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Vereadores recebem documentos para investigar instalação de lâmpadas de LED

Suspeita é de superfaturamento no serviço

Izabela Jornada

17/07/2017 - 19h00
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O jurídico da Prefeitura de Campo Grande entregou hoje (17) à Câmara Municipal CD contendo documentos digitalizados sobre contratos da empresa licitada para a instalação de lâmpadas de LED na Capital, a Solar Distribuidora e Transmissão S.A.

A Câmara vai analisar possíveis irregularidades e superfaturamento na licitação. O pedido foi feito pelo vereador André Salineiro (PSDB). “Recebi denúncias de eleitores e decidi averiguar se houve superfaturamento na contratação desses serviços”, disse.

A suspeita é de que o município esteja pagando até R$ 200 pela troca de cada lâmpada.

No dia 22 de junho, o parlamentar enviou ofício à Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) solicitando cópia dos contratos firmados com a empresa responsável em efetuar o serviço de troca de lâmpadas na iluminação pública, bem como qualquer outro documento que retratasse os valores pagos pelos serviços realizados no corrente ano.

Nesta quinta-feira (13), o vereador voltou a cobrar a administração, durante sessão solene. “Gostaria de uma resposta da prefeitura, pois não podemos deixar de investigar diante de uma suspeita dessa, por isso estou pedindo, mais uma vez, as informações”, disse.

A denúncia partiu de servidores não identificados, conforme reportagem publicada pelo jornal Correio do Estado. Após o assunto repercutir na Câmara, a prefeitura enviou nota à imprensa dizendo que “o valor incluiria diversos itens para a troca, como peças das luminárias, mão de obra e as lâmpadas propriamente ditas”, porém não detalhou como é feito o controle de quais materiais são utilizados em cada serviço de substituição.

AUTORIZAÇÃO DO TCE

No dia 12 de julho, o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE), para evitar maiores prejuízos ao erário, decidiu autorizar o município de Campo Grande a utilizar as 16.126 lâmpadas de LED já adquiridas, pagas e armazenadas nas dependências da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).

A substituição das lâmpadas de vapor de sódio já existentes no sistema de iluminação pública da Capital poderá se iniciar após a adoção dos procedimentos técnicos necessários em parceria com a Empresa Concessionária de Energia do Estado (Energisa).

ENTENDA

No dia 5 de julho foi realizada audiência de conciliação na Justiça Estadual e foi definido que o contrato entre a Prefeitura de Campo Grande e a empresa Solar Distribuidora e Transmissão S.A seria anulado.

O convênio foi feito ano passado, na administração de Alcides Bernal (PP), para a aquisição de R$ 33,8 milhões em lâmpadas de LED, mas o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público Estadual verificaram irregularidades nessa contratação. “Queremos analisar se os cofres públicos foram lesados e se ainda ainda hoje estão sendo lesados”, disse Salineiro. 

Apesar da compra prevista ser de 30 mil lâmpadas, a empresa entregou 20 mil e instalou apenas 4 mil. O pagamento feito pela prefeitura à Solar chegou a R$ 20,5 milhões.

Na reunião promovida pelo Judiciário, depois de ação civil pública instaurada, ficou decidido que os equipamentos que já estão na cidade não serão devolvidos porque houve o pagamento por eles.

O que cessou no contrato foi o compromisso de entrega e instalação de 10 mil lâmpadas de LED, ao custo de R$ 13,3 milhões, que também não precisarão ser mais pagos.

“Não podemos fechar os olhos para as irregularidades do contrato. O município não precisará pagar mais nenhum centavo para a empresa”, disse o promotor do Ministério Público Estadual, Marcos Alex Vera, que propôs a ação.

O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, que presidiu a audiência, recomendou que a prefeitura da Capital faça a instalação das unidades de LED.

O procurador-geral do município, Alexandre Ávalo, reforçou na Justiça Estadual que houve o pedido no TCE para que seja autorizada a instalação das 16 mil lâmpadas que estão no estoque da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).

TRIBUNAL DE CONTAS

O TCE instaurou procedimento primeiro do que o MPE para averiguar irregularidades no contrato, ainda no segundo semestre de 2016. O Pleno do órgão determinou a interrupção da instalação das lâmpadas em 21 de junho por identificar uma série de problemas que apontavam para improbidade administrativa. 

QUESTIONAMENTO

O advogado que defende a Solar informou na audiência que a Prefeitura de Campo Grande deve R$ 450 mil, referente à instalação das 4 mil unidades. 

A administração de Alcides Bernal teria retido esse valor no pagamento do contrato e seria referente à prestação de serviço. “Será cobrado na Justiça R$ 450 mil que são relativos à instalação das 4 mil lâmpadas”, afirmou Marverson Ribeiro Leão, defensor da empresa.

Se houvesse a instalação das 20 mil lâmpadas entregues, haveria o pagamento de R$ 2 milhões, conforme o advogado.

*Colaborou Rodolfo César e Tainá Jara

Reparos

Prefeitura irá notificar morador que modificou via para fugir dos buracos em bairro de Campo Grande

Secretaria Municipal, responsável por veículos que atolaram em rua "problemática" do Jardim Itatiaia, responsabiliza morador que fez a instalação de paralelepidepos por buraco onde mais de dez carros atolaram

17/04/2024 17h30

Para o morador Roberto Pinheiro que resgatou mais de dez veículos entre segunda e terça-feira a via com os parelelepípedos, na rua dos Estudantes era o único caminho transitável para que ele pudesse voltar para casa Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Após um morador cansado de esperar pelo asfalto instalar paralelepípedos para evitar buracos na rua dos Estudantes, no Jardim Itatiaia, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), informou que irá notificar o munícipe.

A informação foi dada durante atualização da Prefeitura, na noite de terça-feira (16) no balanço de ações emergenciais de pontos críticos que foram afetados pela chuva. 

A rua dos Estudantes tem cruzamento com a Rua Conde de São Joaquim, onde desde o início da semana, em decorrência da chuva acima da média, mais de dez veículos atolaram, incluindo o caminhão e o trator da Sisep que estiveram no local no início da tarde para jogar cascalho na via

 "Outra via que a Sisep atuou foi na Rua Conde de São Joaquim, no Bairro Tiradentes, próximo à Avenida Três Barras. No local foi executado reparo emergencial para o fechamento da vala aberta pela enxurrada. Foi constatado que o problema nessa via foi provocado também por uma obra irregular executada por morador do bairro, que sem autorização colocou paralepípedos em um trecho da rua. O morador será notificado para retirar o material e depois a Sisep realizará serviços para melhorar as condições das vias locais", informou a Prefeitura.
 

 

 

 

Outro trator foi enviado até o local para "resgatar" os veículos da Sisep e finalmente o buraco na rua Conde de São Joaquim recebeu o cascalho, conforme relatou o morador Roberto Pinheiro dos Santos, de 34 anos, que relatou ao Correio do Estado que o local passou por vistoria de um engenheiro da Águas Guariroba. 

"Veio o rapaz da Águas, Guariroba, que também é engenheiro, aí disse que o secretário da Prefeitura está culpando ele da rede de esgoto que foi passada aqui, que foi uma má compactação dele, que ocasionou a abrir essa vala na rua", disse Roberto.

Com relação aos paralelepípedos na rua dos Estudantes, Roberto apontou que era o único caminho viável para chegar até sua residência quando o buraco abriu próximo à Avenida Três Barras.

"Se não fosse aqueles paralelepípedos, era meio impossível eu entrar em casa. Ter acesso àquela rua de casa, porque ali segurou muito o barro e os buracos, né? Você viu o fluxo de água tamanho que era. Então acho que ia ser mais improvável eu chegar em casa do que se não tivesse o paralelepípedo. O cara fez um benefício e está levando culpa aí, né? Aí a prefeitura quer achar um culpado, né?"

 

 

 

 

A reportagem entrou em contato com a Águas Guariroba, que informou que realizou a ligação da rede de esgoto em 2023 e implementou a rede na parte mais alta da via, justamente para evitar os pontos de erosões que são formados em decorrência da chuva. Veja a nota na íntegra:

"Águas Guariroba informa que as obras para implantação da rede de esgoto na Rua Conde de São Joaquim foram realizadas em março de 2023, portanto, há mais de um ano. Na época, a rede foi implantada na parte mais alta da via, sentido Avenida Três Barras, lado oposto ao da erosão. Após a implantação da rede, o solo foi recomposto e compacto, conforme normas da ABNT e, até o momento, não apresentou problemas. A concessionária reforça que o ponto da via que está apresentando erosões é o oposto de onde a rede de esgoto foi instalada e pondera como possível causa para a erosão o percurso da água da chuva, já que a via não possui rede de drenagem".

A Sisep respondeu por meio de assessoria que o trabalho emergencial na via foi feito durante a tarde da terça-feira (16) e sem mencionar prazo ressaltou que a administração municipal tem previsão de pavimentar as ruas do Jardim Itatiaia. Veja a nota na íntegra:

"Assim que a chuva deu uma pequena trégua na tarde desta terça-feira (16) a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) fez o trabalho emergencial para o controle da valeta aberta pela enxurrada na Rua Conde de São Joaquim. A administração municipal tem previsão de pavimentar vias no Jardim Itatiaia e aquelas que não forem asfaltadas nesta fase receberam cascalhamento. Assim que começar o período de estiagem serão intensificados os trabalhos de manutenção das vias sem asfalto".

Chuva acima da média

Nos últimos quatro dias, Campo Grande registrou a quantidade de chuva esperada para todo o mês de abril, com 89,4 mm observados pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (CEMTEC). Desde o dia 1º, a estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já notificou 130,8 mm, número 46,3% superior à média histórica.

 

** Colaborou Alanis Netto

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Cidades

Imasul convoca proprietários de imóveis no Pantanal com processos em andamento para adequação à lei

Proprietários que não fizerem os ajustes terão processo de licenciamento extinto

17/04/2024 16h30

SOS Pantanal/Divulgação

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O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) reforça a convocação de todos os proprietários de imóveis localizados na Área de Uso Restrito do Pantanal (AUR-Pantanal) e que possuam processos de licenciamento ambiental em tramitação, para procederem aos ajustes determinados pela Lei do Pantanal nos referidos Cadastros Ambientais Rurais (CAR), no prazo de 180 dias.

Esse prazo está valendo desde a publicação do Edital de Convocação no Diário Oficial do Estado (página 83), que aconteceu no dia 9 de abril.

"Se o proprietário não fizer os ajustes necessários no CAR, o processo de licenciamento é automaticamente extinto", explicou o diretor presidente do Imasul, André Borges.

Os proprietários ou seus representantes devem acessar o sistema do Imasul e carregar as informações necessárias, exigidas pela Lei do Pantanal, para só então seus processos de licenciamento terem seguimento junto ao órgão ambiental.

Essa providência é necessária porque, conforme esclareceu Borges, a Lei do Pantanal (Lei 6.160 de 18 de dezembro de 2023) descreve uma série de novos pontos sensíveis na paisagem pantaneira como os capões, cordinheiras, landis; também as salinas, as veredas e os meandros abandonados (espécies de ilhas por onde passavam rios e que, com a mudança de curso, ficaram cercadas por água).

Todas essas formações geográficas passam a ser protegidas, inclusive em seu entorno, e precisam ser identificadas no Cadastro Ambiental Rural das propriedades.

Anexo ao Edital de Notificação foi publicada a lista de 158 processos de licenciamento ambiental em andamento no Imasul, que são afetados pela medida.

Além desses nomes, os  requerentes com propriedades no Pantanal que têm processo em tramitação e não constam na listagem, devem protocolar requerimento no Imasul solicitando a abertura do sistema para proceder aos ajustes necessários nos respectivos Cadastros Ambientais Rurais.

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