profissionalizante, nos turnos matutino, vespertino e noturno, e enfrentava sérios problemas estruturais. 

Lá, os gastos ficaram em apenas R$ 500 mil. Para a reforma da Escola Lúcia Martins Coelho, na Rua Bahia, feita por empresa particular contratada pelo Estado, as despesas serão de R$ 2. 922.668,39.

Cidades

Cobertura vacinal contra a pólio no Brasil melhora, diz Unicef

Número de crianças não vacinadas caiu no ano passado

23/04/2024 15h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Em 2022, das 2.922 crianças nascidas vivas no Brasil, 243.008 estavam sem a primeira dose da vacina que protege contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. No ano passado, de 2.423.597 crianças nascidas vivas, 152.521 crianças estavam sem a dose – uma redução de mais de 90 mil no total de crianças sem a imunização. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (23) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Brasília.

A chefe de Saúde do Unicef Brasil, Luciana Phebo, lembrou que o país vivencia quedas nas coberturas vacinais dos principais imunizantes do calendário infantil desde 2015 e que o cenário se agravou em meio à pandemia de covid-19. “Após anos de piora, o Brasil começou a retomar a vacinação”, disse, durante coletiva de imprensa. “Mais de 90 mil crianças. Essa é a diferença. Uma diferença expressiva”, completou.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, avaliou que o Brasil registra “uma virada” no cenário de coberturas vacinais. “Estamos vivendo uma virada. Uma virada na direção de alcançarmos coberturas vacinais necessárias para a proteção de nossas crianças, de nossa sociedade, de nossos adolescentes”, disse, ao citar especificamente a vacinação contra o HPV que, este ano, passou a ser feita em dose única para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.

Nísia destacou que 13 das 16 principais doses infantis que constam no Programa Nacional de Imunizações (PNI) apresentaram melhoras na cobertura vacinal em 2023 quando comparadas ao ano anterior. Entre os imunizantes citados pela ministra estão: pólio, pentavalente, rotavírus, hepatite A, febre amarela, meningocócica C (1ª dose e reforço), pneumocócica 10 (1ª dose e reforço), tríplice viral (1ª e 2ª doses) e reforço da tríplice bacteriana.

“Foi uma virada com muita luta. Devemos sim celebrar, mas também apontar os caminhos que temos pela frente”, avaliou Nísia. “Esse aumento geral da cobertura coloca muito bem esse avanço que, como eu disse, celebramos, mas com a consciência de que temos muito a avançar”, completou.

Américas

Em meio à Semana Mundial de Imunização e à Semana de Vacinação nas Américas, celebradas de 24 a 30 de abril, a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, destacou a importância do esquema vacinal contra a pólio. “A criança não ter esse direito é algo muito significativo”, disse. No Brasil, a partir deste ano, a vacina oral contra a pólio está sendo gradativamente substituída pela versão inativada e injetável do imunizante.

A forma injetável é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Após o período de transição, que começou no primeiro semestre de 2024, crianças que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a injetável aos 15 meses.

A dose de reforço, até então administrada aos 4 anos, não será mais necessária. A atualização considerou critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema. 

Para Socorro, três intervenções em saúde pública são consideradas essenciais pela Opas para garantir qualidade de vida a todas as crianças: acesso à água potável, aleitamento materno e vacinação. “A região das Américas sofreu muito ao longo dos últimos anos. Perdemos muito nas coberturas de vacinação.”

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MATO GROSSO DO SUL

PF encontra material pornográfico infantil em casa de Corumbá

Mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta sexta-feira (23) pois morador armazenava vídeos e imagens sexuais envolvendo crianças e adolescentes

23/04/2024 12h37

Foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes" Reprodução/PFMS

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Através da Polícia Federal, agentes foram a campo em Corumbá, na manhã desta terça-feira (23), em operação de combate ao abuso sexual infantil, batizada de "Nicolau I". 

Além de inspirar o mito do Papai Noel, São Nicolau ficou mundialmente conhecido por sua partilha de bens, com sua herança doada voluntariamente aos pobres, mas também por ser considerado o protetor dos jovens e crianças. 

Segundo a Polícia Federal, as ações na Cidade Branca aconteceram para o cumprimento de um mandado de busca domiciliar. 

Ainda, a PF informa que o mandado expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Corumbá visava a apreensão de diversas mídias digitais que, agora, serão encaminhadas para a perícia da Polícia Federal.

Com o morador residente na conhecida "Cidade Branca", foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes", expõe a PF em nota. 

As investigações apontaram para o armazenamento e, diante da prática criminosa descrita no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

Como esclarece o ECA, é considerado crime: adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes. 

Coibindo o crime

Só por parte da Polícia Federal, até o momento, em 2024, outras duas operações, para além da "Nicolau I" buscaram combater o crime de abuso sexual infantil. 

As fases "V e VII" da Operação Rede Limpa agiram tanto em Campo Grande quanto em Costa Rica, nos dias 15 de janeiro e 17 de abril, respectivamente, com os mesmos objetivos de cumprimento de busca e apreensão. 

Em Costa Rica, o casal em questão, além de armazenar os conteúdos criminosos, foram presos pela suspeita de divulgarem as imagens e vídeos dos abusos pela internet.

Conforme o texto da lei, o ECA estipula que incorrendo no crime, as penas máximas previstas podem chegar até quatro anos de reclusão.

Importante apontar para o trabalho policial de combate ao abuso sexual infantil, justamente pelo fato de que essas operações, ainda que em sequência de investigações, podem resultar em prisões, mesmo com mandados de apenas busca e apreensões. 

Vale citar, por exemplo, o caso registrado no início de novembro do ano passado, quando em cumprimento de mandado inicial de busca e apreensão, o suspeito - que na ocasião vivia em Campo Grande - foi preso durante a terceira fase da Operação Cyber Argos da PF. 
**(Colaboraram João Gabriel Vilalba e Glaucea Vaccari)

 

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